A derrota em Paris sem apelo nem agravo abriu um cenário de profunda crise no Benfica. Mais do que o resultado, o que foi notório e irritou solenemente os adeptos encarnados foi a exibição da equipa, muito aquém do esperado e exigido. Em rigor, as performances do Benfica têm – quase todas elas – deixado muito a desejar. Mesmo nas vitórias, ficou longe de convencer e mais distante ainda ficou do Benfica das grandes notas artísticas.
Jesus tem razão quando diz que também o ano passado o começo não foi brilhante. É verdade. No campeonato, o Benfica empatou 2 jogos nas primeiras 4 jornadas e apenas somou 1 ponto em 2 encontros da Liga dos Campeões. O contexto, porém, era muito diferente e a forte aposta feita para esta temporada exigia uma resposta mais capaz – mesmo no campo de um milionário PSG.
Além dos sinais que a equipa tem dado desde o início de época, e que faziam temer que a qualquer momento ocorresse um desastre da grandeza daquele que se verificou em Paris, houve também um claro desfoque que potenciou os riscos – já para não falar da desresponsabilização dos jogadores quando Jesus, no final do jogo com o Anderlecht, disse que o Benfica só poderia lutar pelo 2.º lugar, pois o primeiro estava praticamente entregue ao PSG.
Desde o final do jogo com o Belenenses até à véspera do duelo em Paris, o assunto que o Benfica trouxe para a agenda foi a arbitragem, o FC Porto e até o Sporting. Vieira falou após o empate com os azuis. Depois, o discreto Lourenço Pereira Coelho subiu ao palco e disse de sua justiça, antecipando a intervenção habitualmente estrepitosa de Gomes da Silva na televisão. Na manhã seguinte, Rui Costa reapareceu em público para, também ele, dar conta do seu desagrado. À tarde, Vieira voltou a usar da palavra, sempre no mesmo registo.
Dizem os gurus da comunicação que para a mensagem passar é fundamental não criar muito ruído. Ora falou muita gente e quase ao mesmo tempo pelo que o efeito das intervenções ficou comprometido. Pior: desviou o foco que necessariamente tinha de estar num jogo que, apesar do próprio treinador admitir à partida poucas hipóteses de êxito, sempre poderia ter corrido um bocadinho melhor se a equipa estivesse verdadeiramente concentrada nele.
-António Magalhães, jornal Record
É como um jogador de Xadrez, pode ter todo o tipo de variedade de peças para jogar, mas se não souber dispor as mesmas no inicio e ao longo de um jogo. Se não souber antecipar as jogadas do adversário e planear as suas com antecedência, não ganha.Não basta e é inútil reclamar com a Arbitragem ( como se isso algumas vez alterou ou alterasse um resultado já feito ) uma máquina como a equipa do Benfica que no momento mostra estar mal oleada e não está afinada. A arbitragem é só uma pedra na engrenagem, a questão é saber se o mecânico tem capacidade para a por a funcionar caso contrário é como fazemos, mudamos de mecânico ou de oficina.
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