quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Benfica: Existe um problema evidente de sobrelotação do plantel


Estávamos ainda a semanas do fecho da época anterior e já o Benfica entrara forte no mercado de transferências. Muito antes do início do defeso, contratações como as de Djuricic, Steven Vitória, Mitrovic e Sulejmani, entre outras, eram garantidas, enquanto nomes como, por exemplo, os de Lisandro López e Markovic começavam a ser falados.

Pode dizer-se que o Benfica programava a época vindoura a tempo e horas, é verdade, só que na base de uma premissa que tarda a confirmar-se. Pensavam os responsáveis dos encarnados que um punhado dos jogadores mais proeminentes seriam negociados no defeso, por verbas próximas das respetivas cláusulas de rescisão. Como o futuro próximo já só pode dar-lhes parte da razão, existe hoje um problema evidente de sobrelotação do plantel. Pizzi e Luis Fariña protagonizaram os primeiros casos mediáticos entre os excedentários. Não aqueceram o lugar e foram colocados, quase de imediato, noutras paragens. Agora são Mitrovic e Lisandro López, que, face à permanência praticamente assegurada de Luisão e Garay, já ninguém têm para substituir e procuram a sorte fora da Luz.

Entre tantos reforços – uns contratados prematuramente, outros no período habitual, e outros ainda chegados com a temporada já a decorrer, como aconteceu com Funes Mori –, seria normal que Jorge Jesus não reconhecesse talento em todos eles. E no caso dos centrais, que ainda podem sair sem verdadeiramente terem entrado, existiu uma nítida precipitação do contratador, independentemente de existir a necessidade de suprir um eventual desfalque no eixo da defesa. Tanto assim é que Jorge Jesus deu preferência a Jardel e Steven Vitória em detrimento de Lisandro e Mitrovic nos dois jogos oficiais desta época. Aliás, as opções do treinador do Benfica entendem-se bem pela forma como correu a pré-temporada. O argentino, rotulado de craque, não mostrou poder discutir a titularidade com Garay e Luisão, enquanto Mitrovic se revelou como o menos habilitado do sector.

O mercado do Benfica, pese embora as vicissitudes habituais do frenesim do compra e vende, teve também aspetos positivos se atentarmos à gama de recursos existente para os lugares imediatamente atrás do ponta-de-lança. Neste caso, não se pode falar em excedentários nem tão-pouco em futebolistas de qualidade duvidosa. Os encarnados podem dar-se ao luxo, se ainda forem a tempo, de negociar vários médios-ofensivos (extremos incluídos) ou mesmo enfrentar a erosão de uma longa temporada, fértil em lesões e castigos. As soluções são muitas.

-Luís Pedro Sousa, jornal Record

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