Como dizem milhões de filósofos: o futebol é isto mesmo. Um estádio a rebentar de euforia. A confiança numa vitória fácil escorre da bancada para a relva entre cânticos aos deuses.
Mas na relva estão jogadores cansados. Com muitas centenas de quilómetros nas pernas e largos milhares, entre estradas e aviões. Este final de época é infernal para o Benfica. Há exatamente uma semana uma pergunta surgia neste espaço a linhas tantas: que pernas vai haver para o Estoril? Agora já todos sabemos a resposta: não houve.
Não houve pernas nem grande clarividência no banco. Também a sorte abandona quem mal decide. Jesus não ensaiou sequer uma terceira substituição. Carlos Martins deixa o relvado após mais um vermelho infantil depois de Jesus o ter elegido para substituir o lesionado Enzo Pérez. Carlos Martins não durou muito em campo, a equipa do Benfica não durou nada. Entre a exaustão e a consequente tremedeira, os jogadores do Benfica estiveram dormentes, embalados por um Estoril que dá gosto ver jogar.
Agora o campeonato está à mercê do FC Porto. Os comandados de Vítor Pereira precisam apenas de vencer em casa este Benfica, que tem só quatro dias para recuperar o corpo e o ânimo. Sábado há um grande jogo no Dragão.
Ao Benfica basta o empate para manter a vantagem de dois pontos. Mas quantos acreditam neste cenário? Em pouco mais de uma semana Jorge Jesus está entre o sonho e o pesadelo: ainda pode ganhar campeonato e Liga Europa, mas o corpo dos principais jogadores diz cada vez mais que não à conquista de ressaltos, à vitória em cada sprint, ao instinto matador.
Os próximos dias são decisivos para definir todo o trabalho de uma época no FC Porto e Benfica. No que toca apenas ao campeonato, o FC Porto acaba de passar à condição de favorito.
-Octávio Ribeiro, 7 de Maio 2013, jornal Record
precisam apenas de vencer em casa este Benfica? que falta de respeito para com o Paços Ferreira, que só está em 3º lugar e que é sempre um campo difícil.
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