sábado, 2 de março de 2013

Rui Santos sem papas na língua sobre novo rumo da Benfica TV: "Estamos perante uma guerra"


O Benfica é a única força em Portugal que pode anular ou amenizar o poder que a Olivedesportos conquistou no futebol português - e a notícia de que a Benfica TV adquiriu os direitos de transmissão da Premier League para transmitir os jogos da Liga inglesa nas próximas três épocas enquadra-se numa estratégia que pode abalar as fundações que sustentam o "edifício político-administrativo" do futebol português. Nada será como dantes. 

A notícia surge, em dia de aniversário do emblema encarnado, no seguimento das promessas realizadas por Luís Filipe Vieira nas últimas eleições que o reconduziram à presidência do Benfica e após as recentes declarações do presidente da Liga, Mário Figueiredo, que vem alertando para o cerco que se montou em seu redor desde que se revelou contra o monopólio das transmissões televisivas em Portugal. 

Mário Figueiredo tocou na ferida, que já havia sido aberta pelo Benfica. Não está, nem nunca esteve em causa o mérito que se reconhece a quem construiu o monopólio. Esse mérito representa o demérito dos principais agentes desportivos do futebol em Portugal. Esse mérito construiu-se à base das demissões que se estabeleceram no seio dos clubes e perante a entrada de dinheiro fácil e imediato, quase sempre em forma de antecipação de receitas. 

O problema não está nem nunca esteve na fulanização do negócio nem na patética diabolização da Olivedesportos. 

O problema reside no bloqueio absoluto que se assiste em redor desse monopólio, com graves implicações na Federação, nas relações com o Estado, na comunicação social, em tudo. Um bloqueio grave, que inviabilizou o diálogo e ex-comungou, até, os "não olivedesportistas", em nome da integridade do "império", os clubes, a dependência e as posições societárias estrangularam a capacidade de marcar posições em muitos tabuleiros. 

Na FPF, os seleccionadores nacionais e os presidentes da FPF nunca puderam avançar ou sentirem-se minimamente confortáveis sem o apoio da Olivedesportos. Nas relações com o Estado, o dinheiro também tem falado mais alto. 

A existência de novos "players" promete iniciar um ciclo de democratização do futebol para se acabarem com os inacreditáveis abusos da "posição dominante". 

O que está em causa - e este acordo que envolve o canal de televisão do Benfica e a Premier League denuncia - é uma reviravolta paradigmática não apenas no modelo de negócio a envolver os direitos televisivos, mas sobretudo o anúncio de uma "nova ordem" para o futebol nacional, que só um clube com a força (comercial) comparável à do Benfica poderia desencadear. 

Estamos perante uma "guerra", Joaquim Oliveira quererá fazer valer os seus "argumentos", mas a partir daqui nada será como dantes. 

O Benfica força a queda do "império" e agora deu um sinal claro que não há marcha-atrás possível.» 

- Rui Santos, jornal Record, 2 de Março de 2013

6 comentários:

  1. GRANDE BENFICA FORA A SPORTTV

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  2. Só é pena.é não teres vvindo a publico,como agora para desmascarares a podridão no futebol portuges,ou será k te estás a fazer à pista?!?!

    Devias era ter VERGONHA na cara.

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  3. Falas muito em verdade desportiva, mas só exiges "meios técnológicos". Tens comissão neles ou quê?

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  4. Ó Rui Santos és ANÃO até nos miolos !!!!

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  5. Cada Macaco no seu galho e viva o :::GLORIOSO:::

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