quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Luís Pedro Sousa: Rui Costa é mais útil no relvado do que na tribuna VIP


O futebol não é propriamente uma modalidade fértil em coincidências. Pouco ou nada acontece por mero acaso dentro e fora do relvado ou durante e logo após cada jogo. O Benfica conheceu, principalmente a partir do início da última temporada, muitos problemas em todas estas vertentes e os mais graves até extravasaram os aspetos meramente desportivos, mesmo tendo em conta os títulos perdidos de forma traumatizante no último ano. 

A época 2012/13 começou com uma equipa inteira, incluindo treinadores e dirigentes, a rir à gargalhada depois de Luisão abalroar o árbitro Christian Fischer em Dusseldorf e terminou, em pleno Jamor, com o episódio entre Oscar Cardozo e Jorge Jesus, ao qual se juntou o do profundo desprezo revelado para com Cavaco Silva na tribuna presidencial na hora da entrega das medalhas aos jogadores que disputaram a final da Taça de portugal.

Ea temporada 2013/14 também não teve um arranque prometedor neste domínio. A competição oficial iniciou-se há pouco e já Luisão deu nas vistas, ao mandar calar de forma recorrente os adeptos praticamente a cada assobio escutado no Estádio da Luz. No último domingo foi a vez de o próprio treinador protagonizar cenas lamentáveis em Guimarães, num profundo desrespeito pelas forças de segurança. E óbvio que Jorge Jesus não agrediu ninguém, nem tentou fazê-lo, mas, por muito nobre que tivesse sido a sua intenção de libertar um adepto mais apaixonado das malhas da Justiça, prejudicou a equipa, o clube e, como é evidente, ele próprio.

São demasiados episódios em pouco mais de um ano, mas Luís Filipe Vieira teima em não admitir o óbvio. Na entrevista de ontem, concedida à CM TV, o presidente do Benfica foi novamente confrontado com a falta de pulso forte no banco de suplentes, mas preferiu refugiar-se na profissionalização e especialização de uma estrutura, que, segundo ele, é inclusivamente objeto de estudo de clubes estrangeiros, ávidos em desvendar os segredos do organigrama dos encarnados. 

Por muito competentes que sejam os dirigentes que atualmente se sentam no banco de suplentes do Benfica - Shéu Han e Lourenço Pereira Coelho, citados por Vieira durante a entrevista, têm realmente percursos profissionais invejáveis -, não há um único com peso institucional para sossegar os egos mais suscetíveis ou as personalidades mais impulsivas. Resta Rui Costa. Em dia de jogo, é bem mais útil junto ao relvado do que na tribuna VIP. 

- Luís Pedro Sousa , jornal Record, 25 de Setembro de 2013

1 comentário:

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