Final europeia entre duas grandes equipas. Um só vencedor, porém, como já se sabia. Maldição? Claro que não. Falta de sorte? Talvez, mas são os golos que desenham os resultados e são as conquistas que enriquecem a história dos clubes.
Jorge Jesus tinha contas a acertar, quer com Rafael Benítez, que, em 2010, como treinador do Liverpool, o eliminou da Liga Europa com derrota difícil de digerir (1-4), quer com o Chelsea, que, na temporada transata, afastou o Benfica da Liga dos Campeões nos quartos de final, na sequência de dupla derrota: 0-1, em Lisboa, 1-2, em Londres.
Ontem, tal como fizera, em Stamford Bridge, Jesus voltou a proclamar que o Benfica foi melhor do que o Chelsea, mas a verdade é que, mesmo tendo sido melhor, voltou a perder.
O futebol português há muito que se divorciou das «vitórias morais», teoria de resignação que durante anos apenas serviu de aconchego ao desconforto lusitano perante o sucesso alheio.
Entretanto, explodiram os talentos, impuseram-se as Seleções e quando por boas razões se fala de Portugal no mundo quase sempre é por causa do fascínio do seu futebol, de Eusébio, de Figo, de Ronaldo, de Mourinho... Do FC Porto, do Benfica, do Braga, do Sporting... Motivo de admiração será, sim, um país pequeno como é o nosso ter tantas coisas fantásticas para oferecer.
Uma final é para se ganhar e o Benfica não foi capaz. Lutou, entusiasmou a sua indefetível massa adepta, construiu oportunidades suficientes para ser feliz, intimidou o adversário, fez o que se exigia a um finalista com justificadas ambições, mas um jogo de futebol decide-se entre dois intervenientes e é das regras vencer o que marcar mais golos.
Eis a linha de fronteira que, em Amesterdão, separou o Chelsea (2) do Benfica (1): um golo.
No resto... equivaleram-se. Daria empate...»
- Fernando Guerra, jornal A Bola, 16 de Maio de 2013
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