quarta-feira, 31 de julho de 2013

Luís Freitas Lobo: Markovic empolga muito, Djuricic faz jogar muito mais


Quintero chegou ao Porto, treinou, já jogou alguns minutos, disse estar a aprender as ideias e o esquema, e, para isso, a melhor indicação que o treinador lhe deu foi simples: «Disse-me para pôr os olhos em Lucho.» 

Não existe melhor forma de um jogador aprender a jogar na nova equipa onde chega: ter jogadores indiscutíveis, na sua posição, nos quais se espelhar e aprender. Depois, claro, irá meter o seu traço técnico próprio.

A cada época que passa, mudam nomes mas cada equipa do FC Porto parece a continuação da anterior. É a hereditariedade do jogador-tipo.

No Benfica, há um jogador que, neste inicio, está a levantar os adeptos sempre que arranca com a bola: Markovic. 

A posição e espaço é basicamente a mesma do n.º 10 Quintero, atrás do ponta-de-lança e à frente de dois médios mais recuados, mas os sistemas são muito diferentes, quando, de inicio, até parecia que se aproximariam. 

Será questão do modelo (cultura de posse versus ataque rápido) mas é também questão de interpretação do lugar e caracteristicas das individualidades.

Markovic não deixa o sistema evoluir para um 4x2x3x1 mais cerebral. Com ele, o 4x1x3x2 volta a ganhar corpo em cada jogada, tal a velocidade de rutura que assume em condução de bola desde trás nas costas do ponta-de-lança, Lima. 

Quase todos os elementos que, no Benfica, podem jogar nessa linha de criação atacante querem jogar no meio ou mostram, a cada jogada, que é nesse espaço que soltam o seu melhor futebol. Djuricic, Markovic, Gaitán. Só Salvio, talvez, se fixa mais na faixa do extremo, enquanto Sulejmani é um flanqueador também com desejos de jogo interior.

É um mundo de segundos-avançados, posição que pode ser tão desequilibradora individualmente para o adversário como para a... própria equipa se, depois, no jogo, não souber fazer os reequilibrios coletivos. Sem isso o segundo-avançado, torna-se numa espécie de duas metades de dois... jogadores: um meio-avançado e um meio-médio.

A consequência é a indefinição tática e a perda da consistência. Ao contrário do projeto azul Quintero, os jogadores que chegam não se espelham em ninguém posicionalmente.

Djuricic será aquele mais médio no comportamento tático de saber ficar mais tempo na posição. É assim porque é o que tem maior noção de pausa e capacidade de passe quando joga verticalmente nesse espaço central. Por isso, se Markovic empolga muito, Djuricic faz jogar muito mais.

O coletivo aguentar estes jogadores depende muito da manutenção de Matic e do crescimento de Enzo como segundo pivô. Tudo isto porque Markovic precisa de uma equipa que o emoldure e, sobretudo, aguentar eventuais estilhaços pós-perda da bola.

Atenção que não estou aqui a descobrir defeitos no meio de tantas qualidades que se destacam em Markovic. Apenas quero dizer que uma das coisas que mais me custa ver num jogo (equipa) é concluir que um jogador está a jogar mal por culpa de... outro(s) jogadores(s)! 

- Luis Freitas Lobo, jornal A Bola, 31 de Julho de 2013

José António Saraiva sobre Jorge Jesus: Às vezes o barato sai caro...


Os adeptos do Benfica vão começar a época muito pouco confiantes. Veem entrar dezenas de jogadores, ainda não sabem quem vai sair, as dúvidas são imensas, Jorge Jesus é contestado.

Nesta última crónica antes de férias vou contar um episódio que talvez anime os benfiquistas.

Na época 2006/07 Jesus começava a treinar o Belenenses, que no ano anterior quase descera de divisão. "Este ano é que vamos descer mesmo...", disse eu aos meus amigos, desanimado com a trajetória que o clube vinha a seguir.
Mas o campeonato começou, o Belenenses ganhou aqui, empatou acolá - e, no fim, conseguia um surpreendente 5.° lugar, com acesso à Taça UEFA, onde apanharia o poderoso Bayern Munique, perante o qual se bateria muito bem, sendo eliminado à tangente.

Este brilharete fez com que muitos jogadores de Belém fossem cobiçados e saíssem do clube. Assim, na época seguinte a equipa começou praticamente do zero. Aí eu disse: "Não descemos no ano passado, mas vamos descer de certeza neste!". Jesus mandou vir então um contentor do Brasil cheio de jogadores que ninguém conhecia, a equipa começou a fazer uns resultados jeitosos - e no final, contas feitas, alcançava um brilhante 5.° lugar, que só perderia por ter sido penalizado com a subtração de 6 pontos por causa do famigerado "caso Meyong". Aí, eu disse: "O treinador é mesmo bom! Agora não o mandem embora". Mas ele infelizmente saiu. "Era muito caro", foi a explicação que me deram.

Sucede que na época seguinte o Belenenses caiu a pique - e pouco tempo depois descia à 2.ª Divisão. Também hoje alguns sócios do Benfica dizem que Jesus é caro de mais. Será. Mas como aquela história mostra, às vezes "o barato sai caro". 

- José António Saraiva, jornal Record, 31 de Julho de 2013

Mulher de Atsu sem medos: No FC Porto é só mafiosos


Ganês manifestou vontade de deixar clube para "concretizar sonhos". Dragões já rejeitaram proposta de quatro milhões de euros do Liverpool.

Casada há um ano com Christian Atsu, a alemã Marie-Claire Rupio, de 19 anos, manifestou ao ‘site’ ganês ‘ghanasoccernet’ toda a revolta pela maneira como os dirigentes do FC Porto estão a lidar com o atleta após este ter manifestado vontade em sair. "No FC Porto é só mafiosos. Como é que eles podem estar a fazer-lhe isto?", questionou a jovem "Mas ele vai conseguir o que quer", observou.

Marie-Claire diz também que o jogador está a ser alvo de perseguição, isto depois de ter anunciado na rede social facebook, há mais de uma semana, a vontade de abandonar o emblema portista, para assim poder "concretizar sonhos".

O internacional ganês, que tem mais um ano de contrato e uma cláusula de rescisão de 10 milhões de euros, não foi apresentado pelo clube no jogo com o Celta (1-0), no domingo, não participou na pré-temporada orientada por Paulo Fonseca e treina com a equipa B.

O empresário do jogador confirmou que o FC Porto rejeitou uma proposta de 4 milhões de euros do Liverpool. Sporting e Benfica, como o CM noticiou, estão atentos à situação do extremo de 21 anos.

A jovem, que conheceu Atsu quando este estava emprestado ao Rio Ave e decidiu trocar a cidade de Hamburgo por Vila Nova de Gaia, já afirmou adorar o estilo de vida português desde que veio ao país pela primeira vez, quando tinha 14 anos.

-Noticia retirada do site do Correio da Manhã

Garay é o 12º melhor defesa central do Mundo


O site “Bleacher report” fez o balanço da temporada 2012/13 e definiu o “ranking” dos melhores defesas do Mundo, no qual aparecem dois jogadores que atuam no campeonato português. 

Estamos a falar de Ezequiel Garay, defesa-central argentino que atua no Benfica, que aparece no 12.º lugar da hierarquia, e do compatriota Nicolas Otamendi, do FC Porto, que surge mais abaixo no 17.º posto.

A Juventus, com três jogadores, é o clube mais representado, num ranking em que Thiago Silva, do Paris Saint Germain surge na liderança à frente de Mats Hummels (Dortmund) e Vincent Kompany (Manchester City).

Classificação:

1. Thiago Silva (PSG)
2. Mats Hummels (Dortmund)
3. Vincent Kompany (Manchester City)
4. Giorgio Chiellini (Juventus)
5. Sergio Ramos (Real Madrid)
6. Dante (Bayern)
7. Jan Vertonghen (Tottenham)
8. Rio Ferdinand (Manchester United)
9. David Luiz (Chelsea)
10. Leonardo Bonucci (Juventus)
11. Gerard Pique (Barcelona)
12. Ezequiel Garay (Benfica)
13. Andrea Barzagli (Juventus)
14. Laurent Koscielny (Arsenal)
15. Inigo Martinez (Real Sociedad)
16. Neven Subotic (Dortmund)
17. Nicolas Otamendi (FC Porto)
18. Raphael Varane (Real Madrid)
19. Marquinhos (PSG)
20. Benedikt Howedes (Schalke)

-Noticia retirada do site do jornal A Bola

terça-feira, 30 de julho de 2013

Horror no Dragão: Adeptos do Celta de Vigo foram roubados e agredidos


La afición del Celta desplazada a Oporto todavía estaba despertando ayer de la «pesadilla» en la que, aseguran, se convirtió el partido del domingo en O Dragão. En un compromiso para el que el celtismo se había movilizado de una forma sorprendente en pretemporada, y ante un equipo que algunos consideran «hermano», se encontraron con una actitud hostil por parte de la hinchada rival que les hizo «pasar mucho miedo». Para algunos, la cosa fue más allá, llegando a sufrir violencia física y verbal, así como robos.

Varios miembros de la Peña Dani Abalo fueron agredidos a la salida del estadio. «Por la mañana ya nos recibieron con escupitajos, pero en ese momento -les retuvieron una hora dentro del estadio tras la conclusión- ya íbamos confiados. Notamos que nos perseguían, apuramos y nos arrinconaron. Empezaron a patadas y puñetazos», relata David Abalo, que iba con cuatro amigos. Les robaron camisetas y bufandas. «Escapamos como pudimos. Fue un buen susto», describe. Dos necesitaron asistencia médica.

Las bufandas y camisetas que a unos les sustrajeron, otros se las quitaron antes. «Hubo quien compró ropa para pasar desapercibido. La tensión vivida no era normal. Quién más y quién menos estaba muy asustado», explica David Penela, que abandonó O Dragão en el minuto 80 «para evitar males mayores».

«Te mataban con la mirada»

Tampoco Marta Saiz esperó al final. «No disfrutamos del partido, ya era lo de menos. Queríamos salir de allí cuanto antes», dice sobre la que considera «la peor experiencia» de su vida en un campo de fútbol. Los problemas habían empezado ya al mediodía. «Los reventas nos amenazaron y no nos dejaban acceder a las taquillas», recuerda. Luego se refugiaron en un centro comercial. «Te mataban con la mirada. Nos sentíamos vigilados y vimos gente con labios rotos. Fue horroroso», lamenta.

Algunos autobuses célticos fueron escoltados a su llegada tras los incidentes previos. «Se perdió el sentido del amistoso. No nos podíamos imaginar que fuera a pasar algo así», dice Víctor, de Carcamáns. Para Berto Carballo, de Preferencia, lo ocurrido «empañó por completo un partido que era para disfrutar».

Otro de los afectados fue la Peña Lío en Río, que así lo confirmaba ayer, pero prefería no hacer declaraciones. Según otras fuentes, este colectivo también sufrió agresiones y el robo de un teléfono móvil.

Dentro del estadio, los insultos fueron una constante. Lamentan también que no se respetara el minuto de silencio en memoria de las víctimas del accidente de tren de Santiago. «Fue todo una salvajada. Había gente con guantes de boxeo. Una batalla campal», dice Amador, de la Peña Jorge Otero. Él iba con sus hijos: «Si estoy solo y tengo que chupar dos bofetadas me preocupa menos, pero con los niños...», subraya. «Fue peor que un derbi en Coruña».

Todos apuntan en que la organización del Oporto, que les dispersó por el estadio tras ofrecer menos espacio del prometido, no contribuyó a mejorar las cosas. Coinciden, también, en que nunca volverán a O Dragão.

-Noticia retirada do site La Voz de La Galicia

Domingos Amaral esmiuça Benfica TV: Acima de 250 mil assinantes é um excelente negócio


Nas minhas aulas de Economia do Desporto, cadeira que lecciono na Universidade Católica, a estudantes de economia e gestão, examinei este ano o "case study" da Benfica TV, pois é um projecto muito original, corajoso, mas também financeiramente arriscado.

A Benfica TV é original, pois não existe no futebol europeu ou mundial nenhum caso de clubes que vendam os direitos televisivos dos jogos em casa a si próprios. Existem alguns clubes - Manchester United, Chelsea, Real Madrid, Barcelona - que têm televisões próprias (acessíveis de graça também em Portugal), mas nenhuma delas transmite jogos ao vivo e em casa.

A razão é simples: todos esses clubes recebem fortunas colossais dos operadores de Tv (ou da Liga, no caso inglês) pelos seus direitos televisivos, e portanto não têm qualquer incentivo para fazer transmissões directas nos seus próprios canais.

No entanto, é precisamente esse o problema em Portugal, e foi isso que levou o Benfica a avançar para uma televisão própria.

Até à época que terminou em Junho, o Benfica ganhava apenas cerca de 8 milhões de euros em direitos pela transmissão dos jogos em casa, uma quantia baixíssima.

Só para efeitos de comparação, diga-se que o Granada, uma das menos cotadas equipas que disputa a Liga espanhola, ganhou em 2013 cerca de 12 milhões de euros. E o Valência, a terceira equipa de Espanha, ganhou 42 milhões de euros.

Sentindo-se injustiçado, o Benfica decidiu não renovar o contrato com a Olivedesportos/PPTV, a empresa que nas últimas décadas tem dominado o mercado de direitos televisivos em Portugal.

Foi uma decisão corajosa, e ainda por cima com o apoio esmagador da maioria dos sócios do Benfica, que há muito desejavam esta separação de uma empresa que, mal ou bem, identificam como "aliada" do rival maior do norte, o FC Porto.

Durante algum tempo, o Benfica ainda esperou que aparecesse um concorrente da Olivedesportos, para furar o monopólio desta, mas tal não veio a acontecer. Paes do Amaral ainda tentou, mas desistiu da ideia.

Apesar dos esforços do presidente da Liga, Mário de Figueiredo, que tenta lutar pela contralização na Liga dos direitos televisivos, a verdade é que o mercado está atrofiado pelo monopólio da Olivedesportos/PPTV, na compra dos direitos; e também pela SportTV, na venda aos consumidores finais.

Politicamente, a entrada da Benfica TV no jogo é uma oportuna decisão política, pois liberta o Benfica do jugo da Olivedesportos, e fura o monopólio desta pela primeira vez, o que é salutar para todos.

No entanto, há riscos importantes no projecto da Benfica TV, sobretudo financeiros, e é importante analisá-los com minúcia, para que se possa perceber a dimensão da aposta de Luís Filipe Vieira.

Passando a Benfica TV a um "canal premium", com uma mensalidade de 9,9 euros, a televisão da Luz passa a ser concorrencial com a SportTV, mas é evidente que precisava de mais do que apenas 2 jogos em casa do Benfica por mês. E os campeonatos gregos ou brasileiro não têm um poder de atração muito grande.

Assim, o Benfica teve de subir a parada e disparou um tiro certeiro e ambicioso: comprou os direitos da Premier League para os próximos 3 anos, por cerca de 3 milhões de euros por ano.

É uma aposta forte, ainda por cima coincidindo com o regresso de Mourinho a Inglaterra. Só faltava Ronaldo regressar a Manchester para ser ainda mais certeira.

Porém, será suficiente para criar "value for money"? Sem jogos da Champions League, sem jogos da Liga Europa, sem jogos do campeonato português tirando os que se passem na Luz, conseguirá o Benfica tornar a Benfica TV numa mina de ouro?

Para apreciar esse objectivo, teremos de fazer contas. Se o Benfica conseguir chegar a 8 milhões de euros por ano de receita líquida (já deduzidos os custos), ficará exactamente na mesma, ou seja, ganhará o mesmo que ganhou em 2012/2013.

Acima desse valor, o Benfica estará a ganhar mais dinheiro do que nas últimas épocas. Mas ganhará mais do que podia ganhar? Recorde-se que a última oferta feita pela Olivedesportos/PPTV foi de 22,5 milhões de euros por ano, oferta essa que foi rejeitada pelo Benfica, conforme comunicado enviado à CMVM há uns meses atrás.

É portanto esse o julgamento que deve ser feito.

Abaixo de 8 milhões de receita líquida, a Benfica TV é um mau negócio.

Entre 8 e 22,5 milhões de euros de receita líquida, a Benfica TV é um bom negócio, mas não tão bom como a última oferta da Olivedesportos.

Acima de 22,5 milhões de euros de receita líquida por ano, a Benfica TV é um excelente negócio para o Benfica.


Estabelecido este critério para avaliar, vamos agora tentar calcular qual o número de assinantes que o Benfica precisa para atingir cada uma destas metas.

Quais são os custos da Benfica TV? Além dos referidos 3 milhões de euros pelos direitos da Premier League, há os outros direitos dos outros campeonatos, os custos de transmissão dos jogos na Luz, os custos com o pessoal necessário para a empresa funcionar, e coisas assim.

Embora eu não tenha acesso a esses números, parece-me razoável estimar que os custos da Benfica TV andarão à volta de 6 milhões de euros por ano.

E quais são as receitas?

Serão essencialmente as receitas dos assinantes da Benfica TV, que pagarão 9,9 euros mensais, e ainda alguma receita publicitária adicional que se consegue devido à transmissão dos jogos. Embora não seja fácil de calcular este valor, é sabido que a receita publicitária nos "canais premium" de desporto não é muito elevada, e por isso parece razoável estimar que no máximo a receita publicitária será 10 por cento da receita total.

Há ainda um problema adicional: é que nem toda a receita das subscrições vai para a Benfica TV, pois os operadores (MEO, Zon, etc) ficam com uma parte da receita até um determinado nível de assinantes. Mais uma vez, não tenho acesso a essa cláusula, mas podemos estimar que metade da receita poderá ficar nos operadores até que sejam atingidos os 30 mil assinantes em cada operador.

Assim sendo, qual será a receita líquida da Benfica TV com 100 mil assinantes, o número que o clube já atingiu?

O valor total da receita será de 100 mil vezes 9,9 euros, ou seja 990 mil euros por mês. Se multiplicarmos por 12 meses, temos 11,88 milhões de euros por ano.

Contudo, para os primeiros 60 mil assinantes, a receita para a Benfica TV será apenas de metade, pois metade irá para o operador, e só os restantes 40 mil assinantes vão directos para receita da Benfica TV.

A receita total neste caso será apenas de 8,316 milhões de euros por ano (60 mil assinantes vezes metade de 9,9 euros vezes 12 meses; e 40 mil assinantes vezes 9,9 euros vezes 12 meses).

A somar a esse valor teremos ainda a receita dos anúncios na Benfica TV, cerca de 10 por cento dos 11,88 milhões, ou 1, 188 milhões. Portanto a receita total final dará cerca de 9,5 milhões de euros.

Subtraindo a este valor os 6 milhões de euros em custos, teremos uma receita final líquida de apenas 3,5 milhões de euros, o que é muito abaixo dos 8 milhões que o clube recebia até ao final da última época.

Portanto, com 100 mil assinantes, a Benfica TV ainda não é bom negócio para o clube, pois dá menos de metade da receita líquida que o clube recebia da Olivedesportos.

Quantos assinantes precisa então a Benfica TV de ter para chegar aos 8 milhões de euros de receita líquida?

Pelas minhas contas, são apenas precisos mais 37131 assinantes por mês para o Benfica chegar a uma receita líquida de 8 milhões de euros por ano.

Ou seja, com 137131 assinantes mensais a Benfica TV passa a ser um negócio melhor do que a situação do ano de 2012/2013.

Não parece muito difícil de atingir esse número pois não? Se o clube conseguiu 100 mil assinantes em menos de um mês, conseguir mais 37 mil não será certamente muito complicado.

Porém, convém lembrar que essa era a situação na qual o Benfica achava que ganhava pouco por ano. E convém lembrar que o Benfica rejeitou uma oferta de 22,5 milhões de euros por ano.

Qual é o número de assinantes necessários para que o Benfica ganhe mais do que essa última oferta da Olivedesportos, de 22,5 milhões de euros por ano de receita líquida?

Se os parâmetros que usei nas contas se mantiverem, a partir de 250 mil assinantes, mais coisas menos coisa, a Benfica TV é um excelente negócio para o clube e ultrapassa claramente a última oferta da Olivedesportos.

Em resumo, segundo estas minhas estimativas, e volto a dizer que não tenho acesso directo a todos os números do negócio, e por isso esta é apenas uma estimativa pessoal com base em certos princípios gerais, o que se pode concluir é o seguinte:

- Abaixo dos 137 mil assinantes a Benfica TV é um mau negócio.

- Entre os 137 mil e os 250 mil assinantes, a Benfica TV representa uma melhoria da situação do clube face ao passado recente mas não ultrapassa a última oferta da Olivedesportos.

- Acima dos 250 mil assinantes, a Benfica TV é um excelente negócio para o clube, e será uma aposta vencedora de Luís Filipe Vieira.


A pergunta seguinte que se deve fazer é: e é possível a Benfica TV ultrapassar os 250 mil assinantes?

Na actual conjuntura económica, não será fácil. Com a economia ainda em recessão, há muitos benfiquistas que terão dificuldade em assinar a Benfica TV, mesmo vivendo longe de Lisboa e do estádio da Luz.

Acresce que, e esse é um dos principais riscos do negócio, por 9,9 euros os benfiquistas poderão ver 2 jogos no conforto das suas casas e podem ir menos ao estádio.

Os economistas chamam a isto o "efeito de substituição" e a Benfica TV torna-se assim numa concorrente do próprio estádio da Luz. Talvez por isso, o Benfica já baixou o preço médio dos lugares anuais cativos e provavelmente irá baixar também os preços gerais dos bilhetes, principalmente para os sócios, para evitar que eles fiquem em casa a ver na televisão.

Existem ainda dois riscos adicionais. O primeiro tem a ver com o "risco da performance" da equipa. Se Jorge Jesus não entrar bem na época, ou se o Benfica perder muitos pontos na primeira parte do campeonato, o número de assinantes tenderá a estagnar ou mesmo a diminuir ao longo da época. Por causa disso, deverá também a Benfica TV apostar noutros mercados, por exemplo os ingleses a viverem em Portugal, que assinarão por causa da Premier League.

Finalmente, há um risco evidente, que é o "risco de marca".

Os clubes de futebol têm consumidores muito fiéis dos seus produtos, mas raramente conseguem atrair consumidores de outros clubes. Só uma pequena parte dos assinantes da Benfica TV serão adeptos de outros clubes portugueses, e é quase certo que sportingusitas, portistas e outros, jamais assinarão o canal.

Assim, uma importante parte do mercado está excluída à partida, e o crescimento da base de assinantes tem um limite natural difícil de ultrapassar.

A minha conclusão final, que partilhei com os meus alunos de Economia do Desporto, é pois a de que a Benfica TV é um projecto original e muito corajoso, que vai alterar drásticamente o mercado de direitos televisivos em Portugal, mas tem riscos financeiros que não podem ser desprezados.

Chegar aos 150 mil assinantes parece-me perfeitamente possível, mas chegar aos 250 mil parece-me difícil para já, até porque a SportTV também reagiu e vai lançar um canal "low cost" para evitar a fuga de assinantes.

Veremos como correm os próximos meses, e prometo voltar ao tema quando a situação se tornar mais clara.

-Domingos Amaral, O Economista da Bola


Entrevista: Roberto confirma à Cadena Ser que sempre esteve ligado ao Benfica


«Desde que saí do Benfica, estive sempre vinculado ao clube. Talvez por isso, tenha havido até rumores sobre um possível regresso. O clube tratou-me magnificamente, mas entendemos que não fazia sentido voltar.» 

As palavras são de Roberto, guarda-redes espanhol que, nos últimos dias, tem sido alvo de dúvidas sobre a forma como terá entrado no negócio de Pizzi para o Benfica.

Clique no símbolo amarelo "oir", para aceder ao audio completo da entrevista, do guarda-redes espanhol, à Cadena Ser.

Luís Filipe Vieira no top 50 dos mais poderosos do País


O “Jornal de Negócios” elegeu Luís Filipe Vieira como um dos Mais Poderosos da Economia Portuguesa. Na edição de hoje nas bancas, o diário do universo Cofina, que Record também integra, classifica o presidente do Benfica como o 49.º Mais Poderoso, num ranking que publica todos os anos no verão. Este é o primeiro ano em que Vieira integra a lista, em grande parte por causa do ascendente da Benfica TV, que perfila o clube como o grande concorrente da Sport TV.

O Negócios identifica ainda a “rede” de poder de Vieira, com os seus amigos, inimigos e aliados. Nas edições passadas, Joaquim Oliveira, Pinto da Costa e Jorge Mendes já integraram esta lista. Todos os anos no verão, o “Jornal de Negócios” publica diariamente perfis dos 50 Mais Poderosos da Economia Portuguesa.


-Noticia retirada do site do jornal Record

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Voto de confiança em Jesus selou saída de Cardozo


Está a chegar ao fim a novela Cardozo. Como era inevitável, o paraguaio partirá por não haver alternativa ao ato irrefletido que protagonizou no final da Taça de Portugal. Não é tempo agora de medir as consequências desportivas do adeus, mas de avaliar a extensão disciplinar de quem pôs em causa a autoridade do treinador aos olhos de toda a gente. 

Com ou sem Jorge Jesus, o futuro de Tacuara na Luz seria sempre altamente problemático, porque não é possível viver totalmente em paz com um homem que se comporta daquela forma destemperada com um superior hierárquico, mais ainda numa atividade pública. 

Luís Filipe Vieira seguiu o instinto e manteve a convicção de que JJ é o homem ideal para o Benfica; resistiu à corrente interna que lhe pedia outra decisão e manteve o impulso inicial. O futuro de Cardozo ficou traçado no instante em que o presidente manteve o voto de confiança no treinador. 

E, desse modo, não fazia qualquer sentido LFV escolher JJ para depois forçá-lo a trabalhar com alguém que lhe faltou ao respeito. O longo processo de transferência do avançado nunca pareceu manifestação de dúvida quanto ao desfecho da história. Mesmo considerando o apelo real de indulto (Eusébio intercedeu pelo perdão), o senso comum diz-nos o essencial: Cardozo não pode continuar no Benfica.

A atitude do jogador transportou ainda o peso da ingratidão sobre o seu principal defensor, aquele que o elevou de dispensável a mito da história encarnada. Se 160 golos pelas águias dessem a Tacuara o direito de abordar JJ em tom ameaçador, com dedo em riste e a empurrá-lo perante milhares de pessoas, CR7 e Messi estavam desde já autorizados a torturar qualquer treinador ou presidente, como, onde e quando entendessem. 

O que se passou no Jamor ultrapassou o futebol: foi um episódio que envolveu relações humanas; um diferendo que pôs em causa a harmonia de toda a comunidade e que só tinha uma solução para encarar o futuro sem grãos de areia na engrenagem. 

-Rui Dias, jornal Record, 28 de Julho de 2013

Fernando Martins: O homem dos ordenados baixos e dos prémios altos


Denis Diderot, filósofo francês do século XVIII, escreveu um dia que «a imortalidade é uma espécie de vida que nós adquirimos na memória dos homens.» Assim sendo, é na memória dos homens que perdurarão figura e obra de Fernando Martins, ontem desaparecido, aos 96 anos. 

Homem simples, que subiu na vida a pulso, teve o Benfica por paixão e no clube da Luz deixou marca indelével. Foi presidente do Benfica num tempo em que a engenharia financeira não tinha virado moda e soube administrar o clube sem gastar o que não tinha. 

É possível encontrar paralelismo entre Joaquim Ferreira Bogalho e Fernando Martins (e estamos a falar de dois dos mais importantes presidentes do Benfica!). Ambos com forte sentido de patrimónío; um e outro de contas ao tostão; cada um deles apologista da disciplina e da ordem: ninguém podia estar acima do Benfica.

Quis o destino que me cruzasse com Fernando Martins, que até ao último dia tratei por «presidente».

Em 1982, jogava eu no Portimonense e era Fernando Martins presidente do Benfica, este convidou-me a transferir-me para a Luz «por sugestão de Lajos Baroti.» Acertámos agulhas (naquela negociação e nas duas renovações que se seguiram) e aprendi a respeitar um homem que tendo uma imagem exterior de alguma dureza, era capaz de manter a porta aberta para resolver os problemas de quem o procurava.

Depois, Fernando Martins tinha uma vertente supersticiosa muito marcada, basta dizer que para os jogos, de verão ou inverno, levava sempre o mesmo fato creme; e antes da equipa subir ao relvado, na cabina, normalmente depois do treinador dar as derradeiras instruções, Fernando Martins lá vinha avisar que estivéssemos preparados «porque todos querem ganhar ao Benfica. Ninguém dá um pontapé num cão morto. E se nos querem dar pontapés é porque sabem que mordemos.» 

Era esse o momento em que, invariavelmente Carlos Manuel perguntava, «então presidente, não se esqueceu de nada?» E Fernando Martins lá dizia, «ok, o prémio hoje é a dobrar.» 

Até nisso Fernando Martins andou à frente do seu tempo. Conseguiu, durante o seu consulado, implementar uma política de salários baixos (quando comparados com Sporting ou FC Porto) e prémios altíssimos. Que funcionou, ou não tivesse conquistado três campeonatos, duas Taças e levado o Benfica, 15 anos depois de Wembley, a uma final europeia. 

E fechou o terceiro anel, obra ciclópica que dotou o estádio da Luz de 120 mil lugares. 

A seguir, a vulgarização da TV (e o Euro 2004) acabou por justificar um estádio menor.

-José Manuel Delgado, jornal A Bola

Luís Avelãs: Jesus tem muito para resolver no aspecto defensivo


Phil Jackson, o lendário treinador da NBA que conseguiu sacar todo o virtuosismo a atletas da estirpe de Jordan, Pippen, Kobe ou Shaq, colecionando títulos numa das competições mais disputadas e duras do planeta, disse um dia que os ataques ganhavam jogos, mas que a defesa é que conquistava os títulos. A frase, num primeiro momento, parece estranha, pois no basquetebol ou no futebol... vence quem marca mais. No entanto, depois de se pensar um pouco, também se conclui que os títulos podem perfeitamente ficar para as equipas que sofrem menos. Exemplos é coisa que não falta por aí...

Em Portugal, a época passada, o FC Porto foi campeão de futebol. Terminou com um só ponto de vantagem em relação ao Benfica, mas chegou para comemorar novo sucesso. Curiosamente, foram os encarnados quem concretizou mais golos (77 contra 70). 

Os homens da Luz lograram, inclusive, o feito raro de festejar remates certeiros em todas as partidas da Liga. No final, contudo, isso não passou de uma mera estatística. 

A defesa azul e branca (14 golos encaixados contra 20 das águias) foi determinante para o acerto das contas. Como tantas outras vezes, por cá ou no estrangeiro, a teoria de Phil Jackson confirmou-se.

Ainda estamos a alguns dias do arranque a sério da nova temporada mas, acreditando que Benfica e FC Porto são os mais sérios candidatos a vencer a principal prova interna, não deixa de ser curioso observar que os portistas apesar de dirigidos por um novo técnico continuam a revelar enorme solidez defensiva (só 2 golos sofridos em cinco partidas), enquanto as águias prosseguem a estranha tendência para marcar muito, mas também para ver demasiadas bolas dentro da sua baliza. 

Feitas as contas, e deixando de lado os jogos da Taça de Honra (a maioria dos elementos utilizados não farão parte da equipa principal), o Benfica marcou e sofreu em todos os encontros. Até diante do modesto Étoile-Carouge.

Sendo certo que é a anunciada saída de Cardozo, que mais atenções e lamentos merece entre os adeptos benfiquistas, Lima e Markovic têm estado em evidência, somando já 10 golos, mas é discutível que a regularidade anotadora do paraguaio não possa vir a fazer falta, a verdade é que o problema parece residir, mais uma vez, na ineficácia defensiva. 

Uma equipa que acabou a temporada passada a sofrer golos nos derradeiros oito encontros, não devia começar a pré-época seguinte a repetir a dose em mais seis. Jorge Jesus tem muito para resolver nesse aspeto. 

E de pouco lhe adianta pensar que isto agora ainda é a brincar. É que as lacunas evidenciadas com Artur a estar repetidas vezes no centro da questão não diferem muito das verificadas há uns meses. E o técnico benfiquista deve desejar tudo menos um final de época similar ao anterior, onde a defesa nada ganhou e, pior, deitou tudo a perder.

-Luís Avelãs, jornal Record

João Querido Manha diz que Fernando Martins foi o último grande presidente que o Benfica teve


No dia 21 de setembro de 1985, o Benfica defrontou o Dínamo de Bucareste num jogo particular que assinalou a inauguração do fecho do 3.º Anel do Estádio da Luz. Acho que foi o dia mais feliz da intensa vida do benfiquista Fernando Martins, um homem de empreendimentos e obras acabadas, que lutou imenso para impor e concluir esse projeto de grandiosidade, mais tarde imortalizado nos anais da FIFA, com a enchente da final do Mundial de Sub-20 de 1991.

Ao tomar conhecimento do óbito do último grande presidente do Benfica não podia deixar de me lembrar das suas complicadas relações com a imprensa, com este jornal em particular. Lembrei-me da célebre esplanada para onde íamos desterrados, os insubmissos, e desse traço de caráter de líder centralizador e atento que assinava pelo próprio punho as credenciais de imprensa.

Não se pense, porém, que o homem, o mestre de cerimónias, o anfitrião por excelência, o relações públicas exemplar, talvez o maior hoteleiro português do século passado, violava os seus princípios de promotor de encontros e relações cordiais, por não gostar do que lia na imprensa.

Nunca tive uma discussão com ele e nem me posso queixar de que me tenha mandado perseguir, insultar ou mal informar. Pelo contrário, só recordo momentos de cordialidade e respeito, alguns de muito boa disposição, como alguns célebres jantares dos presidentes em Zurique, antes dos sorteios da UEFA, ou aquela expedição à América do Sul para contratar Careca e Menotti, quando em pleno lobby do Copacabana Palace nos explicava como escondia os dólares enrolados num saco de plástico por dentro dos calções de banho para iludir os assaltos no calçadão.

Muitos outros tentaram e continuarão a tentar condicionar o trabalho dos jornalistas. Nunca me queixarei disso, pois considero-o um osso do ofício, fruto de uma cultura e de uma educação marcadas pela ausência de liberdade, e habituei-me a enfrentar essas contrariedades com a mesma bonomia e boa disposição com que há 25 anos íamos ver os jogos na esplanada do Estádio da Luz, sujeitos à pressão dos adeptos.

Nem nessa ocasião extrema, Fernando Martins cortou as pontes para o entendimento, que surgiria mais tarde, tal como aconteceu com os presidentes do FCPorto e do Sporting, como nenhum outro conseguiu nestas três décadas. Por isso, só se pode dizer que perdemos um grande homem, um grande industrial, um referencial para o dirigismo desportivo dos nossos dias.

-João Querido Manha, jornal Record

domingo, 28 de julho de 2013

Álvaro Magalhães: "Fernando Martins foi um homem de balneário"


Fernando Martins, que morreu este Domingo, “foi um dos melhores presidentes que o Benfica teve”, afirma Álvaro Magalhães, antiga glória encarnada.

“Foi uma pessoa extraordinária. Além de um grande senhor, era um senhor presidente e um grande amigo de todos os jogadores, funcionários e dirigentes desportivos, não só do Benfica”, recorda o treinador, em declarações à Renascença.

“Fernando Martins foi um homem do balneário, também. Cinco minutos antes de começar as partidas ia ao nosso balneário desejar boa sorte, pedir a todos os atletas que procurassem a sorte, com trabalho, com dedicação. É um amigo que se vai embora, que nos deixa, mas que fica para sempre na memória de todos”, sublinha Álvaro Magalhães.

Fernando Martins morreu este domingo, aos 96 anos. Foi presidente do Benfica entre 1981 e 1987. Ganhou dois campeonatos e foi o responsável pela conclusão do terceiro anel do antigo estádio da Luz.

-Noticia retirada do site da Rádio Renascença

Presidente da Câmara de Lisboa quer construir "grande parque" para homenagear Eusébio


A ideia foi sugerida ontem pelo presidente do Benfica, durante o discurso de inauguração do museu do clube. «É da mais elementar justiça que a cidade de Lisboa dedique a Eusébio um espaço permanente. Um espaço dedicado a um dos maiores talentos de sempre do futebol mundial e que sempre foi, e será, bandeira de Portugal», disse Luis Filipe Vieira, com o Pantera Negra a levantar-se nessa altura para agradecer as palmas que imediatamente se fizeram ouvir no auditório, situado no terceiro e último piso do museu.

A este repto, e à reação entusiástica dos presentes, respondeu António Costa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, com total disponibilidade para um projeto em comum: «Eusébio merece mais do que uma rua, merece muito mais do que uma avenida, merece muito mais do que uma praça. Merece algo que permita às gerações futuras renovar esta paixão pelo desporto e este compromisso pelo desporto. Acho que a melhor homenagem que podemos prestar-lhe é fazer um grande parque que contribua para a formação desportiva, educativa e cívica dos jovens da cidade de Lisboa. Acho que juntos devemos fazer isso, porque a cidade quer fazer isso, porque a cidade sabe o muito que deve ao Eusébio e ao Benfica, e sabe o muito que o Eusébio e o Benfica têm para dar às novas gerações.»

Eusébio, comovido e ainda em momento de festa também pelo aniversário da mulher no dia de ontem, recebeu satisfeito este contrato de intenções. «Fico muito honrado, é uma satisfação enorme pensarem nisso. Acho que não mereço algo assim, mas está nas mãos dos presidentes do Benfica e da Câmara Municipal. Gostava de ter oportunidade de ver essa obra com os meus olhos, seria algo fantástico. Já tenho a alegria de ter uma estátua, e na próxima semana espero mostrar o museu aos meus netos».

«O Melhor Museu do Mundo!»

Eusébio foi, claro, personalidade central na cerimónia de ontem, como também o é no próprio museu e sempre será no Benfica. O clube é também a vida do Pantera Negra, como ele não se cansa de lembrar, e por isso mesmo tanta emoção no discurso da lenda benfiquista. «Ainda estou a assimilar tudo isto. Já visitei muitos museus no Mundo inteiro e nunca vi um assim. Não o digo por ser do Benfica mas é de certeza o melhor do Mundo! O clube está de parabéns.»

Quando viu o museu pela primeira vez, Eusébio ficou com «lágrimas nos olhos», confessando-se «orgulhoso» com a obra. Só lamenta uma coisa: «Que os altos responsáveis políticos deste país não tenham estado aqui para prestar a devida homenagem ao Benfica. Não tem a ver com serem ou não benfiquistas; acima de tudo o Benfica é um clube português.»

-Noticia retirada do Jornal A Bola

Fernando Guerra destaca "enorme empreitada" do presidente Vieira


Afirmou Luís Filipe Vieira, ontem, dia da inauguração oficial do museu Cosme Damião, em homenagem a um dos fundadores e das mais relevantes figuras da história do clube, estar perpetuado o ponto de partida da maravilhosa aventura iniciada há mais de cem anos e que gerou a instituição Sport Lisboa e Benfica, de que se conhece apenas, além da grandeza e do prestígio universalmente reconhecidos, o ano e o dia em que tudo começou, 28 de Fevereiro de 1904, o tal ponto de partida a que se refere Vieira, porque o de chegada, como sublinhou, ninguém alcança: haverá Benfica enquanto houver Mundo...

Com uma lágrima a espreitar no canto do olho, como canta o angolano Bonga, também ele atleta de sucesso do emblema da águia, o presidente benfiquista, com a humildade de um homem simples, vê neste museu a obra mais apaixonante desde que chegou à presidência. 

A última, para quem ainda tem memória neste País. Para trás, ficaram a reconstrução de um clube destroçado, as árduas batalhas que foi preciso travar para devolver-lhe o respeito e a credibilidade, a estabilização financeira, o centro de treinos do Seixal e a edificação do novo Estádio da Luz, escolhido pela UEFA para palco da final da Liga dos Campeões no próximo ano. 

Falta-lhe a chamada terceira fase da sua enorme empreitada: reconquistar a liderança futebolística e recolocar a equipa no patamar da década de 60. 

O problema é que Vieira é só presidente; não treina...

Ontem, assinalou-se uma data de especial significado na vida do maior clube português. O Governo esteve representado pelo ministro Marques Guedes. 

O primeiro-ministro, apesar de convidado em devido tempo, expressou a sua indisponibilidade, embora tivesse estado no complexo da Luz na quarta-feira, na cerimónia de abertura do Europeu de muaythai, evento por certo mais importante na ideia de Passos Coelho. 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 27 de Julho de 2013

sábado, 27 de julho de 2013

Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira denunciados como cúmplices intervenientes do delito de gestão fraudulenta


A contratação de Ángel Di María, há seis temporadas, ao Rosário Central, continua a estar envolvida em grande polémica, devido a 20 por cento do passe do jogador que haviam ficado na posse do clube argentino e outros 20 por cento de uma mais-valia de uma futura venda que desapareceram e que levaram agora um funcionário do Ministério Público argentino a chamar a depor ex-dirigentes do Rosário Central e, também, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, assim como Domingos Soares Oliveira, administrador executivo da SAD encarnada, que foram denunciados como "cúmplices intervenientes do delito de gestão fraudulenta" por Pablo Scarabino, presidente do Rosário Central em 2007, quando se realizou a operação.

"A procuradora Ana Rabín pediu que fossem chamados para interrogatório os dirigentes do Rosário Central, que acusamos de gestão fraudulenta. Nos casos de Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira, tratam-se de pedidos de esclarecimento, que é uma instância intermédia. Calculo que tenham de o fazer na primeira quinzena de Agosto, embora nestes casos possa demorar um pouco mais porque a intimação tem de ser enviada através do consulado. Mas vão ter de se apresentar na Argentina, se não vão estar em incumprimento", explicou Sergio Martyniuk, advogado de Scarabino, ao jornal "O Jogo".

Um imbróglio com seis anos

Todo este imbróglio que envolve os dirigentes encarnados foi explicado detalhadamente pelo jornal "O Jogo". De facto, quando se processou a transferência de Di María e Andrés Diáz, em 2007, para o Benfica, ficou estabelecido que o Rosário Central "transferia a totalidade dos direitos federativos e 80 por cento dos económicos" e o preço estipulado foi de 5,5 milhões de euros, com o clube encarnado a ter de liquidar todos os impostos e percentagens inerentes à operação (1.347.500 euros). Além disso, na quarta cláusula do contrato a que o jornal desportivo teve acesso, acrescenta-se que "o clube vendedor mantém 20 por cento da mais-valia sobre o preço acordado por uma futura transferência". E esclarece-se que "o clube vendedor poderá optar pela aquisição deste direito até 30 de Julho de 2008, tendo de pagar por ele dois milhões euros".

Assim sendo, no total, o Benfica deveria pagar 7.252.500 euros, mas acabaria por depositar 8.353.790,83, ou seja, pagou 1.101.290,83 euros a mais. A partir desse erro, as águias negociaram no ano seguinte com o Rosário Central o pagamento do que restava para chegarem aos dois milhões de euros e ficar com os 20 por cento da mais-valia e a Comissão Directiva, que já não era presidida por Pablo Scarabino, mas sim por Horacio Usandizaga cedeu por esse montante também os 20 por cento dos direitos económicos.

"A documentação é muito clara. Por isso apresentámos a denúncia de gestão fraudulenta contra Horacio Usandizaga, Hugo Ruggiero e Ricardo Milicic, que encabeçavam a Comissão directiva e assinaram essa venda. E também a Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira os denunciámos como cúmplices indispensáveis à concretização da operação", esclareceu Sergio Martyniuk.

Caso chegou a estar arquivado

Esta denúncia feita há quatro anos chegou primeiro às mãos do juíz Juan José Pazos, que a arquivou, antes da Câmara de Apelo ter revogado a decisão de Pazos e enviado o processo ao juíz Luis María Caterina, que lhe deu seguimento. "Queremos saber o que vão dizer sobre o que aconteceu aos 20 por cento dos direitos económicos que desapareceram", insistiu ainda o advogado.

Na denúncia, há que referir que Sergio Martyniuk também menciona a Gestifute, de Jorge Mendes, por "esta mesma empresa que acessorou a empresa ter sido depois beneficiada com a compra de 10 por cento dos direitos económicos de Di María".

-Noticia retirada do site Noticias do Futebol

Fotos: Inauguração do Museu Benfica Cosme Damião com muitos Vips e ex-atletas























































-Fotos retiradas do site oficial do Sport Lisboa e Benfica