quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Rui Tovar rendido à "actuação de grande espectáculo e eficácia" do Benfica sobre o Anderlecht


O Benfica reviveu ontem as faustosas noites europeias de outros tempos, ao rubricar uma actuação de grande espectáculo e eficácia, que lhe valeu precioso triunfo (2-0) no arranque de mais uma edição da Champions. Nem as lesões que têm flagelado o colectivo lisboeta condicionaram a estratégia de Jorge Jesus, que, mesmo assim, teve ocasião de montar uma equipa sem pontos fracos, com as "novidades", chamemos-lhe assim, a confirmarem no terreno a justeza das chamadas.

No compartimento defensivo, Jesus voltou, sobre a hora, a trocar as voltas, optando por André Almeida em vez de Maxi, e em boa hora o fez já que o jovem lateral arrancou uma exibição de grande esforço e talento, impondo-se com autoridade no seu flanco direito. E porque Luisão e Garay estiveram em excelente nível, tal como Siqueira em boa parte do jogo, o perigo que o ataque belga poderia constituir - e era esse o principal argumento do Anderlecht - ficou comprometido à nascença.

Mas foi no meio que as mais importantes alterações se verificaram. Na posição de médios mais recuados, o indiscutível Matic teve agora a companhia de Fejsa e a verdade é que a dupla esteve irresistível, prometendo muito para o futuro. O jogo foi disputado num ritmo elevado, desgastante, exigindo grande e constante empenho, e os dois "trincos" mostraram capacidade de serviço para as necessidades.

A presença de Fejsa libertou Enzo Peréz para outras funções e este, face à sua já comprovada polivalência, não teve dificuldades em actuar como flanqueador na direita (onde parece estar mais à vontade), tal como o super-rápido Markovic, no outro corredor, surgindo assim Djuricic como nº 10 no apoio ao ponta de lança Cardozo. Faltava saber se o planeamento no papel teria plena correspondência na prática e a resposta não podia ter sido mais categórica.

Logo aos 4', e por força do balanceamento ofensivo que o Benfica impôs logo no início do jogo, a equipa encarnada inaugurou o marcador. Um remate forte de Enzo, a que Proto só pôde corresponder com uma defesa incompleta, surgindo Djuricic, oportuno, a fazer a recarga. Depois, à meia hora, foi a vez de um golo assinado por dois defesas, o que prova a interacção dos sectores: André Almeida na assistência e Luisão na finalização. E que golo, com o central a receber no peito e a rematar em queda, à boa maneira de um "matador".

Na 2ª parte, o Anderlecht fez a substituição que se impunha, entrando Acheampong para o lugar do desastrado De Zeeuw e o certo é que os belgas ganharam outro fôlego, mas nada que assustasse Luisão e seus pares. Embora Artur se tivesse mostrado sempre à altura das circunstâncias, mesmo nos lances em que não era preciso, dados os foras de jogo em que, por várias vezes, incorreram os avançados contrários.

E, por falar neles, uma referência para as boas movimentações de Suarez, o goleador da equipa, e para o excelente Mitrovic, um jovem e recente campeão europeu de sub-19, que, para além de uma estampa física respeitável, revelou uma técnica muito acima da média. Mas, como se disse, a retaguarda do Benfica esteve insuperável. O sector mais recuado e todo o conjunto afinal.

Feitas as contas, pode dizer-se que o Benfica justificou plenamente o triunfo, impondo o seu jogo e nunca permitindo que o Anderlecht ganhasse espaços para levar a cabo o seu. Para isso contou com a enorme entrega de todos os seus jogadores, que não só souberam materializar esse ascendente como, pela segunda vez esta época, conseguiram não sofrer qualquer golo.


-Rui Tovar, Sapo Desporto

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