terça-feira, 9 de abril de 2013

Nuno Farinha: Menos Cardozo, mais Kelvin


Oscar Cardozo perdeu o estatuto de titular indiscutível do Benfica na fase em que tudo se vai decidir. Jesus elegeu há muito tempo a Liga como objetivo prioritário e os números são élaros: nesta série de sete vitórias consecutivas do Benfica, o paraguaio marcou apenas três dos 22 golos apontados pela sua equipa (dois de penálti) e os últimos dois jogos começou-os no banco. Nunca a sua condição de indispensável tinha sido colocada em causa como agora.

Envolvido ainda em três competições, e com boas hipóteses de vencê-Ias, há algum tempo que Jesus iniciou o processo de gestão do planteI. Distribui minutos, dá ritmo a quem precisa, descansa quem está com mais quilómetros. Tudo em função de um bem prioritário que é a Liga. 

Ora, nesse sentido, a equipa chega aos últimos dois meses da temporada com Cardozo "despromovido" para a Liga Europa. No campeonato, que é o que mais importa, JJ passou a confiar na competitividade/solidariedade de Lima e Rodrigo em detrimento do jogo mais dependente de Cardozo. 

O paraguaio continua a ser um elemento importante no plantel, sim. Mas não o mais importante - como se julgou durante tanto tempo.

A sete minutos do final do FC Porto-Sp. Braga os campeões nacionais estavam afastados do título. Liedson via o jogo no banco e mostrava cara de poucos amigos no momento em que Lucho saía para a entrada de Kelvin. No relvado arrastava-se um FC Porto descaracterizado, sem encontrar a própria marca de bom futebol, a renunciar aos habituais princípios de jogo. Bancadas em protesto, treinador inquieto e Pinto da Costa apreensivo. Até que o improvável Kelvin levantou a crista e sacou dois momentos de pura inspiração que devolveram a equipa a uma luta que parecia prestes a acabar.

Há dois estados de alma no topo da classificação. Um Benfica brilhante, arrasador, goleador e carregado de soluções. 

E um FC Porto sofrido, cansado, descrente e com pouco por onde escolher. 

A realidade prova, no entanto, que mesmo assim o equilíbrio pode durar até à última jornada.» 

- Nuno Farinha, jornal Record, 9 de Abril de 2013

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