quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Vítor Serpa: Apoio de Vieira a Jesus foi mais obrigação do que devoção


O último fim de semana de futebol foi farto em acidentes e incidentes. Razão pela qual a primeira metade da semana foi tão prolixa nas palavras.

É um mistério bem guardado, esse, das palavras dos principais protagonistas (exceção feita aos jogadores que são obrigados ao silêncio dos mortos) serem palavras exclusivamente dirigidas ao pequeno mundo dos seus clubes.

O país que se lixe. Mesmo o país do futebol, o país que vai ao estádio e que paga o espectáculo. Para a maioria dos intérpretes do futebol português esse país não existe. Existe, isso sim, um país ainda mais pequenino, um país de partido e líder únicos, um país onde a diversidade é um problema e a racionalidade uma chatice.

Custa-me ouvir Paulo Fonseca dizer que não está preocupado com mais nada nem ninguém, que não seja o que pensam e dizem no seu clube. Custa-me porque Paulo Fonseca desejará ter um futuro bonito e digno à sua frente e esse futuro desviar-se-á, inevitavelmente, de qualquer pessoa que veja o mundo de maneira tão redutora. 

Que os clubes tragam para os seus discursos o caduco conceito do orgulhosamente só, não se entende, mas percebe-se à luz do primarismo oficial, mas os seus jovens e promissores profissionais não têm de se sentir obrigados à cegueira.

No Benfica, o que mais surpreendeu foi o presidente falar no dia em que também falou o treinador, dispersando atenções e impacto. 

Curiosamente, mais sensatas as palavras de Jorge Jesus que pareceu sincero e humilde. Vieira nem uma coisa nem outra. 

O seu suposto apoio ao treinador pareceu mais uma obrigação do que uma devoção. 

Dizer que Jesus nada fez que possa ser censurado é obviamente falso e resulta como um tiro no próprio pé. 

- Vítor Serpa, jornal A Bola, 26 de Setembro de 2013

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