Quem diria? Os benfiquistas estão com um melão maior que uma nave espacial. Os portistas estão com um sorriso de orelha a orelha. O Estádio da Luz encheu-se na segunda-feira passada para um jogo de glória, mas acabou por ser um jogo de triste memória. Exceto para o Estoril, excelente. E, claro, para o Porto.
O Porto está muito longe de ser excelente. O ano fala por si. Além do mais, o futebol praticado pela equipa do Benfica é muito mais bonito, entusiasmante. Pois é, mas isso de nada interessa. A verdade é que entre a ilusão do Benfica que já se dizia campeão e a desilusão do Porto este ano distam apenas dois pontos, que vão ser decididos no Estádio do Dragão no próximo fim de semana. O resto é conversa. O Porto só depende de si para ser campeão este ano. E o Benfica, que ainda pode ganhar tudo, também pode ganhar rigorosamente nada.
A forma politicamente correta de analisar a situação é dizer que este inesperado empate do Benfica contra o Estoril enriqueceu o interesse na competição: teremos campeonato até ao fim. A forma politicamente incorreta passa por dizer que Jorge Jesus se arrisca a morrer no Estoril Praia, o que parece ser inacreditável depois da época havida. Ora, Jesus só tem de resgatar a sua própria honra, não perdendo no Dragão. “Limpinho”. Mas Vítor Pereira, que tem sido sistematicamente rebaixado ao longo do ano, sobretudo pela comunicação social, tem também a sua própria possibilidade de resgate. Não só perante o país mas ante o seu presidente.
No Dragão não estarão apenas em confronto dois treinadores nem duas equipas de futebol. Estarão também dois presidentes. Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira têm uma conta corrente permanentemente aberta, que tem sido bastante alimentada nas últimas semanas.
Quem, rindo por último, rirá melhor? Vai ser diabólico.
-Pedro Santos Guerreiro, 9 de Maio 2013, jornal Record
Comentário muito bem nivelado, não sou benfiquista,mas a lógica e os factos, não são afectos a nenhum clube em particular.
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