quarta-feira, 17 de abril de 2013

Octávio Ribeiro elogia trabalho de Jesus e postura de Vieira


É verdade - Jorge Jesus parece outro. Mais tranquilo, mais consistente. Capaz de rodar jogadores. Hábil a trocar peças sem que o todo perca eficácia. 

E a equipa do Benfica? Solidária, empenhada, envolvente. 
Pelos flancos. É desde os flancos que este futebol do Benfica faz mais vítimas. 

A época que agora caminha para as decisões parece talhada para um registo histórico de um grupo de homens que perdeu no início da campanha nomes tão relevantes como Javi Garcia e Witsel. 

Jesus chega à maturidade como técnico aos 58 anos. 

Um grande feito que prova a sua capacidade para se adaptar a novos desafios. Apesar de estudar agora intensivamente inglês, Jorge Jesus tem tudo a postos para ficar na Luz. 

Prescindirá de parte do salário, mas verá os prémios por objetivos subirem de forma significativa. Para Luís Filipe Vieira, a manutenção de Jesus pode ser um risco. 

Quem é o presidente do Manchester United? E quem é o treinador? Quanto mais anos Vieira mantiver Jesus na Luz, menos se poderá destrinçar o que é fruto da estrutura montada pelo presidente e o que é de facto dedo do técnico. 

Mas Vieira não parece um presidente sedento de protagonismo. O estilo deste líder do Benfica aproxima-se mais do de um gestor do que do de um político. 

Vieira sabe o quanto já ganhou com jogadores valorizados pelo trabalho de Jesus. Como sentenciou há poucos dias na CM TV Octávio Machado, Jesus devia prescindir do ordenado e propor uma percentagem no lucro da venda de jogadores. 

E Vieira sabe melhor do que ninguém contar milhões. Por isso Jesus só não continuará na Luz se não quiser. 

- Octávio Ribeiro, jornal Record, 16 de Abril de 2013

1 comentário:

  1. "O estilo deste líder do Benfica aproxima-se mais do de um gestor do que do de um político."
    Pois, pois, ó Octávio, devem-te ter dado alguma coisa a cheirar na Benfica TV. Para o estilo de LFV, basta ver a reportagem dele a convidar o PR para a inauguração do Museu, em Outubro de 2012, poucos dias antes das eleições, e ver se o Museu já está a funcionar. E o facto de colocar yes men em tudo o que é programa de debate de futebol. E a propaganda centrada no personagem, desde qualquer reportagem sobre uma tasca na dita TV, até ao mais recente momento de procura de visibilidade de depositar coroas de flores por todo o lado onde passa.

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