António Tadeia questiona opções de Jorge Jesus

A vitória do Benfica em Bordéus faz mais do que confirmar o esperado apuramento dos encarnados frente a uma equipa que, é verdade, não perdia um jogo europeu em casa há muito tempo, como realçou Jorge Jesus, mas que também saíra derrotada de cinco das últimas dez partidas que tinha feito esta época. 

A vitória do Benfica em Bordéus, que confirmou a equipa lisboeta como última representante do futebol português na UEFA, mostrou muito. 

Mostrou que Jardel é um jogador de altos e baixos e que pode ser um bom segundo de Luisão ou Garay mas não o líder da defesa: foi ele que colocou a eliminatória em porto seguro, com o golo de abertura, mas também foi ele que quase a reabria, com participação involuntária nos dois golos franceses. 

E se as coisas não se complicaram foi porque esta vitória do Benfica em Bordéus veio também confirmar a importância de um ponta-de-lança como Cardozo – nem tem de estar de início, basta-lhe entrar para resolver, à matador.

O que a vitória do Benfica em Bordéus ainda não disse é se a estratégia de rotação de Jorge Jesus é a mais acertada. 

Sim, o Benfica qualificou-se com clareza, com duas vitórias, mesmo poupando alguns dos seus jogadores mais fatigados. 

Mas se a ideia é ir atrás dos dois troféus, Jesus saberá que não pode continuar neste modo de poupança, porque os potenciais adversários têm muito mais qualidade que este Bordéus. 

E a equipas como o Chelsea, a Lazio ou o Tottenham não se ganha sem os melhores. 

Por melhor resposta que tenham dado ontem, alguns reservistas serão sempre curtos para tão hercúlea tarefa.

-António Tadeia, Facebook