domingo, 17 de fevereiro de 2013

Rui Santos lança forte ataque ao Conselho de Disciplina


Uma semana péssima para a "justiça" desportiva: o Conselho de Disciplina "de Herculano Lima" voltou a atacar agora contrariando a base da acusação da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga no caso das 72 horas em relação ao FC Porto; e os castigos infligidos a Matic e Cardozo, ambos ridículos, seja qual for a perspectiva pela qual os analisemos. 

Bem se pode dizer que foi "uma no cravo, outra na ferradura" - para vergonha da justiça desportiva. 

Uma decisão que teve o condão de "calar o Benfica" (em relação à Taça da Liga) e "calar o FC Porto" (em relação a Cardozo). Justiça desportiva?! 

Estão a FPF e a Liga, em pé de guerra, embora as dissensões ainda não tenham sido consagradas pela opinião publicada. Estes castigos enquadram-se no ambiente de fractura que se vive entre a FPF, de Fernando Gomes e a Liga, de Mário Figueiredo. 

Dir-se-á que não é bem assim, perante o princípio da separação de poderes. Retórica. Apenas retórica. Basta ver as posições públicas de diversos juristas.

E as (altas) pressões que se fazem sentir, com a queda de um "meteorito" capaz de destruir o que restava da credibilidade da "justiça desportiva" do futebol em Portugal. Alguém pode acreditar neste Conselho de Disciplina, depois de Herculano Lima ter aplicado uma suspensão de 15 dias a Jorge Jesus (em Setembro do ano passado), com efeito nulo, uma vez que a deliberação aconteceu, cirurgicamente, quando não havia competição? 

Depois de uma decisão destas, perante a qual o Benfica não pôde deixar de se sentir profundamente agradecido, havia condições para julgar alguma coisa que fosse, de modo indirecto, a seu favor? Haveria condições para isso? 

Mais: haveria coragem para isso? O que aconteceu foi uma coisa muito simples: o FC Porto, até à data do jogo com o V. Setúbal, vinha cumprindo com a regra das 72 horas, na Taça da Liga. A sua organização cometeu um erro e o gabinete jurídico achou no regulamento uma forma de amenizar ou mesmo eliminar (o Conselho de Justiça o dirá) o impacto desse erro. 

O FC Porto colocou em campo o seu poder. Jogou e ganhou (por ora). 

O Benfica, que já havia beneficiado do beneplácito do CD da FPF, no "caso Jesus" e, também, no "caso Luisão" (pena mínima), para não se sentir penalizado, indirectamente, pela "devolução" do FC Porto à Taça da Liga, ainda teve direito a um "bombom": 1 jogo a Cardozo, depois de dar um pontapé a um adversário e puxar a camisola de um árbitro. 

Meus caros leitores: fazendo um esforço para colocar as clubites de lado, há alguma razão para acreditar na justiça desportiva? 

Ela reúne condições para ser verdadeiramente isenta e independente?

Entretanto, também roubaram o computador a Vítor Pereira. É preciso fazer um desenho?!...» 

- Rui Santos, jornal Record, 16 de Fevereiro de 2013

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