Num tempo de tantas dificuldades, nada melhor do que ter um bom amigo. Com a generosidade do momento preciso e os euros da quantidade certa.
Sem sequer exigir recibo de quitação pela dádiva da sua amizade. Que, claro está, é cristalina e desinteressada.
Amigo sempre é amigo e não um qualquer bicho careta que nos aparece pela frente, ou um fulano que espreita a primeira oportunidade para nos lesar, ou um beltrano que não passa do amigo do inimigo.
Claro que há amigos e amigos. Os que subsistem para além da erosão do tempo. E os que chamaria de amigos técnicos que surgem e se esfumam nas circunstâncias certas, em função de interesses próprios (ou alheios) envoltos no nevoeiro da mais diáfana amizade.
Há amigos para todos os feitios e condições: os amigos do peito, os amigos da onça ou de Peniche, não esquecendo o sempre entusiasta amigo dos diabos e, claro está, evitando-se o contacto com um qualquer amigo do alheio, espécie que se desenvolve a um ritmo, por sinal, muito pouco amigo.
Há ainda quem não sendo amigo, se faça de amigo com cantigas de amigo.
Aplicar a propriedade transitiva da lógica aos amigos já foi mais ajustada do que hoje. Agora, dizer que amigo do meu amigo meu amigo é só com prova real, ou no mínimo prova dos nove. Há ainda os amigos secretos ou invisíveis que, segundo a tradição nórdica, são vistos por ocasião das festas do Natal.
Espera-se o nascer do Sol para trocar prendas e compensa-se quem não tem dinheiro para as comprar. Amigos de olho ou... de olhão! Jorrando luz, evidentemente. Mas como amigo não empata amigo, logo a seguir se dirá: amigos, amigos, negócios à parte.»
- Bagão Félix, jornal A Bola, 10 de Abril de 2013
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