Tempo de selecção! A época oficial terminou no domingo com a Académica a fazer história no Jamor, 73 anos depois da sua última vitória na Taça de Portugal e com o Sporting em inesperada agonia porque ninguém em Alvalade, nem o presidente, nem o treinador, nem os investidores chineses mais os investidores angolanos, alguma vez acreditaram que fosse possível soçobrar na única competição que lhes parecia historicamente destinada.
Coimbra rejubilou com o feito, naturalmente. Do lado dos vencidos, também com a maior das naturalidades, nem foram precisas 24 horas sobre o jogo do Jamor para as qualidades leoninas de Sá Pinto serem postas em causa.
Para Ângelo Correia, presidente da assembleia geral da SAD, o futuro do jovem treinador em Alvalade não é certo. Ângelo Correia poderá ter extravasado as suas funções mas não extravasou da realidade. No futebol nada é certo. E as grandes declarações de amor podem não resistir à primeira contrariedade prática. No futebol os estados idílicos são quase sempre grandes ficções novelescas.
E como é tempo de selecção, voltemos ao único assunto futebolístico nacional que consegue promover a unanimidade dos afectos. No entanto, acabaremos sempre por vir a saber que nem tudo são rosas na selecção e que a equipa das quinas é também palco para grandes ficções novelescas. O último contributo para a desmistificação de tanta comunhão à volta de uma bola foi prestado ao país por Sérgio Conceição.
Conceição veio a público prestar o seu apoio ao seleccionador Paulo Bento e, como em Portugal as homenagens são sempre contra alguém, aproveitou o ensejo para menorizar a tão celebrada dimensão patriótica da era de Luiz Felipe Scolari: "Não precisamos de bandeirinhas à janela", disse o actual treinador do Olhanense.
É verdade que, para ganhar à Alemanha, à Holanda e à Dinamarca, não fazem falta nenhuma as bandeirinhas à janela. O que faz falta, nestas ocasiões, é sempre a mesma coisa: golos na baliza dos adversários e, se possível, "bandeirinhas" que deixem passar os fora-de-jogo da nossa linha atacante. Está visto que Scolari era um parvo. E que Paulo Bento é bestial. Pelo menos até a bola começar a rolar. No futebol nada é certo. Nem as boas intenções. Não é, Sá Pinto?
ERRAR É HUMANO
Afinal sempre houve "quinhentinhos"
Na semana passada, Vítor Pereira (o presidente dos árbitros) concedeu uma extensa entrevista a "A Bola" em jeito de balanço da temporada. E fez o que lhe competia, defendendo a corporação a que pertenceu e que hoje lidera embora, como sempre acontece quando os poderes se prolongam, se desenhe já uma frente de jovens turcos do apito motivadíssimos para lhe ficar com o lugar e com as competências quando a hora soar.
Da entrevista de Vítor Pereira há a relevar duas afirmações: a primeira é de índole cómica. Pereira disse temer que, em Portugal, os árbitros se tornem "uma classe em vias de extinção". É impossível não lhe dar razão vendo as dificuldades com que Paulo Baptista subiu à tribuna do Jamor. Incrível como o árbitro não se "extinguiu" logo ali nas escadarias com tanta palmada nas costas.
A segunda é de índole criminal. Vítor Pereira disse a "A Bola" que o grupo de árbitros que comanda "não é a geração dos quinhentinhos". Ficámos assim a saber, pela voz autorizada de Vítor Pereira, que afinal houve mesmo uma "geração dos quinhentinhos" a operar em prol da verdade desportiva. E, pelos vistos, safaram-se todos lindamente, sem mácula. A dita mácula tombou apenas sobre as tabelas classificativas de década e meia do futebol português.
Para Ângelo Correia, presidente da assembleia geral da SAD, o futuro do jovem treinador em Alvalade não é certo. Ângelo Correia poderá ter extravasado as suas funções mas não extravasou da realidade. No futebol nada é certo. E as grandes declarações de amor podem não resistir à primeira contrariedade prática. No futebol os estados idílicos são quase sempre grandes ficções novelescas.
E como é tempo de selecção, voltemos ao único assunto futebolístico nacional que consegue promover a unanimidade dos afectos. No entanto, acabaremos sempre por vir a saber que nem tudo são rosas na selecção e que a equipa das quinas é também palco para grandes ficções novelescas. O último contributo para a desmistificação de tanta comunhão à volta de uma bola foi prestado ao país por Sérgio Conceição.
Conceição veio a público prestar o seu apoio ao seleccionador Paulo Bento e, como em Portugal as homenagens são sempre contra alguém, aproveitou o ensejo para menorizar a tão celebrada dimensão patriótica da era de Luiz Felipe Scolari: "Não precisamos de bandeirinhas à janela", disse o actual treinador do Olhanense.
É verdade que, para ganhar à Alemanha, à Holanda e à Dinamarca, não fazem falta nenhuma as bandeirinhas à janela. O que faz falta, nestas ocasiões, é sempre a mesma coisa: golos na baliza dos adversários e, se possível, "bandeirinhas" que deixem passar os fora-de-jogo da nossa linha atacante. Está visto que Scolari era um parvo. E que Paulo Bento é bestial. Pelo menos até a bola começar a rolar. No futebol nada é certo. Nem as boas intenções. Não é, Sá Pinto?
ERRAR É HUMANO
Afinal sempre houve "quinhentinhos"
Na semana passada, Vítor Pereira (o presidente dos árbitros) concedeu uma extensa entrevista a "A Bola" em jeito de balanço da temporada. E fez o que lhe competia, defendendo a corporação a que pertenceu e que hoje lidera embora, como sempre acontece quando os poderes se prolongam, se desenhe já uma frente de jovens turcos do apito motivadíssimos para lhe ficar com o lugar e com as competências quando a hora soar.
Da entrevista de Vítor Pereira há a relevar duas afirmações: a primeira é de índole cómica. Pereira disse temer que, em Portugal, os árbitros se tornem "uma classe em vias de extinção". É impossível não lhe dar razão vendo as dificuldades com que Paulo Baptista subiu à tribuna do Jamor. Incrível como o árbitro não se "extinguiu" logo ali nas escadarias com tanta palmada nas costas.
A segunda é de índole criminal. Vítor Pereira disse a "A Bola" que o grupo de árbitros que comanda "não é a geração dos quinhentinhos". Ficámos assim a saber, pela voz autorizada de Vítor Pereira, que afinal houve mesmo uma "geração dos quinhentinhos" a operar em prol da verdade desportiva. E, pelos vistos, safaram-se todos lindamente, sem mácula. A dita mácula tombou apenas sobre as tabelas classificativas de década e meia do futebol português.
POSITIVO
Marinho enorme
Marinho tem 1 metro e 66 mas deve ter parecido um gigante a Rui Patrício quando surgiu na área do Sporting para fazer de cabeça o golo que deu à Académica a vitória na final da Taça de Portugal.
NEGATIVO
Villas-Boas na mira
Acabadinhos de se sagrar campeões europeus, os jogadores do Chelsea foram tudo menos corteses com o seu ex-treinador. Obi Mikel e Lukaku, entre outros, aproveitaram a festa para desancar no treinador português.
Robben maldito
Robben falhou uma grande penalidade no prolongamento da final da Liga dos Campeões e os adeptos do Bayern não lhe perdoam. O holandês foi vaiado pelo seu público no decorrer de um "amigável" com a selecção holandesa.
PÉROLA
"UM ASSESSOR DO FC PORTO DISSE-ME QUE DEVIA CUMPRIMENTAR O WITSEL APENAS LONGE DAS CÂMARAS", Steven Defour
A entrevista do belga portista à "Gazeta de Antuérpia" vem revelar o grau avançado do problema, que já parece clínico e do foro mental, que lamentavelmente afecta a arte ideológica do FC Porto no que diz respeito a qualquer tipo de relacionamento com o Sport Lisboa e Benfica.
-Leonor Pinhão, Correio da Manhã, 26 de Maio de 2012
Gosta da Pinhão!
ResponderEliminarDeveria ter mais protagonismo no Beefica