quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Ribeiro Cristóvão: Negócio Roberto foi uma operação inexistente


Quando, há cerca de dois anos, o guarda-redes espanhol Roberto deixou o Benfica a caminho do Saragoça, via Atlético de Madrid, falou-se numa verba perfeitamente astronómica a envolver a sua transferência, tendo em conta o fraco rendimento que tivera nas balizas da equipa comandada por Jorge Jesus.

As notícias de então referiam uma verba de 8,6 milhões de euros recolhida pelo clube lisboeta, o que representava um lucro de 100 mil euros relativamente ao preço da compra apenas um ano anos.

A novidade foi então recebida com cepticismo, uma vez que Roberto fora, em muito jogos de uma época frustrante, considerado culpado em vários dos desaires sofridos.

Fazendo uso de uma ironia que lhe é habitual, Pinto da Costa chegou mesmo a falar em milhões da treta, tentando assim desacreditar um negócio no qual poucos confiavam.

Chega-se agora à conclusão que o Presidente portista sabia bem do que falava, uma vez que parece ser legítimo concluir que se tratou de uma operação simplesmente inexistente, tendo sido montado um cenário que apenas visava dar uma satisfação aos sócios e adeptos, estes, na grande maioria, furiosos com o baixo rendimento do jogador.

Pelo meio surgiram, nessa altura e agora, os nomes de Sálvio e de Pizzi envolvidos como compensação na operação de transferência do guarda-redes, ao que se diz mercê de uma hábil intromissão do empresário que assim pretendeu resolver de uma vez tão estranho como incómodo imbróglio.

Esta questão suscita, à partida, duas considerações que entendemos importantes:

- a primeira, tem a ver com a necessidade de um maior rigor na actuação da entidade fiscalizadora, que parece ter sido ultrapassada neste caso;

- depois, a decisiva influência dos agentes desportivos, dos quais os clubes se vêem tornando cada vez mais dependentes, comprometendo assim as suas finanças e o futuro, ao embarcar em negócios loucos que abrem irremediáveis buracos nas suas tesourarias.

E não é preciso citar nomes, porque quase todos os clubes do futebol profissional se encontram em situação desesperada, enquanto os empresários estão cada vez mais ricos. Em Portugal, e em muitos outros países por essa Europa fora.

-Ribeiro Cristóvão, Rádio Renascença

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