segunda-feira, 22 de julho de 2013

Carlos Daniel: Porto mais parecido com o Benfica


Os primeiros esboços mostram um FC Porto algo diferente e o Benfica do costume. Paulo Fonseca introduz mudanças, Jorge Jesus insiste nas mesmas ideias. Pelo menos na aparência, o primeiro FC Porto de Fonseca acrescenta às rotinas da equipa as ideias que o treinador leva, enquanto o quinto Benfica de Jesus se rege pelas convicções dos quatro anteriores, desafiando a recomendação de Einstein, de que não se deve fazer a mesma coisa esperando um resultado diferente. O curioso é que a ideia de jogo do FC Porto, que ganhou, pode tornar-se mais parecida com a do Benfica, que perdeu.

O Benfica tem um plantel mais equilibrado, com mais soluções no centro da defesa e as laterais entregues a Sílvio e Cortez, mais sólidos do que Maxi e Melgarejo. Mantém, no entanto, o perfil de risco, com dois homens a dar largura nas faixas e um segundo avançado (Djuricic ou Sulejmani) nas costas do avançado referência. Muda alguma coisa por via das características dos jogadores (Lima trabalha mais do que Cardozo, Djuricic gere melhor a posse do que Lima) mas continua a haver só dois médios (sem alternativa a Matic, e se houver Matic) e mantém-se a filosofia de transformar cada posse de bola num ataque.

Coletivamente, o FC Porto mantém os princípios de posse de bola, controlo dos ritmos do jogo e de uma defesa subida para conseguir pressão alta eficaz. O que muda, no imediato, passará por três vetores: uma inversão do triângulo do meio campo, maior largura dos alas dos dois lados e mais risco no um contra um por parte dos extremos. Falta saber se é para manter, no balanceamento entre as vantagens - maior apoio a Jackson e mais ações de desequilíbrio na faixa - e os inconvenientes - mais dificuldade em arrumar Lucho, que não é médio-defensivo nem 10, e necessidade de encontrar equilíbrio numa solução que acrescenta um jogador ofensivo.

O FC Porto tem o desafio de substituir Moutinho (por isso insiste em manter Fernando) e o Benfica vive a angústia de ficar sem Matic mas do ponto de vista das soluções ofensivas qualquer das equipas está ainda mais forte. O FC Porto junta Quintero, Licá, Ghilas, Kelvin a tempo inteiro e talvez Iturbe ao arsenal que já tinha, enquanto o Benfica acrescenta Sulejmani, Djuricic e Markovic a Salvio, Gaitámn, Ola John, Rodrigo e Lima. É também isso - ter mais quem desequilibre na frente - que pode aproximar o jogar do FC Porto ao do Benfica, sendo que seguramente os deixa, aos dois, ainda mais solitários na corrida ao título.

-Carlos Daniel, Diário de Noticias

1 comentário:

  1. DIFICILMENTE SE IRÃO PARECER COM O BENFICA.
    NÃO SABEM O QUE É JOGAR LIMPO

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