sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pedro Santos Guerreiro e os milhões a mais do negócio Hulk



O Porto vendeu por 40 milhões o jogador que recusara vender por 52 milhões?, pergunta o Benfica. 


Não, responde o Porto, vendeu por 60 milhões. Mas que 60 milhões, se quem pagou, o Zenit, jura que 60 milhões não pagou? 

Tem de haver melhor resposta para esta charada do que esta: então e o Witsel? 

As vendas de Witsel e Hulk foram negócios fabulosos. São dois jogadores insubstituíveis, como escreveu ontem Carlos Daniel. 

Mas têm preço, um preço incrível, que salva o Benfica e o Porto de aflições. Mas onde há tanto dinheiro parece haver dinheiro a mais. No Porto e no Benfica. 

O caso de Hulk: dos 60 milhões pelos quais o Porto diz ter vendido o jogador (valor que o Zenit nega), o Porto recebeu 40 milhões, explicando que só tem 85% do passe do jogador, tendo o investidor que detinha 15% recebido nove milhões, o mecanismo de solidariedade três milhões e a comissão de intermediação sido de seis milhões. 

Portanto, Hulk não foi vendido por 60 mas por 58 milhões, o tal investidor recebeu 15% e o Porto não recebeu 85% mas sim 69%, depreendendo-se que as comissões foram abatidas ao Porto mas não ao investidor. 

Esta matemática é mais desastrada do que desastrosa - há aqui milhões a mais. 

O caso aplica-se a Hulk, a Witsel e muitas outras transferências, em Portugal e no estrangeiro. 

Quem foram os agentes que receberam comissões de seis milhões? 

Este valor é normal? Quem é o investidor? As transações foram feitas através de sociedades portuguesas ou de paraísos fiscais? Os clubes vão pagar impostos por estes lucrativos negócios? 

Sócios e acionistas têm direito a estas respostas - e a CMVM também existe para isso. 

Os clubes gerem negócios demasiado grandes para uma alquimia disfarçada. No futebol, a matemática não pode ser diferente da outra.

- Pedro Guerreiro, jornal Record, 6 de Setembro de 2012

1 comentário:

  1. REDTHUNDER

    Na sua cronica faz perguntas pertinentes. Mas só ficaremos a saber esta nova "matemática" no dia em que o valor das transferências sejam obrigatóriamente depositados no organismo mundial que rege o futebol mundial e daí transferidas para os clubes/SAD. O que se estranha é que a CMVM não se movimente para saber todos estes pormenores quando por vezes actua e pune SAD's por meras questões de opinião, que segundo eles CMVM podem influenciar os valores de cotação. Será que esta nova "matemática" não tem influência nos valores de cotação?

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