Por mais indicações que Carlos Xistra tenha dado, bem explícitas por sinal, das razões que o levaram a mostrar um segundo cartão amarelo ao francês Mangala, em Aveiro, não faltaram criticas e adjetivos que desabonam quem as proferiu, dos mais entendidos aos mais interessados.
Mas ninguém foi tão imaginativo como o treinador Vítor Pereira que subiu a fasquia à altura de Cristiano Ronaldo, comparando os trambolhões do francês ao salto que maravilhou o Mundo na quarta-feira, quando o intemacional português se elevou à estratosfera para apontar o mais perfeito golo de cabeça da história do futebol.
Cristiano pára no ar, como o helicóptero, o beijaflor e o antigo goleador brasileiro Dadá Maravilha, servindo-me da descrição deste velho romântico caçador de bolas altas.
Mangala atira-se de faca nos dentes e salve-se quem puder.
Cristiano e Mangala estão um para o outro como um bailarino do Bolshoi e um comando da Força Delta.
É evidente que o bom do Mangala, a caminho de se tornar num dos melhores defesas-centrais da Europa, não faz por mal e está em processo de desenvolvimento de um estilo que fez escola em décadas sucessivas: Lima Pereira, Geraldão, Fernando Couto, Jorge Costa, Pepe, Bruno Alves - toda uma linhagem de altos saltadores, muito eficientes, mas tão elegantes como elefantes em loja de porcelanas.
Os adeptos não fazem diferença e apenas avaliam a gravidade das faltas, mas os agentes desportivos e os comentadores têm obrigação de entender o jogo faltoso sistemático, que é, de resto, o primeiro motivo para os duplos cartões amarelos, embora penalizem mais uns clubes do que outros, não existindo uma relação indiscutível entre o número de faltas e o número de expulsões.
Por exemplo: dos quatro clubes principais, o Benfica foi o que menos faltas cometeu neste século e, no entanto, é de longe o que acumula mais cartões vermelhos. »
- João Querido Manha, jornal Record, 17 de Fevereiro de 2013
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