Em Málaga, Vitor Pereira deu uma eloquente demonstração práctica da actualidade do Princípio de Peter, mostrando que não é impunemente que se salta do banco do Santa Clara, da 2.ª liga, para o de um clube que é crónico candidato ao título e passageiro habitual da Liga dos Campeões.
Como escrevi quando ele foi escolhido, compreendi a escolha à luz da deserção de Villas Boas e da urgência em encontrar treinador, já com a equipa a iniciar o estágio de pré-época, no Verão de 2011. Mas não compreendi a extensão do vínculo para o ano em curso.
Durante estas duas épocas, Vitor Pereira deu a quem quis ver variadíssimas demonstrações da sua insuficiente competência técnica para estar à frente de uma equipa de luxo, como é a do FC Porto. Repito que, pessoalmente, não tenho dúvidas de que se trata de uma pessoa séria, trabalhadora e bem intencionada - mas isso não chega, como não chegou ao Papa Francisco para treinar o San Lorenzo de Almagro.
Nestes dois anos, vi Vitor Pereira andar à toa, primeiro limitando-se a deixar que fosse a equipa e a categoria dos seus jogadores a carregá-lo às costas - para o que contou muito a superior capacidade de Hulk de resolver jogos sozinho e o famigerado espírito do balneário portista. Foram eles que lhe deram o título do ano passado, mas não podiam dar-lhe o que ele não tem, por si mesmo: uma competência técnica que seja capaz de retirar o melhor de cada um e o melhor da equipa.
Como não me canso de escrever, duvido que perceba alguma coisa de futebol um treinador que deve ser o único apreciador do jogo em todo o planeta que não entende que James Rodriguez e Cristian Atsu são infinitamente melhores do que Silvestre Varela. Mas isso é apenas um exemplo, embora extremo e elucidativo.
Nestes dois anos, Vitor Pereira também se revelou incapaz de potenciar quase todos os novos jogadores que despontaram no clube, desprezando-os ou abrindo mão deles: Atsu, Iturbe, Sérgio Oliveira, Djalma, Souza, Delatorre. Agarrou-se a um núcleo duro de jogadores, que explorou até à exaustão, porque são os que lhe garantem o tal jogo de «posse de bola», triste imitação de um Barcelona, sem escola nem Messi, e que ele, à falta de melhor, resolveu apresentar como resultado do seu ano de aprendizagem.
Ele acha que, enquanto tiver a bola, a equipa não corre riscos e, por isso, detesta jogadores que arriscam, que rompem com aquele colete de forças inócuo, e prefere outros que lhe dão uma falsa sensação de segurança e controlo do jogo: Defour, Fernando, Varela, Castro, ou um Lucho rebentado ou em fim de ciclo.
Toda a gente saudou a refundação táctica que Vítor Pereira tinha engendrado para um FC Porto sem Hulk. Mas todos fingiram não ver que o esquema dependia de três nomes e não existia sem eles: Moutinho, como pivot de tudo; James (que ele não entende), como criador de desequilíbrios; e Jackson Martinez, como finalizador.
Em Málaga, como qualquer aprendiz de futebol sabe, a melhor, a única forma, de defender a vantagem de 1-0 era garantir pelo menos a marcação de um golo - tarefa não muito complicada, face a uma defesa sabidamente frágil.
Na véspera do jogo, aliás, Vítor Pereira não se dispensou de dizer que a equipa não se iria descaracterizar nem mudar de processo de jogo. Mas, na hora da verdade, o que fez foi exactamente o contrário: borrou-se de medo e montou uma estratégia e uma equipa para defender o 1-0.
Já vi este filme inúmeras vezes, posto em exibição por treinadores portugueses sem estaleca para os grandes jogos europeus. Pensam, pensam, dormem a sonhar com tácticas que surpreendam o adversário e, no momento da decisão, mudam a equipa e a sua estratégia de jogo.
Invariavelmente, mudam-na para defender e, invariavelmente também, o resultado dessa mudança traduz-se num desastre. Foi o que fez Vitor Pereira em Málaga, com o resultado de ter perdido não apenas uma eliminatória totalmente ao alcance do FC Porto, de ter desperdiçado uma oportunidade caída do céu e do sorteio para seguir para os quartos da Champions, mas também caindo com tamanho estrondo e falta de classe que deixou a equipa destroçada, física, emocional e psiquicamente, como se viu este domingo no Funchal. Ao ponto de, mais do que provavelmente, ter também entregue o título nacional ao Benfica.
Quando optou por entrar em campo em Málaga com um ataque reduzido a Jackson Martinez (visto que Defour nunca foi, nem sabe ser, extremo, e Varela não conta), Vítor Pereira fez o três em um: - transmitiu aos seus jogadores uma mensagem clara de que estava com medo do adversário e era preciso defender desde o primeiro minuto; - reduziu as hipóteses de marcar um golo a factores de pura sorte do jogo; - rebentou com Jackson Martinez (com consequências que pagaria mais tarde), ao forçá-lo a passar metade do jogo a correr, sem apoio algum, a impossíveis passes de 30 e 40 metros - única estratégia de ataque engendrada.
É certo que depois contou com as traições de Defour e do departamento médico do FC Porto - que, tal como já sucedera com James, demorou muito mais tempo do que o razoável a recuperar João Moutinho e afinal, entregou-lho sem estar em condições.
Mas a traição de Defour é uma história diferente e que um treinador avisado teria evitado. Para começar, é a própria inclusão de Defour que está em causa: trata-se de um jogador absolutamente banal, de equipa do fim da tabela. Tem a seu favor ser esforçado e generoso, mas é tecnicamente limitado, nada esclarecido e precipitado em todas as acções, seja a rematar à baliza ou a entrar ao desarme.
A conjugação destas características torna-o um jogador perigoso num jogo daquela importância, para mais se já levou um amarelo e continua de cabeça quente.
Sem desculpar minimamente a indesculpável atitude de Defour (três meses sem ordenado seria o mínimo que ele devia pagar ao clube pelos danos causados), é indesculpável também que Vítor Pereira não tenha tido o cuidado elementar de o retirar após o primeiro amarelo. Tanto mais que, já no ano passado contra o Apoel e também na Champions, o FC Porto vivera episódio semelhante com Fucile, que terminou com a sua expulsão, derrota no jogo e eliminação da competição.
Ora, um treinador está no banco para aprender com os erros cometidos, para conhecer o temperamento dos seus jogadores e defender a equipa dos seus excessos previsíveis. Não para estar a tirar apontamentos enquanto o jogo decorre ou ficar de mãos nos bolsos, estático e silencioso, a assistir a tudo como se, bom ou mau, nada houvesse a fazer contra o destino.
Espanta-me que Pinto da Costa que percebe muito mais de futebol a dormir que Vítor Pereira acordado - não lhe tivesse pedido antes do jogo a equipa que ele ia fazer alinhar em Málaga.
E que, se o fez, não lhe tenha logo dito: «esse onze e essa estratégia de medo estão condenados ao desastre. Acredite em mim que já vi isso acontecer antes».
-Miguel Sousa Tavares, jornal A Bola, 19 de Março de 2013
Quando comecei ler, pensei que esta frase era sobre o miguel sousa tavares enquanto comentador de futebol:
ResponderEliminar"O Princípio de Peter estabelece uma regra cristalina: todos nós temos o nosso patamar de competência, acima do qual as coisas ainda podem correr bem durante uns tempos, mas fatalmente hão-de correr mal na hora da verdade."
A piada era diferente da que pensei inicialmente, mas também serve! :)
O assunto tratado pelo Miguel S. Tavares trata-se sómente do lançamento de verborreia em forma de AZIA.
ResponderEliminarSr. Miguel S. Tavares tome Kompensan, Rennie ou Pariet que combatem eficazmente a AZIA.
O Miguel Dopa Tavares é o chamado perfeito idiota,é capaz de agora estar a humilhar o vitor Pereira e para a semana eleva-o aos pincaros,tem sido sempre assim,as pessoas esuqecem-se do que ele diz,sem forem ver os escritos dele,o gajo só se contradiz.
ResponderEliminarÕ Princípio de Peter também se aplica a quando alguém, mais velho, é ultrapassado em conhecimentos pelos mais novos?
ResponderEliminarO MST é um daqueles adeptos tripeiros que faz o trabalho de sapa: passa a vida a dizer mal para acicatar ânimos. O 'verdadeiro' objectivo das mal-fadadas linhas que escreve é 'entusiasmar' a equipa, servem os escritos para que o Vitinho pega na folha de jornal e a coloque no balneário para todo o plantel a ver e ganhem ganas de lhe responder jogando mais. É a chama psicologia invertida. Estas criticas não passam de mascara mal feita. É a forma encapotada que ele tem de dar força a equipa, coisa que ele já fez no ano passado, para depois se desfazer em elogios. Não se deixem enganar...
ResponderEliminarSerá que esse tal sousa tavares será homem e terá tomates para contar titim por timtim o que realmente se passou com a morte do director dos andrades corruptos baleado com dois tiros na testa dentro da etar de contumil em novembro passado?
ResponderEliminarÉ o típico comentador à Rui Santos, mas em causa própria e por conseguinte mais aziado. Bate até às últimas consequências quando perde, louva sem igual quando ganha 1-0 contra dez, com dois penalties mal assinalados a favor e três não assinalados contra.
ResponderEliminarA coerência no discurso não é o seu forte, pelo que não deve ser tomado a sério. Ainda assim, se tentássemos esse exercício, teríamos de concluir que está, ao criticar a aposta no treinador, a violar a regra nº 1 dos apoiantes do clube do Freixo: o axioma que estabelece a infalibilidade do Papa.
queor que o vitor pereira e o fcporto se fodam .
ResponderEliminaro benfica que continue mas é firme e humilde a ganhar jogos para que cheguemos a dragao com pelo menos os 4 pontos de vantagem q temos e assim seremos campeoes , humildade , raça , inteligencia e seremos campeoes , agora se começam a falhar golos e a fazer jogos de merda podemos perder pontos e dar moral aos corruptos para o jogo do dragao , esta epoca tem tudo pra ser grandiosa , espero que o jj e os jogadores nao se deslumbrem nem "tirem ferias" antes de termos literalmente os titulos no bolso , 2 estao a um pequeno grande passo , isto a nivel nacional e a uefa é mais dificil mas tambem esta ali mesmo a sorrir nos , saibamos aproveitar e capitalizar todo o esforço ,merito e a necessaria sorte que nos protegeu ate agora .
jose luis cruz
Que va para la ele,ja que percebe tanto de futebol e sempre nao tem muito que fazer da vida,era quase um passatempo
ResponderEliminarnao li nem uma linha do texto
ResponderEliminaré mt grande
mas sei k diz mal do vitor pereira, portanto...
Viva ao Tavares...
CARREGA BENFICAAAAA!!!
tem os dois piores defeitos que existe no ser humano, bêbado e tripeiro. antes bêbado do que tripeiro sem duvida alguma.
ResponderEliminarSobre estar arrasar o Vitinho nada de mais, como não vao ganhar nada este ano, dispara contra tudo e contra todos,verdade seja dita que nestes últimos anos se não fosse a batota nada ganhavam essa e a realidade Sr MS Tavares, não valem nada, são uns podres.
Nós ganhamos muito...
ResponderEliminarNADA A COMENTAR
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