sábado, 5 de outubro de 2013

José Marinho: A culpa é mesmo do sistema?


Um dos desportos preferidos dos benfiquistas - além do futebol - é, actualmente, o tiro ao boneco. Sendo que, nesta altura, o boneco que está na moda, chama-se Jorge Jesus. 

É verdade que o treinador do Benfica tem feito alguma coisa para merecer esta atenção especial dos seus adeptos, que não se deixam enganar pelas bravatas de Jorge Jesus contra as forças policiais. O resultado frente ao Belenenses e a irreconhecível exibição em Paris, determinaram mais um ataque cerrado dos impacientes adeptos benfiquistas contra a presença de Jesus no comando técnico da equipa das "águias".

Compreensivelmente, os benfiquistas questionam tudo na equipa. O valor dos jogadores, o seu compromisso, o esgotamento de um ciclo e, claro, o sistema táctico utilizado por Jesus. A verdade é que Jesus aparece, nesta altura, refém de si próprio e da sua astúcia para resolver problemas de contingência. 

Os benfiquistas reclamam a reedição de uma dupla de meio-campo com o mesmo fervor com que, há um ano atrás, criticavam o treinador pela ousadia de transformar Matic num seis e Enzo num médio interior. A verdade é que esta fórmula funcionou inacreditavelmente e Matic foi considerado, justamente, o melhor jogador do campeonato e um dos melhores médios do Mundo. E Enzo Pérez revelou-se um médio de grande disponibilidade táctica. 

Agora, todos parecem esquecer - começando pelo próprio Jesus - que foi o treinador do Benfica que transformou as vendas de Javi e Witsel numa grande oportunidade de mudar o coração táctico da equipa. E como ele se fartou de bater durante uma época inteira de grandeza técnica e futebol assombroso.

É desse futebol que os adeptos sentem saudades e o mais inexplicável é que os mesmos jogadores e o mesmo treinador - a aposta em renovar contrato com Jesus é, manifestamente, uma aposta na continuidade - não consigam replicar o modelo. 

Pessoalmente, não costumo valorizar muito os sistemas tácticos, porque entendo que são quase irrelevantes, se uma equipa dominar o tempo, os espaços e o adversário. Como diria Menotti, os 4-4-2, 4-3-3 ou 4-2-3-1 são números de telefone. Nos comentários que faço na Sporttv, durante quinze anos, contam-se pelos dedos de uma mão, as vezes que me referi aos sistemas tácticos. 

Não se trata de ignorar que eles existem, mas sim a convicção de que eles têm uma importância relativa na vida de uma equipa de futebol. O modelo é mais importante e isso nunca ninguém discute. E além do modelo, olhar para as características dos jogadores que o corporizam. Uma das críticas que regularmente se aponta a Jesus tem a ver com o sistema, porque os adeptos embirraram com os dois avançados, em simultâneo. 

O problema não está no sistema, porque já vi muitas equipas com dois avançados ganhar títulos importantes e conquistar a simpatia dos adeptos. Claro que, no final, tudo dependerá mais da qualidade dos avançados e das suas características e menos do sistema.

O modelo de Jesus tem funcionado, no Benfica, vezes demais, mas agora depara-se com um problema. Os actuais jogadores do plantel não estão a conseguir transformar esse modelo numa forma de dominar os adversários e de os vergar. Mais do que o sistema, Jesus deve reflectir melhor no modelo. 

Até pode continuar a jogar em 4-4-2 ou lá o que seja isso, mas é na relação da equipa e dos jogadores com o jogo que as coisas têm de mudar. Ou então, no limite, muda o Benfica de treinador.

-José Marinho, Facebook

6 comentários:

  1. afinal o que quer este gajo?

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  2. andas há procura de que? falas em policias , bonecos mas se reparares bem um grande boneco és tu, mandado por alguem

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  3. palhaço não te referias aos sistemas tácticos é verdade, mas também nunca falaste no sistema corrupto

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  4. Este é outro vendido. Biding his time.

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  5. Resumindo e concluindo: o que é que lhe encomendaram para dizer?

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  6. "A culpa é mesmo do sistema? O desporto favorito do sistema é o tiro ao boneco. Sendo que, nesta altura, o boneco que está na moda, chama-se Jorge Jesus" - Aparentemente este é mais um texto critico ao trabalho do Jorge Jesus, mas certamente dos últimos treinadores foi o único capaz de ter um rendimento superior ao F.C. Porto NAQUILO QUE DEPENDE OBJETIVAMENTE DE UM TREINADOR.

    Será que algum outro treinador, mesmo os grandes Mourinho ou Guardiola seriam capazes de reverte os 22 pontos que o F.C. Porto acrescentou a mais diretamente com as decisões arbitrais e assim conseguir mais títulos para o Benfica nestes últimos 4 anos?

    Quando somamos todos os pontos "limpos" das decisões arbitrais, ou seja aqueles que foram CONQUISTADOS SEM NENHUMA INFLUÊNCIA DIRETA DE UM ÚLTIMO GOLO DE PENALTI E ANTES DE UMA EXPULSÃO, NOS 120 JOGOS O BENFICA TERIA CONQUISTADO 279 PONTOS E O F.C. PORTO 277 PONTOS DOS 360 POSSÍVEIS.

    Deixo aqui alguns dados estatísticos que deve conhecer para compreender as condições em que se disputa o titulo de modo a conhecerem a principal razão pela qual Jorge Jesus não ganhou mais títulos:

    - Nas condições regulamentares 11 contra 11 e sem o efeito direto de um último golo de penalti o Benfica e o F.C. Porto nos últimos 4 épocas tiveram um rendimento desportivo tão superior aos seus adversários no campeonato português ao ponto de terem conseguido conquistar pelo seu próprio mérito 77% dos pontos em disputa nos 120 jogos, ou seja 279 pontos e 277 pontos respetivamente. Dificilmente algum outro treinador conseguirá alguma vez acumular mais de 84% dos pontos em disputa em 120 jogos sem o efeito de pontos acrescentado diretamente com influência arbitral.

    - Infelizmente para o Jorge Jesus o seu rival beneficiou mais das decisões arbitrais que diretamente deram pontos, de tal forma que acabou acrescentado diretamente com as decisões arbitrais (penalti e expulsões) mais 22 pontos que o Benfica. Como facilmente se compreende os pontos acrescentados com um último golo de penalti e em superioridade numérica dependem diretamente duma decisão arbitral, e claramente o Jorge jesus não consegue ter qualquer influência nesta enorme diferença, dai que não deva ser responsabilizado por ter feito menos 22 pontos com influência arbitral que o seu rival. Essa responsabilidade indiscutivelmente só pode ser imputada a arbitragem, pois é uma diferença demasiado grande entre duas equipas que revelaram competências muito iguais em conquistar pontos independentes da influência arbitral, ou seja, se não houvessem alterações pontuais diretamente dependentes de decisões arbitrais.


    O rendimento das equipas no nosso campeonato é altamente influenciado pelas decisões arbitrais relevantes (Penalti e Expulsões). NESTAS ÚLTIMAS 4 ÉPOCAS OFICIALMENTE O BENFICA ACABOU ACUMULANDO 285 PONTOS, OU SEJA 2,1% DOS SEUS PONTOS GANHOS ESTÃO DIRETAMENTE DEPENDENTES DUMA DECISÃO ARBITRAL ENQUANTO QUE O F.C. PORTO ACABOU ACUMULANDO 305 PONTOS, OU SEJA 9,2% DOS SEUS PONTOS ESTÃO DIRETAMENTE DEPENDENTES DUMA DECISÃO ARBITRAL.

    Podem consultar estes e outros dados estatísticos reveladores no Blog: http://influenciaarbitral.blogspot.pt/

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