sexta-feira, 6 de julho de 2012

Leonor Pinhão comenta a proibição dos empréstimos


A proposta veio da Madeira, mais exatamente do Nacional, e foi aprovada em assembleia geral da Liga de Clubes. Parabéns, portanto, ao Nacional da Madeira por ter levado à reunião magna do futebol profissional a questão, que era urgente há décadas, da interdição dos empréstimos de jogadores entre clubes que disputam o mesmo escalão. 

Por 19 votos a favor, 9 votos contra e 1 abstenção ficou democraticamente decidido que, daqui para a frente, estão os emblemas que alinhem nos mesmos quadros competitivos formalmente impedidos de emprestar ou de receber por empréstimo jogadores. 

Foi uma agradável surpresa que marcou o fim de junho e que vai marcar, confiando no bom senso da indústria, já a próxima temporada oficial. 

E não é de crer que a história volte atrás. Sejamos otimistas! Embora entre o crer e o querer vá uma grande distância, enorme mesmo, nestes passos moralizadores do nosso futebol. 

Haverá sempre quem creia e quem não queira. 

O presidente do Nacional, Rui Alves, definiu a sua proposta como «benéfica para a verdade desportiva». E é verdade que sim. 

O futebol é como a mulher de César, não lhe basta ser sério, tem de o parecer e é nesse sentido que esta alteração ao regulamento das provas oficiais vem, liminarmente, desarticular o pasto de suspeitas e de especulações que se instala com grande aparato mediático sempre que, no decorrer das provas e quando a coisa está a aquecer, se defrontam clubes que emprestaram jogadores uns aos outros. 

Na época passada, quando o Benfica foi jogar a Paços de Ferreira, não se falou noutra coisa durante a semana que antecedeu o jogo do que de uma eventual e insultuosa predisposição para ronha por parte do jovem Melgarejo, jogador do Benfica emprestado ao Paços. 

Os receios, em nome da dita verdade desportiva, revelaram-se infundados embora o Benfica tenha ganho o jogo. 

Melgarejo fez uma exibição convincente, ainda atirou uma bola ao poste da batiza do seu patrão e só mentes muito tortuosas poderão ter concluído que o bom do Melgarejo, por ser o rei da pontaria criminosa, acertou nos ferros de propósito para não fazer um golo a Artur. 

É por estas e por outras que nova legislação sobre empréstimos de jogadores é obra que merece todos os encómios. 

Suspeições sobre dirigentes e suspeições sobre árbitros mancharam sem remissão o bom nome do futebol português nos últimos anos e muito para além do campo estreito e maldoso da boataria nacional. 

Houve processos judiciais, gente escutada, gente presa e todas essas delinquências saltaram para a praça pública de forma retumbante. 

O futebol, no entanto, sobreviveu à investida dos polícias e dos juizes. 

Outra coisa não seria de esperar. No entanto, ao contrário do que já sucedeu em outros países, nunca em Portugal as suspeitas de batotice institucionalizada caíram sobre os jogadores de futebol. 

E é bom que assim continue para que possamos continuar a pagar bilhete para ver um espetáculo sabendo, de antemão, que os artistas em cena são profissionais de maior ou de menor talento mas, e isso é que é importante, são gente acima de qualquer suspeita. 

É que sendo o futebol um jogo de sorte e de azar ninguém está a salvo de um simples e inocente acidente que pode tomar proporções de escândalo por causa das más-línguas do clubismo exacerbado. 

Há muitos anos, era Jorge Costa um jovem jogador do FCPorto emprestado ao Marítimo, e num jogo disputadíssimo entre os dois emblemas acabou por sorrir a vitória ao FCPorto com um auto golo do desastrado Jorge Costa.

Lembram-se? 

É bom, melhor dito, é ótimo que estas coisas nunca mais voltem a acontecer em defesa da reputação dos artistas. 

Na última assembleia geral da Liga de Clubes, na sessão em que se votou a interdição de empréstimos de jogadores entre clubes que disputem o mesmo escalão, foi o Sporting um dos emblemas a apoiar a proposta do Nacional da Madeira e a votá-la favoravelmente. 

Luís Duque, o dirigente que representou o clube de Alvalade na dita reunião histórica, explicou no final da sessão o sentido do seu voto: «Servirá para evitar que se repitam algumas situações que têm vindo a acontecer de há uns anos para cá e que podem facilmente ser entendidas como pouco claras», disse e disse muito bem. 

É que não foi nada bonito, mesmo no final da última temporada, aquele desaguisado público entre Sá Pinto, treinador do Sporting, e Adrien, jogador do Sporting emprestado à Académica de Coimbra, nas horas que antecederam a final da Taça de Portugal que juntou os dois clubes no Jamor. 

Sá Pinto revoltou-se em conferência de imprensa contra o facto de Adrien, um jogador propriedade do Sporting, um «ativo» como se diz, ter proferido intenções de sucesso no jogo que ia disputar contra o patronato estando, para piorar as coisas, o patronado em situação declarada de black-out. 

Lembram-se? 

Também não foi assim há tanto tempo. 

As provas oficiais em 2012/2013 vão arrancar com esta novidade da proibição de empréstimos de jogadores entre clubes, que disputem o mesmo escalão. 

É uma grande notícia. Vamos lá ver se isto não volta tudo para trás. 

Seria uma pena. E uma vergonha.» 

- Leonor Pinhão, jornal A Bola, 5 de Julho de 2012

3 comentários:

  1. Esta estúpida também é contra os empréstimos... Ah!Ah!Ah!
    Além de estúpida é burra. Para onde vai a "instituição" despachar os 50 gajos que lá em encostados?
    A BOLHA é o principal inimigo do Benfica. Deixem a equipa começar a tropeçar e vocês vão ver...

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  2. olha anormal estupida e a tua mae em nao te ter
    cravado com a cabeça no lixo estupido ordinario
    pela 1 vez que aqui escrevo obrigaste-me a falar
    mal

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