O campeonato aproxima-se do fim, a pressão aumenta, os discursos baralham-se e os nervos não aguentam.
Vítor Pereira não esperava chegar a esta fase da frenética corrida do título quatro pontos atrasado em relação a Jorge Jesus, mas tem de queixar-se da sua inabilidade...
À 18.ª jornada, depois do Benfica ter empatado no Funchal, com o Nacional, o FC Porto recebeu no Dragão o desesperado Olhanense e... empatou também, tendo Jackson Martínez falhado uma grande penalidade. A partir daí, as contas são simples de fazer: enquanto os benfiquistas registam um desempenho cem por cento vitorioso, os portistas voltaram a empatar em Alvalade (- 2) e na Madeira com o Marítimo (-2), o que dá menos quatro pontos.
Contas de primeira classe que só Vitor Pereira não consegue entender, erguendo agora o gládio da sua ira na direção de fantasmas que só ele enxerga.
Quem disse que o FC Porto tem uma equipa muito forte, que desfruta, gosta de ter a bola e atingiu uma maturidade tática que lhe permite garantir esse jogo? Quem disse que a vitória no campeonato foi sempre o principal objetivo e quem a seguir ao primeiro jogo com o Málaga pensou ter-se transformado no imperador do céu e da terra: «Foi um jogo completo de acordo com a nossa identidade e caráter»; «é uma ideia de jogo partilhada pelos jogadores que gostam de ter a bola e dominar (...) É assim que eles se sentem à vontade e mostram a sua cultura de jogo»; «temos um meio-campo de grande nível»?
Vítor Pereira confundiu-se e quer confundir as pessoas. Em vez de se concentrar no essencial da coisa, ganhar os cinco jogos que lhe faltam e esperar por preciosa «colaboração» de Sporting, amanhã, no derby, ou de Marítimo, próxima jornada, nos Barreiros, na receção ao Benfica, em vez disso prefere servir-se das conferências de Imprensa para debitar inocuidades. Ele é que sabe...»
- Fernando Guerra, jornal A Bola, 20 de Abril de 2013
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