sexta-feira, 12 de junho de 2015

Bagão Félix fala em estalinismo para criticar foto apagada de Jesus

 

1. O treinador do Benfica está em merecido gozo de férias, depois do bicampeonato. No seu ainda clube (que lhe paga até 30/6), já não há contactos, a não ser os convites para cativar outros empregados a ir com ele para o SCP. Já neste clube, o trabalho não pára, mesmo em férias. No mundo à parte que é o futebol (com ou sem fairplay) esta é a prática, bem sei. Acontece que, neste caso, a transumância faz-se num contexto e ambiente de todo inabituais. J. Jesus saberá todos os 'segredos de fabrico' do Benfica e detalhes do planeamento da nova época. Algum cuidado e atenção para com a ainda sua entidade patronal seriam sensatos e justos. Pelo menos por respeito aos sócios e simpatizantes do SLB a quem JJ pediu sempre um apoio incondicional. 

2. Esta mudança, de que tenho pena, mas respeito, faz-me lembrar o que já aconteceu no sistema bancário com toda a 'normalidade': presidente do Banco A mudando, de um dia para o outro, para o Banco B, Governador do B. Portugal a passar fulminantemente de supervisor para banco supervisionado e vice-versa. Lamentável e só possível num país onde as regras éticas andam pelas ruas da amargura.

3. Aliviado fiquei por um redundante 'consultor motivacional' e muito bem pago ter acompanhado Jesus para Alvalade. Qualquer atleta do Benfica ou está motivado pela possibilidade de jogar lá, ou então não há consultor motivacional (nome curioso e evidentemente abrasileirado) que o motive.

4. Lamentável, o 'revisionismo estalinista' subjacente à ideia peregrina de tirar JJ da fotografia dos campeões 2014/15. Como disse Aristóteles, o passado é tão exacto que nem Deus o pode apagar... 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 11 de Junho de 2015.

Coentrão a caminho da Luz



Fábio Coentrão é cada vez mais um alvo concreto do Benfica para a próxima temporada e a chegada do internacional português a uma casa que bem conhece começa a ganhar contornos realistas, segundo informações recolhidas pelo zerozero.pt.

Depois de ter dito de forma categórica que em Portugal só admite representar os bicampeões nacionais, na sequência do alegado interesse do Sporting, o esquerdino de 27 anos tem sido tema de conversa entre as águias e o Real Madrid que até já terão chegado a um acordo para a cedência de Fábio Coentrão por empréstimo.

As boas relações entre os dois clubes terá facilitado o entendimento, faltando agora avançar para as negociações com o lateral natural de Vila do Conde. O salário que Coentrão aufere em Madrid situa-se acima do teto estabelecido por Luís Filipe Vieira, pelo que vai ter de haver forçosamente um encontro de vontades entre as duas partes.

O certo é que o internacional luso pretende voltar a desempenhar um papel de destaque com vista ao Campeonato da Europa do próximo ano, depois de ter deixado para trás uma época menos conseguida em Madrid. Em 2014/2015, Fábio Coentrão disputou apenas 17 jogos oficiais pelos merengues em todas as competições, sendo que também não entra nas contas de Rafa Benítez para a nova temporada.

-Fonte: zerozero.pt

Bernardo Ribeiro: Saída de Jesus não matou a águia


Um novo treinador depois de seis épocas de convivência marca qualquer clube. Contratá-lo após Jesus, que ganhou três Ligas nas últimas seis, mais ainda. Num dos mais conturbados defesos de que há memória, a chegada de Rui Vitória ao Benfica é mesmo marcante. Somada à mudança de paradigma, defendida por Vieira, leva-nos a um clube à procura de nova vida. Entre a aposta na formação e o desejo do tri, há gerações, uma miragem, a águia faz um caminho que deve trilhar com cautela.

Não será a aposta nos jovens do Seixal que dará maior competitividade ao Benfica. A ideia passa sim pela racionalização de custos, sendo que os salários baixos de quem chega da formação deixarão margem orçamental para as trutas. Mais, Vieira percebeu que os jovens podem render bom dinheiro mesmo sem chegarem à titularidade. Valores como Bernardo Silva ou Cancelo provaram a teoria. Com Vitória ao leme, homem sem medo de apostar nos miúdos, sejam de que nacionalidade forem, a política pode trazer ainda melhores resultados financeiros à tesouraria da Luz.

A chegada de Rui Vitória ao Benfica tem sido abafada pela tempestuosa saída de JJ e consequente despedimento de Marco Silva. Uma injustiça que não deverá durar muito tempo. O ex-técnico vimaranense merece ser levado muito a sério. Os bons trabalhos realizados nos clubes anteriores, o conhecimento global do futebol nacional em todas as suas vertentes e um pragmatismo que poderá ser útil a quem terá agora melhores armas para entrar na luta, fazem dele um dos favoritos à conquista do título. Sim, pode dizer-se que o Benfica é sempre candidato. Mas é bom que não se pense que a saída de Jesus matou a águia. Ela está apenas à procura de uma nova identidade. E pode bem continuar a ganhar. 


Bernardo Ribeiro, jornal Record, 12 de Junho de 2015.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Vítor Serpa diz que Rui Vitória poderia vir para adjunto de um treinador mediático


Todos os indicadores conhecidos dão Rui Vitória como próximo treinador do Benfica. Porém, a demorada gestão do anúncio oficial vai dando oportunidade a diversas e inevitáveis especulações.

De facto, nem para contratar José Mourinho ou Pep Guardiola o Benfica precisaria de tanto tempo e, por isso, calcula-se que as conversações com Vitória (treinador) depois de tudo acertado com o Vitória (clube) tivessem sido fáceis, rápidas e conclusivas.


Falemos então de especulações que se ouvem sobre o estranho calendário da comunicação do Benfica.


O primeiro argumento diz respeito ao facto do Benfica ter a noção clara de que o povo benfiquista não ficará propriamente entusiasmado com a troca de uma certeza como Jorge Jesus por uma dúvida como Rui Vitória. Claro que ninguém ousará contestar os méritos do novo treinador no excelente trabalho realizado em Guimarães, mas há sempre a ideia de que falta provar capacidades técnicas e psicológicas num clube grande em tudo e, especialmente, na pressão do dia a dia. Daí que não haja qualquer pressa no anúncio oficial.


O segundo argumento é mais elaborado. Diz-se que o Benfica poderá querer apresentar, primeiro, uma grande contratação como jogador, alguém que seja capaz de chamar de tal forma a atenção que, de uma vez, diminuirá o impacto da saída de Jorge Jesus e tornará a entrada de Rui Vitória menos visível, ou seja, mais discreta.


O terceiro e último argumento é quase impensável e só surge ao nível mais delirante da especulação. O Benfica estaria a fechar a contratação de um treinador mediático e Rui Vitória seria, apenas o seu número dois. 


- Vítor Serpa, jornal A Bola, 11 de Junho de 2015