segunda-feira, 24 de junho de 2013

João Querido Manha analisa situação das pérolas da Selecção de Sub-20


Com uma alcunha fácil de pronunciar em todas as línguas, Bruma apresenta-se ao Mundo neste verão e pode sair do Mundial da Turquia como uma estrela nascente. O talento transborda, o carisma adivinha-se e só lhe falta a experiência e uma atitude trabalhada contra o deslumbramento e o individualismo. Bruma lidera uma Seleção com mais talento e mais experiência do que a de há dois anos, que ficou em 2.° lugar no Mundial, mas tarda em ver confirmar o valor dos seus melhores jogadores. Nenhum deles, nem sequer Nélson Oliveira, apesar do muito especial amparo que o levou tão cedo à Seleção principal, cresceu para o patamar acima, ao contrário do que aconteceu com alguns dos membros da seleção do Brasil, como Fernando, Oscar, Lucas ou Danilo, sem esquecer Neymar que foi dispensado de disputar o campeonato na Colômbia.

Com Bruma, mas também com Aladje, João Cancelo, André Gomes, Agostinho Cá e João Mário, jogadores acima da média para o escalão, esta equipa pode não repetir a classificação de 2011, mas fornecerá mais e mais cedo jogadores de topo aos clubes e à Seleção principal. O extremo é um talento puro, capaz de desempenhar mais funções do que Jesualdo lhe atribuiu nos primeiros meses no Sporting, o avançado guineense é um achado, o lateral-direito é de uma espécie em vias de extinção e os três médios têm o ADN clássico do meio-campo português.

Os jovens portugueses estão ameaçados por falta de apostas do Benfica e do Porto, em contraste com as facilidades oferecidas a estrangeiros da mesma idade, como o paraguaio Rojas ou o colombiano Quintero, figuras da jornada de ontem que são pretendidas pelos nossos dois principais clubes. Da mesma classe de Bruma, oferecem todavia um potencial de maior retorno financeiro e muito menos problemas de "motivação" e disciplina, sem menosprezar a complicada relação com os respetivos agentes e mandatários, para quem a gestão da carreira destes jovens passa exclusivamente pela exportação a qualquer preço.»

-João Querido Manha, jornal Record, 23 de Junho de 2013

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