A Liga e a maioria dos dirigentes dos clubes não têm emenda. A habitual fuga em frente ontem sufragada ressurge como a solução milagrosa, felizmente condenada à recusa pelo plenário da Federação, a quem compete impedir o último passo para o abismo.
Um ano depois de ter assumido uma derivação positiva na gestão do futebol profissional, prometendo mais dinheiro, mais notoriedade e mais independência, a nova direção da Liga só averbou derrotas e desconfianças.
Perdeu para sempre a possibilidade de entendimento com o principal contribuinte líquido da televisão, bilheteira e merchandising, o Benfica, que inviabilizou uma futura negociação em bloco, viu o campeonato desaparecer do sinal aberto das televisões pela primeira vez em 50 anos, perdendo margem de negociação com os patrocinadores, e ficou nas mãos da Federação e da tutela governamental em todos os itens desportivos, da arbitragem à justiça, da calendarização à segurança.
Portanto, no atual contexto nacional, a Liga não serve para nada, está moribunda, mas parece que ainda não percebeu.
A divisão administrativa das duas entidades, com a organização dos jogos ainda delegada, não tem razão de ser, representa um custo acrescido em tempo de crise aguda e sugere um regresso às origens, com a Federação a dever retomar conta de todo o futebol nacional e não apenas das seleções.
Semana após semana, a Liga assiste envergonhada e impávida às notícias sobre a concorrência desleal de clubes que não pagam salários e têm contas cheias de buracos.
Em vez de encontrar soluções para os sócios que ainda podem ser recuperados e revitalizados, de acordo com a lei, propõe-se agravar as condições em que todos se debatem, aumentando o grupo dos incumpridores e desportivamente desleais.
Em vez de olhar em frente, a Liga volta-se para o passado: não são boas vistas.»
- João Querido Manha, jornal Record, 7 de Abril de 2013
pois eu que pensava que este senhor era do sistema afinal enganeime ainda bem é uma lufada de ar fresco que bem precisamos obrigada
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