quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fernando Guerra: Jesus treina o Benfica à moda do Estrela da Amadora

 

Nem se esperou pela segunda volta do Campeonato. A confusão jorrou à quinta jornada, como se o nome do campeão pudesse ser descoberto ao virar da próxima esquina. Nervos a mais e confiança a menos, provavelmente, por parte de dois treinadores que invadiram o palco das peças grotescas para interpretarem papéis tão dispensáveis quanto lamentáveis: um insinuou o outro reagiu e a poeira agitou-se...

Jorge Jesus, na minha opinião fora do prazo de validade como treinador do Benfica, tropeça em clara inaptidão para lidar com um quadro de futebolistas ao nível dos melhores da Europa e, nesse sentido, socorreu-se de estratagema barato: ao tentar disfarçar receios e fraquezas antes de compromisso de alta pressão, outra ideia não lhe ocorreu senão a de atiçar os vizinhos com os favores dos árbitros...

Paulo Fonseca sabe que deu um salto de gigante na sua vida profissional, com o qual não contaria. Tem consciência de que necessita de tempo para se adaptar à realidade imensamente mais exigente, de aí o distúrbio mental suscitado pelo meio soluço neste ainda curto percurso ao serviço do FC Porto.

Se o benfiquista disse o que não devia, o portista retribuiu-lhe na mesma moeda, devendo ambos convencerem-se de que a valia dos plantéis que orientam é de tal maneira grande e evidente que, bem preparados nas vertentes técnica, tática e física, dirigidos com perspicácia em cada jogo e psicologicamente motivados, nem sequer precisam de dispensar atenção aos disparates dos árbitros, sejam eles a favor ou contra. 

O problema é que, nas duas situações em causa, os resultados dos treinos diários não têm correspondido ao que se espera da qualidade dos respetivos produtos.

Jesus, por exacerbado convencimento, habita no topo do mundo e não é capaz de perceber o que se passa abaixo dele, razão por que vive em permanente conflito com as limitações que o acompanham, permitindo-se ao despudor de não considerar o atual plantel encarnado superior ao anterior, apenas mais equilibrado, sublinhou. 

Ao fim de quase cinco anos, continua a não enxergar que é um erro inultrapassável treinar o Benfica à moda do Estrela da Amadora. 

Igualmente censurável é a tendência para expor o emblema da águia, respeitado e admirado em todos os continentes, a desvarios vários. Não lhe bastava auto classificar-se o maior de todos (como treinador); proclama-se, agora, defensor dos miúdos caçadores de camisolas: contra os polícias, marchar, marchar! O triste episódio de Guimarães correu mundo e quem fica mal não é Jesus: é o Benfica e o futebol português.

Fonseca, de outra geração, mais esclarecida e arejada, confessou não estar satisfeito com o desempenho da sua equipa, sobretudo fora, como o filme da Amoreira revelou. Apesar de ter sido lesado pela arbitragem, a verdade é que no chamado jogo jogado, o Estoril bateu-se em todo o campo, até ao último minuto. Ou seja, um FC Porto à Mourinho ou à Villas Boas, por exemplo, teria sido suficiente, a 70/75 por cento, para derrubar o potencial de digno adversário, mais as grosseiras distrações do árbitro de Vila Real. Falta medir, porém, o verdadeiro FC Porto à Paulo Fonseca...

Jesus atirou a primeira pedra, como o meu companheiro José Manuel Freitas destacou no domingo à noite, em A BOLA TV, mas não foi preciso esperar muito para se saber onde caiu: no orgulho ferido do dragão, a digerir com dificuldade um empate que, afinal, em termos de produção futebolística dos intervenientes, deve ser encarado como desfecho normal.

No meio deste aranzel, ressalve-se a distância de Leonardo Jardim. «Os três grandes são normalmente beneficiados e seria uma hipocrisia estar a falar de arbitragens», declarou. Mesmo que tenha desagradado a gente de índole caceteira, deve aplaudir-se a elevação do treinador leonino. 

Ele quer construir uma carreira de sucesso e pressinto que irá consegui-lo, assim saiba resistir a tentações que geralmente não são o que parecem. Atrevo-me a uma observação de circunstância, mas, neste pormenor, Jardim situa-se um passo à frente de Jesus e outro de Fonseca. 

Com uma diferença: o primeiro anda nisto há mais de 20 anos e o que tinha para mostrar, já mostrou; o segundo é um iniciado, falta-lhe mostrar quase tudo... como Jardim. O futuro é deles... 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 24 de Setembro de 2013

4 comentários:

  1. O jesus disse que tinham acontecido algumas situações que favoreceram os adversarios,mas ele disse alguma mentira?? Quer dizer,isto ao menos era uma festa,o porto tinha penalties fora da area a seu favor,tinha golos em falta, nos no derby empatamos 1 1 sofremos golos ilegais,penalties obvios que nao foram assinalados...quer dizer queriam que ele disse se o que,que estava tudo a tudo correr?

    Ano passado so para falar no jogo de coimbra,o xistra marcou 2 penalties contra nos que nenhum deles foi sequer dentro da area,o jogo ficou 2 2..Sabem o que me disseram? Joguem á bola!

    Pa puta que vos pareu....

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  2. Este é mais um senil que se devia ter retirado do jornalismo à muito tempo, então este dragarto tem o displante de dizer que o Jardim não fala de arbitragens, basta lembrar as declarações do madeirense antes do derby sobre bloqueios. Compreendo que com a idade a memória recente vai desapareçendo mas, estes cobardes submissos passam a sua inteira vida a julgar o SL Benfica e nunca apontam os erros dos Corruptos do Freixo ou do Botafogo do Lumiar. Lambe botas cobardes do Madaleno, sempre de cócoras.

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  3. Este e outro que queria andar dentro do benfica mas tem azar ..... depois diz mal de tudo e todos ....


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