A principal conclusão deste vosso amigo benfiquista e economista é a de que "Quem Paga Mais, Ganha Mais". Ou seja, quem gasta mais em salários dos jogadores e treinadores é normalmente campeão.
Esta regra verifica-se em nove anos dos últimos onze, incluindo no ano que o Benfica foi campeão, treinado por Jorge Jesus. Nessa época, em 2009-2010, o Benfica foi o clube que mais gastou em salários, e por isso foi campeão. Foi a única vez em onze anos que o Benfica ultrapassou o FC Porto na despesa em salários, e pelos vistos valeu a pena, pois no final festejou e bem.
Nos outros anos, quem gasta mais é quase sempre o FC Porto, e essa é a principal razão que explica que, só na última década, o FC Porto tenha vencido oito dos dez campeonatos.
Quem pensar que a arbitragem explica as vitórias em campeonatos está redondamente enganado, e não é só em Portugal que a regra do "Quem Paga Mais, Ganha Mais" se verifica. Também é quase sempre assim em Inglaterra (o campeão, Manchester City, foi o que mais gastou em salários), em Espanha (foi o Real) ou na maioria dos outros países.
Não sendo uma regra infalível, os salários mais elevados explicam a maior capacidade de vitórias dos clubes, cujo modelo de negócio eu examino neste livro. Para vencer muitas vezes, os clubes têm de saber gerir muito bem o seu plantel. Há três princípios essenciais: comprar bem, pagar bem e vender bem.
Na última década, em Portugal foi o FC Porto que melhor aplicou estes princípios, e por isso vence mais vezes. É certo que o Benfica já consegue fazer muita coisa bem feita, nomeadamente vender bem, mas ainda falha nas compras de jogadores (Roberto, Emerson, e mais uns quantos brasileiros onde se gastaram milhões sem retorno), e não paga tão bem ao seu plantel.
Além disto, no meu livro falo também sobre o mercado das receitas televisivas nacionais, controlado pela Olivedesportos, e quanto ele prejudica os clubes nacionais, em especial o Benfica.
Termino com uma análise ao buraco negro das enormes dívidas que todos os clubes portugueses têm, e quanto essas dívidas os vão limitar nos próximos anos, pois a UEFA irá colocar em prática as suas novas regras de "fair play" financeiro, que impedem os clubes de ter prejuízos em três anos seguidos, colocando em risco a participação dos clubes portugueses nas provas europeias.
-Domingos Amaral: http://domingosamaral.com/55842.html
vai vender a banha aos do apinto curropto
ResponderEliminar