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quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Luís Freitas Lobo: Benfica de Jesus vive envolto em permanente estudo e alvo de sentenças
Para o Benfica de Jesus, que vive envolto em permanente estudo e alvo de sentenças, há muito que parece não existir presente futebolístico. Tudo se acumula juntando o passado (explicar desaires) e projetar o futuro (receio de suceder o mesmo). Como pode uma equipa saber para onde deve ir no jogo se não sabe no seu início quem é verdadeiramente?
Nesta busca de saber quem é entram diversas variantes. Desde quem controla o grupo ao estilo de jogo equilibrado. Falemos só de futebol.
O jogo do Benfica de Jesus continua a ter um fator que estimula a qualidade dos jogadores: obriga-os a sair das suas zonas de conforto. Ou seja, é uma constante ver jogadores (laterais principalmente, mas também extremos e as movimentações do segundo-avançado) a romper a sua linha de combate/posicionamento original para surpreender o adversário vindos de trás.
O problema que nasce deste fator, na essência empolgante, é, porém, perturbador. Durante a maioria do jogos, a equipa, na sua vertigem veloz a atacar e riscos que corre de ser depois apanhada descompensada a defender, dá quase sempre a estranha sensação de superar a imaginação do treinador porque nunca se sabe o que pode ocorrer.
É difícil um jogador no jogo poder cumprir ao mesmo tempo, ou alternar de forma vertiginosa, entre obrigações de disciplina e apelos de rebeldia.
Num contexto em que as ideias estão sempre em movimento, são decisivos jogadores cujas características sejam capazes de furar por toda essa atmosfera e estabilizar o jogo, retirando-o dessa projeção acelerada permanente. Contra o Anderlecht, essa diferença, que as caracteristicas dos jogadores provocam, foi evidente.
Com um estabilizador como Djuricic metido no habitat onde é habitual estar um segundo-avançado, Fejsa como um n.º 6 mais fixo à frente da defesa (assumindo-se como farol do equilíbrio do processo defensivo global), Matic mais solto para meter a sua passada larga sem deixar as costas desprotegidas (porque Fejsa está sempre lá) e Enzo, resgatado para ala direito, curto a fletir quando a equipa perde a bola e dando largura quando a recupera, a dinâmica deixa de ficar perdida só na luta e no tal jogo partido de atacar ou defender dando lugar a uma noção de bloco superior.
O futebol está, no fundo, cheio de meias verdades. Todos os sistemas e modelos tem as suas virtudes e defeitos. Lutar, lutam quase todas as equipas, montar um esquema para defender ou atacar de forma desesperada, também pode, qualquer uma em função das suas forças ou circunstâncias, fazer.
O que não está ao alcance de todos é equilibrar tudo isto num modelo de jogo que, permanecendo fiel à identidade estilística do treinador, mantenha a equipa sempre com um posicionamento (o indispensável jogo posicional) que lhe garanta saber ter a bola e saber reagir à sua perda.
Só os tais jogadores capazes de transformar o sistema sem adulterar o modelo/estilo conseguem isso.
- Luís Freitas Lobo, jornal A Bola, 18 de Setembro de 2013
4 comentários:
Caro(a) Benfiquista,
Agradecemos a sua visita e solicitamos, antes de sair do blog, que deixe um comentário acerca do que acabou de ler.
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NADA COMO FALAR DO BENFICA PARA VENDER
ResponderEliminarUm porco iluminado a falar, parece um poeta da madalena.
ResponderEliminarUma corja de frustrados que passam a debitar ideias e metodologias, faz-te á vida malandro, e tira um curso de treinador.
Cambada de alternadeiros.
Para mim, o que ele diz é verdade. Talvez Fejsa venha dar a estabilidade defensiva que nos faltava, e Djuricic venha dar cadência atacante organizada e ao mesmo tempo precisa e inventiva
ResponderEliminarA meu ver o sr. Freitas Lobo,( pessoa a quem lhe reconheço competencia a nivel de futebol), não acha que o Benfica não ficava melhor servido com lima na frente de ataque em vez de Cardozo? É que para mim Cardozo é um jogador banal que "prejudica" bastante a equipa a defender..aguardo resposta...!
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