segunda-feira, 4 de março de 2013

José Manuel Delgado diz que Benfica acusou a pressão em Aveiro


Ao fim de 21 jornadas o Benfica isolou-se na liderança da Liga-Zon Sagres. 

Os encarnados, mal Paulo Baptista apitou para o final do nulo entre Sporting e FC Porto, ficaram a saber que um triunfo em Aveiro colocá-los-ia dois pontos à frente dos dragões; e trazer três pontos de casa de um Beira-Mar (onde para cada aurinegro havia oito benfiquistas!) que luta desesperadamente pela manutenção não parecia tarefa propriamente inacessível. 

Porém - e esse é um dos encantos do desporto - há uma coisa chamada pressão, com a qual uns lidam melhor do que outros. Por exemplo, ainda há escassas semanas, o FC Porto esteve no papel ontem reservado ao Benfica e não foi capaz de derrotar, no Dragão, o Olhanense. 

Ontem, em Aveiro, os encarnados puseram-se a jeito para marcar passo, não descolando dos atuais campeões nacionais. Porquê? Além da excelente réplica dada pelos aveirenses (há muito, muito tempo, que não via o Beira-Mar com tanta qualidade de jogo), o fator psicológico também esteve em campo e a equipa de Jorge Jesus, embora tenha passado no teste, só obteve um suficiente, longe do fulgor de outras jornadas, a começar, se houver necessidade de ser mais explícito, pelo embate com o sensacional Paços de Ferreira, na ronda anterior, na Luz, onde o Benfica pôs e dispôs. 

Faz parte do ciclo de vida dos campeões o recurso à estrelinha que, de vez em quando, os ajuda a superar dificuldades inesperadas? É claro que sim. Mas o que aqui trago à colação é esse fenómeno invisível, que se chama pressão e anda de mão dada com o estofo. 

Porque é preciso estofo para ultrapassar a pressão e como ninguém dispõe da estrelinha da fortuna em full time, o campeão (desde que não apareçam fatores anormais a contaminar a competição) acaba por ser aquele que ao longo da época revela maior estofo. 

As próximas duas jornadas serão relevantes quanto àquilo que os dois clubes que lutam pelo título podem valer: o Benfica recebe o Gil Vicente e vai a Guimarães; e o FC Porto abre as portas do Dragão ao Estoril que sonha com a Europa e viaja, depois, ao 'caldeirão' dos Barreiros. 

Mas regressemos à jornada 21 e às lições que delas podemos extrair no que toca à corrida pelo primeiro lugar. 

Fundamentalmente, o FC Porto terá de provar, já a seguir, que não está (como pareceu anteontem em Alvalade) em quebra física; e o Benfica precisará de demonstrar que a liderança não é um fardo demasiado pesado para os seus jogadores (como pareceu ontem em Aveiro). 

- José Manuel Delgado, jornal A Bola, 4 de Março de 2013

5 comentários:

  1. patriarca disse:

    O josé manuel delgado disse que o Benfica tinha acusado a "pressão" em Aveiro e ELE certamente que acusa as PRESSÔES da torre das antas e em especial as vindas de Cedofeita, porque não tem coragem nem dignidade para dizer o que devia, AS VERDADES.

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    1. Não terás uma opinião errada sobre o Delgado? acredito mais no Benfiquismo dele que no teu. Ele como jornalista deve ser isento, e embora me custe reconhecer, acho que ele tem razão.
      Estamos no último terço do campeonato e infelizmente estou à espera que a equipa se vá abaixo fìsicamente.

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  2. E tem razão. O Benfica não tem estofo de campeão, não que os seus atletas não tenham querer, determinação e ambição, mas a pressão de ganhar num clube que perdeu esse hábito regular faz-se sentir, e bastou a obrigatoriedade de ter de ganhar para aproveitar o deslize do rival e voltou a tremideira, a jogar desta maneira, a medo e amedrontado, o Benfica perde toda a dinamica do seu futebol e os jogadores perdem confiança nas suas acções; uma equipa que cria 10 oportunidades de golo não sente pressão especial em concretizar alguma enquanto aquela que crie apenas uma sente que isso pode ser o momento do jogo e carrega nesse momento toda a carga emocional. Isto não é o Benfica, jogar com o autocarro estacionado dentro da área com o último classificado, os campeões impoem e fazem-se impor, que a sorte protege os audazes. De um treinador ou de um lider espera-se não que empurre a equipa para trás mas que a galvanize para a frente; claro que as equipas e as tácticas constroem-se de trás para a frente assente em bases sólidas e seguras, e é também óbvio que com um calendario apertado e um plantel mais curto pós-Janeiro há que gerir os ritmos dos jogos e dos resultados, mas o que se viu em Aveiro foi um Benfica amedrontado na sua toca rendido às incidências do jogo frente a um adversário motivado pela luta do tudo-ou-nada dos pontos (e são estes que nesta fase do campeonato surgem). O resultado foi bastante melhor do que a exibição, mas com este jogo o Benfica tratou de dar ânimo e confiança suplementares aos adversários que sentem que este gigante tem pés de barro, para além do adversário e rival das Antas que crê assim que o Benfica pode ceder a qualquer momento. Jogar à Benfica representa assumir valores próprios da história do clube assentes na sua mística - essa alma de chama intensa/imensa - têm a resposta os bravos do Benfica já no próximo jogo

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  3. Amigo Cris. O que é bom, mesmo bom, é ceder perante o olhanense, em casa, depois do rival ter empatado na Madeira e ter tido duas expulsões. Isso sim, é estofo de campeão!

    Só sabem dizermmal, mudem-se para o scp!!!

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