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domingo, 6 de outubro de 2013
Vítor Serpa: Irá Vieira resistir à crise do Benfica?
Faltam, no Benfica, ideias claras. Alguém que num momento de evidente pânico consiga pensar com lucidez. Alguém que explique com suficiente clareza que, no estado atual, nenhuma solução individual e avulsa pode ser verdadeira solução.
A pergunta óbvia será: e pode ser esse alguém o presidente? Assim deveria ser, mas temo que Vieira esteja também ele demasiado marcado pelo desenrolar dos acontecimentos. Percebe-se que, pela primeira vez, o próprio presidente se sente um alvo a abater, percebendo a existência de um número crescente de críticos do seu programa, da sua ação. O seu lugar, ou a capacidade para o continuar a desempenhar, está, agora, em causa e muita gente do Benfica se interroga sobre se, de facto, Vieira não estará em fim de ciclo.
VIEIRA SENTIR-SE-Á ATRAIÇOADO
Visado num momento perturbador para o clube, depois de ter tomado decisões aparentemente pouco sensatas, Vieira sentir-se-á atraiçoado. Olha em sua volta e duvida dos apoios tímidos e hesitantes que lhe oferecem, além de gente que, dentro de portas, já se assume oposição. É um homem intuitivo e tem uma esperteza inata. Sabe bem que está no centro do maior desafio, desde que é presidente do Benfica. O que não entende é que já não lhe reconheçam o mérito óbvio de ter salvo o clube num tempo de descrédito e de caos. Não se conforma em como pode ser tão curta a memória dos homens e, principalmente, dos benfiquistas. A verdade é que os clubes, as empresas, os países não vivem dos heróis do passado, mas daqueles em quem se possa acreditar que serão os heróis do futuro.
A primeira e essencial questão, antes mesmo da discussão da continuidade do treinador, é a de se saber se Vieira pode ou deve resistir a esta profunda crise que abala o futebol do Benfica.
Curiosamente, a primeira e essencial resposta deve pertencer a Vieira. Isto no sentido de se saber se está Vieira verdadeiramente convencido de que o Benfica tem de ser repensado e tem de partir para a criação de uma estrutura profissional onde o conhecimento e a qualidade profissional sejam critérios imperativos. Vieira dirá que já tem essa estrutura e esses homens.
Apontará exemplos como o de Domingos Soares Oliveira, mas o que se trata, mesmo, não é de fortalecer o lado empresarial do futebol do Benfica, mas, sim, a sua fundamental componente desportiva.
A INSUFICIÊNCIA DA ESTRUTURA DESPORTIVA
Não acredito que o presidente do Benfica não tenha já pensado na insuficiência da estrutura desportiva na relação direta entre o treinador e a administração, ou, para sermos mais realistas, entre o treinador e o presidente. Vieira dirá que foi por isso que introduziu António Carraça na estrutura e o resultado foi o que se viu. Mas não é verdade que Carraça fosse um elemento na estrutura.
Ele era, apenas, um homem do presidente e foi nessas condições que desempenhou o seu papel. O que o futebol profissional do Benfica precisa é de uma organização pensada para a realidade concreta do clube, uma disciplina de respeito, uma equipa que trabalhe segundo um plano concreto uma orientação definida, que vai da deteção de talentos, passa pela investigação, pela análise permanente dos complexos sistemas de poder no futebol, pelas relações humanas, pela comunicação, pela extensa e diversa área médica, até chegar, enfim, a uma equipa técnica cujo perfil deverá ser muito bem avaliado e definido. A verdade é que nos últimos dias se tem falado muito na necessidade do Benfica mudar o seu sistema tático. Não é o essencial da questão.
O sistema que o Benfica precisa mais urgentemente de mudar não é o sistema tático, mas o sistema em que assenta todo o edifício do seu futebol profissional. Não me parece, pois, que Vieira tenha obrigatoriamente de ser visto como uma figura descartável. Apenas precisa de se convencer, ou de ser convencido, de que a ideia de que um presidente deve mandar em tudo e tudo saber é um mito.
Um presidente não pode saber de tudo e por isso precisa de se rodear de uma equipa vasta, competente, disciplinada e coesa. Talvez, aqui, a parte mais sensível seja, mesmo, a desportiva. É essa que é mais difícil de conceder a responsabilidades alheias, mas é inevitável, principalmente, quando um presidente não tem como maior mérito o de saber muito de futebol.
- Vítor Serpa, jornal A Bola, 5 de Outubro de 2013
4 comentários:
Caro(a) Benfiquista,
Agradecemos a sua visita e solicitamos, antes de sair do blog, que deixe um comentário acerca do que acabou de ler.
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Este Serpa é das coisas mais nojentas da CS portuguesa.
ResponderEliminarEspecula, inventa. mente, mas não faz jornalismo.
It is a Benfica hater!
Isto só pode ser dor de CORNO do vitinho pastel.
ResponderEliminarOh Vitinho o que tu queres sei eu.....
ResponderEliminarSOMOS ENORMES
ResponderEliminarSE RESISTI-MOS A CRIMINOSOS DA FRUTA, TAMBEM SUPERAMOS JORNALEIROS ENCOMENDADOS