A forma como os jogadores e equipa técnica do Benfica festejaram o triunfo nos Barreiros é, só por si, significativa e elucidativa. Eles tinham consciência de que a partida frente ao Marítimo era um (ou o?) jogo-chave da fase final do campeonato. Os três pontos conquistados deixam o título exclusivamente dependente dos encontros com Estoril e Moreirense, na Luz, desafios que apenas uma catástrofe difícil de imaginar pode impedir que sejam de consagração.
Mas os festejos dos encarnados derivaram também de outro factor. É que a vitória foi bastante complicada, perante um conjunto madeirense que não perdia em casa desde Outubro do ano passado. Ainda que, curiosamente, o Benfica tivesse entrado em vantagem logo aos cinco minutos. Simplesmente, o resto do primeiro tempo foi um contraste com o arranque.
Jorge Jesus falou de "ansiedade" prematura que terá levado os jogadores a pensarem em gerir o avanço logo ali. Talvez, mas também porque o Marítimo não se sentiu afetado pela infantilidade de Márcio Rozário, que cometeu a grande penalidade. Aliás, ele próprio "respondeu" pouco depois com um remate ao poste da baliza de Artur. Acontece ainda que houve muita coisa que não funcionou como devia na equipa encarnada.
Os laterais, Maxi e André Almeida (Melgarejo, certamente por prudência, ficou de fora) tiveram grandes dificuldades com os alas madeirenses, vendo-se várias vezes Sami e Heldon a ganhar espaços e a passarem até com alguma facilidade, Ola John distante do jogo e Rodrigo a vaguear sem soluções aproveitáveis. Daqui até ao golo do empate foi um passo, num lance em que toda a defesa do Benfica não está isenta de responsabilidades.
Depois do intervalo, fosse por terem compreendido o enorme risco que estavam a correr no jogo (e, por consequência, no campeonato), fosse por perceberem que sem pressão séria sobre o adversário nunca passariam "daquilo" - ou pelas duas coisas - a verdade é que se registou uma transformação pela positiva dos jogadores encarnados. Lima atirou por duas vezes aos ferros, Salvio assumiu-se como a gazua que faltava, Matic e Enzo passaram a explorar com mais lucidez a zona central do campo e Jesus também ajudou ao retirar Ola John e colocar Cardozo. O Marítimo continuou a ir "lá acima", mas os lances de perigo real diminuíram.
A persistência deu resultado. Foi um autogolo, mas estes também contam. E aqui, sim, foi o momento do técnico encarnado definir a cadência, ao abdicar de um Rodrigo sem chama (Lima e Cardozo davam conta do recado), optando por Carlos Martins e, assim, transmitir equilíbrio à equipa. Roderick, já nos derradeiros minutos, foi mais um para "trancar a porta" em definitivo.
Pode não ser ainda a "autoestrada" para o título, mas o Benfica abriu, pelo menos, uma "via rápida". Basta-lhe vencer o Estoril para "neutralizar" o jogo no Dragão, como sempre pretenderam os responsáveis benfiquistas. Agora, e porque a presença numa final europeia também estava na lista de promessas eleitorais de Luis Filipe Vieira, cabe a Jorge Jesus virar o "chip" dos seus homens para tentarem, já esta época, cumprir o objetivo traçado pelo presidente. Mesmo sabendo que vai tarefa árdua.
PS : Como nas últimas jornadas a galáxia portuguesa só sabe falar de arbitragens e, em particular, de grandes penalidades, desta vez a "vítima" foi Cardozo.
-Mário Fernando, TSF Blog Jogo Jogado
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