António Tadeia e os futuros de Vítor Pereira e Jorge Jesus

O FC Porto esperou até ao tempo de compensação para decidir o desafio com o Benfica e virar a classificação da Liga ao contrário, mas vale zero vir agora referir a eventual injustiça de uma época se jogar num segundo, porque se as duas equipas chegaram a esse segundo em posição de serem campeãs é porque qualquer uma das duas o mereceria. 

Naquele segundo, o FC Porto foi mais forte e, por isso, se ganhar ao Paços de Ferreira no último dia será o justíssimo campeão nacional.

O jogo do Dragão veio, além disso, levantar uma série de questões, ou pelo menos tornar a sua discussão mais interessante. 

Até que ponto é justo referir que ao FC Porto falta banco quando de lá salta o homem que decide a Liga num momento de inspiração? Deve Vítor Pereira ser elogiado por ter apostado em Kelvin ou criticado por não tirar rendimento dele com mais frequência? E se Vítor Pereira for mesmo bicampeão, terá Pinto da Costa margem para não lhe renovar o contrato? Ou o assédio do estrangeiro a um treinador cuja competência não devia questionar-se virá resolver a questão de forma a que todos salvem a face e chegue na mesma uma cara nova ao banco do Dragão?

E no Benfica, terá Luís Filipe Vieira margem para avançar com um novo contrato para Jorge Jesus se este, por hipótese, perder o campeonato e a Liga Europa? E se o fizer, dando mais dois anos a um treinador que só teria ganho um campeonato em quatro, não estará a repetir o sucedido quando manteve Fernando Santos e depois acabou por deixá-lo cair ao primeiro sinal de pressão na nova época, desde logo a comprometendo? 

Ou o que fez Dias da Cunha com José Peseiro no Sporting, com o mesmo resultado final? 

O futebol no campo vai parar daqui a quinze dias, mas as semanas que aí vêm serão igualmente animadas.

-António Tadeia, Facebook