sexta-feira, 20 de julho de 2012

Leonor Pinhão fala do fim do basquetebol portista



As generalizações são sempre perigosas porque, inevitavelmente, carregam uma falsidade do tipo abrangente, universal, que é de evitar a todo o custo se quisermos olhar para situações, pessoas, instituições e outras minudências com olhos de bem as ver. 


Vem isto a propósito do recente episódio ocorrido no aeroporto Sá Carneiro, da cidade do Porto, aquando do regresso da equipa de futebol do principal clube da Invicta depois de um estágio de preparação para a nova temporada realizado no estrangeiro. 

Aconteceu que os jogadores de futebol do FC Porto tinham à sua espera no aeroporto um grupo impecavelmente ordeiro de adeptos do clube que quiseram aproveitar o arraial jornalistico que sempre se monta em acontecimentos do género futebolístico para vingarem um protesto contra a anunciada extinção da secção de basquetebol do clube. 

Certamente que esta manifestação no aeroporto não foi organizada por um bando de delinquentes e é de duvidar que os adeptos do basquetebol portista presente em Pedras Rubras fossem, um a um, os mesmos que no fim do jogo decisivo do último campeonato impediram à bruta que a equipa campeã recebesse o troféu em campo. 

Na verdade, são situações que não se compadecem uma com a outra. 

E porque, à chegada da equipa de futebol do estágio no estrangeiro, não houve no aeroporto cânticos «SLB, SLB, filhos da puta, SLB» é quase permitido concluir, em abono dos presentes, que não, que não era aquela a mesma gente que se manifestou de forma tão pouco ordeira quando o Benfica foi ganhar o campeonato ao Dragão. 

À boleia do futebol e da incontornável visibilidade do futebol, os portistas amantes do basquetebol compareceram no aeroporto, equipados com os artefactos próprios da modalidade, envergando camisolas com nomes dos seus heróis da bola ao cesto. 

Não deixando de apoiar os futebolistas que regressavam a casa, os pacíficos manifestantes não enjeitaram a oportunidade de, com bons modos, fazer valer a sua tristeza pelo fim do basquetebol no FC Porto. 

Nos jornais do dia seguinte o protesto não foi ignorado. 

E seria, com certeza, esta a ideia dos protestantes. Tornar pública a sua legítima insatisfação. 

Não caiam, portanto, os benfiquistas na disparatada e abusiva tentação de concluir com pressa e regozijo que a decisão superior de acabar com o basquetebol no Dragão foi mansamente acatada pela generalidade dos adeptos portistas, arrebanhados em prol da urgência de se acabar com o basquetebol da casa pela simples razão de que se perdeu, na dita casa, o último título em disputa para o rival Benfica. 

Lá como cá, há pessoas que pensam de modo diferente e que reagem de modo diverso perante as mais diversas situações. 

A questão é que, quer na Luz quer no Dragão, há quem goste mesmo de basquetebol, do jogo propriamente dito, e não o veja como uma mera atividade - modalidade compensatória em função única e exclusiva dos dislates do futebol. 

No fundo, é uma questão de tacanhez de espírito. Tacanhos há em todo o lado, como sabemos e por muito que nos custe reconhecer. E tacanhos-exacerbados é o que é mais, ainda que não sejam maioria em nenhum dos circulos. 

Na franja benfiquista mais tacanha-exacerbada não há quem não conclua que o fecho do basquetebol portista se deve única exclusivamente ao facto de Pinto da Costa não ter aguentado psicologicamente a festa do título benfiquista no pavilhão do Dragão. 

E que, para castigar a incompreensível falha dos seus incensados super poderes e para punir, como exemplo para memória futura, a incompetência dos técnicos e dos jogadores do basquetebol que se atreveram a entregar o ouro ao bandido, outro remédio não teve o presidente do FCPorto do que sentenciar a morte de toda uma história de uma modalidade do clube de modo a que, venha quem vier incomodá-lo com o título de campeão de basquetebol conquistado pelo Benfica, possa ele responder com a ironia do costume: 

- Basquetebol? Isso nem existe. 

Já na franja portista mais exacerbada - tacanha, a justificação para o encerramento do basquetebol profissional é completamente diferente da que vinga na sua congénere benfiquista. 

E entra pelos olhos adentro como uma evidência papal: trata-se apenas de os mandar ir jogar sozinhos, carago! 

Aqui está um grande, um enorme consolo para a dita franja auto convencida, por razões insondáveis de que sem o FCPorto na competição todos os títulos que o Benfica venha a conquistar não vão ter o mesmo sabor, não vão conseguir fazer sequer saltar uma rolha de uma garrafa de espumante nacional. 

O que não é verdade porque se tomarmos o exemplo do futsal, onde o FCPorto também não vai a jogo, a alegria causada aos benfiquistas pelos títulos conquistados pela sua equipa nunca se ressentiu, nem nunca se vai ressentir, da ausência na competição de uma equipa de futebol de 5 vinda do Dragão. 

Julgo que no domínio dos raciocínios tacanhos-exacerbados, a franja portista comete um abuso de interpretação dos factos e dos respetivos sabores bem maior do que o cometido pela franja benfiquista. 

Haverá uma franja de adeptos portistas tacanhamente convencidos de que, tal como acontece com eles em relação ao Benfica, também os benfiquistas precisam do FC Porto para justificar a sua essência, valor, importância e genuinidade enquanto clube? 

Quer parecer que sim. Enganam-se porque, cometendo o pecado das generalizações em seu favor, sofrem de uma visão distorcida da realidade, não essa que muito os satisfaz e nela se comprazem. 

No entanto, também a franja tacanha-exacerbada de benfiquistas comete um pecado parecido quando se compraz julgando que o presidente do FCPorto fechou o basquetebol num ataque fulminante de dor de corno, encantadora expressão popular, ao ver o Benfica ser campeão diante do seu nariz.

Honrados pela importância dada por Pinto da Costa ao Benfica, haverá certamente alguns benfiquistas, poucos, que nem se esforçam por reconhecer a maior de todas as evidências do caso do fim do basquetebol portista: o dinheiro. 

É a economia, amigos! Num e no outro clube, felizmente, há gente bem-humorada e que opta por ultrapassar todas estas tensões com um sorriso. 

Façamos para isso e respeitemos todas as opiniões. 

Não há rebanhos, felizmente. 

Na minha opinião, por exemplo, julgo que não se corre o risco de vermos o presidente Pinto da Costa a fechar o hóquei em patins do FCPorto por também terem perdido o título nacional para o Benfica depois de 10 anos de enfiada no primeiro lugar. 

Já que no que diz respeito ao futebol, o caso pia mais fino. 

Julgo que se o Benfica for, alguma vez, campeão nacional por dois anos consecutivos, pensando melhor, por três anos consecutivos, alguma coisa vai ter de fechar no FCPorto. 

E não me refiro às torneiras, obviamente.» 

- Leonor Pinhão, jornal A Bola, 19 de Julho de 2012

4 comentários:

  1. se obenfica ganha-se 2 anos seguidos o futebol eles acabavam(duvido ke velha acontecer pk eles nao deixam e kuando temos essa oportunidade damos tiros nos pes!!)...kuanto as outras modalidades o acabamento do basket foi um aviso pr kem comanda as federaçoes de hokei e andebol ke se deixarem de continuar ajuda-los podem tb acabar com essas modalidades,e vejam este ano como eles vao ganhar as 2 modalidades!!!

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  2. a LEONOR PINAHO E UMA PUTA QUE SONHA E ACORDA A PENSAR NO CLUBE DELA..O ANTI PORTO.
    NAO AGUENTA O FACTO DE O CLUBE NACIONAL MAIS TITULADO TER DESTRONADO O CLUBE DO ZE POVINHO.

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  3. Óh anónimo, se fosses homenzinho identificavas-te!É muito feio utilizares a linguagem que usas em casa entre a tua família. Se não te deram educação, trata de fingir ao menos que és gente!

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