segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pedro Santos Guerreiro fala do futuro da arbitragem portuguesa


Quando a Liga de Futebol termina, há sempre um período refratário, a ressaca de um ano intenso de jogos, vitórias, derrotas, emoções e desolações. É então que olhamos para aspetos que foram sendo secundarizados ao longo da temporada. Como “o edifício da arbitragem”, como ontem lhe chamava António Magalhães neste jornal. Um edifício que vai mudar.

Fernando Gomes avança para a concretização de um projeto eleitoral na sua caminhada para a FPF: a arbitragem vai passar para a responsabilidade exclusiva da Federação, que vai dotá-la de autonomia financeira e de gestão. Ou seja, deixa de haver qualquer subordinação direta ou indireta com os clubes. E esse princípio é a mais básica e salutar separação de poderes exigível. Mais: a Federação vai divulgar critérios de decisão em situações ambíguas, mostrando exemplos emblemáticos. E quer profissionalizar a própria atividade de avaliadores dos árbitros.

Num sistema de justiça, os juízes são a parte forte, pois determinam a culpa ou inocência de quem julgam. Mas no futebol, os árbitros são a parte fraca, sujeita a pressões de toda a sorte, desde os adeptos aos próprios clubes, eternas vítimas de erros alheios nas suas incompreendidas derrotas...

Como parte fraca, os árbitros têm de ser protegidos e “isolados” dos clubes. Assim será feito agora. E ainda bem. Até porque quanto mais garantias de independência da arbitragem houver, mais poderemos também ser exigentes quanto à sua qualidade técnica. Quanto à sua competência. Os árbitros portugueses são competentes? Genericamente, são. E doravante serão também mais fortes. Como tem de ser.

PS: A recusa da proposta de alargamento da Liga de Futebol recolheu uma adesão avassaladora. Foi o chumbo mais aprovado de sempre.

-Pedro Santos Guerreiro, jornal Record, 17 de Maio 2012

2 comentários:

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