terça-feira, 27 de agosto de 2013

Nuno Farinha: Jesus é um autodidata que só aceita lições de Johan Cruyff e Manuel Sérgio

 

O Sporting-Benfica terá, nos próximos dias, tudo aquilo a que um dérbi tem direito: a projeção dos onzes iniciais à mesa do café, palpites para todos os paladares e a habitual curiosidade à volta do nome do árbitro. Tudo normal. O jogo que mais paixões alimenta no futebol português também irá decorrer, espera-se, num quadro de alguma normalidade institucional, a menos que, nos próximos dias, entre em cena algum incendiário vindo de onde menos se espera.

Há um duelo particular dentro do próprio dérbi que merece, no entanto, especial atenção: Leonardo Jardim/Jorge Jesus. Na quinta temporada ao serviço do Benfica, Jesus já defrontou sete treinadores do Sporting: Carvalhal, Paulo Sérgio, José Couceiro, Domingos Paciência, Sá Pinto, Vercauteren e Jesualdo Ferreira. Jardim será o oitavo na série, mas apenas o segundo a olhar de cima para JJ. E essa nunca será uma questão de somenos.

O caso seria ainda mais grave para os encarnados - bastante mais, até - se a equipa tivesse tropeçado, como chegou a parecer inevitável, no jogo de domingo com o Gil Vicente. Mesmo assim, com três pontos de atraso para o rival, Jesus apresta-se para voltar a viver um quadro que só conheceu por uma vez, em 2010/11: enfrentar o Sporting em desvantagem na classificação. Parecendo quase insignificante quando se trata apenas da 3.ª jornada, a verdade é que é aí, nesse facto, que assenta o superior interesse deste dérbi precoce, o jogo que, assim, vai devolver o Sporting-Benfica à condição que nunca deveria ter perdido. 

Leonardo Jardim e Jorge Jesus são treinadores de pensamento futebolístico muito diferente. É normal que assim seja, aliás, porque há exatamente 20 anos a separá-los. Jardim, 39 anos, é um produto da linha académica, em estado de evolução acelerada e sempre disponível para a aprendizagem. Jesus, 59 anos, é um autodidata que só aceita lições de Johan Cruyff e Manuel Sérgio.

Os treinadores do Sporting e Benfica são diferentes em quase tudo. Um é discreto, o outro é exuberante. Um fala baixo, o outro fala alto. Um tem pouco cabelo, o outro tem muito. Independentemente das distâncias mais ou menos fáceis de identificar, há um registo que promete aproximá-los: Jardim está a conseguir, em tempo recorde, despertar um gigante exatamente como Jorge Jesus fez em 2009, quando chegou à Luz.

O treinador madeirense é, para já, a figura maior do Sporting-Benfica. Na véspera de arrancar o campeonato este jogo era, no calendário, um pesadelo para os leões. Hoje parece um sonho. 

- Nuno Farinha, jornal Record, 27 de Agosto de 2013

4 comentários:

  1. Só peço uma coisa a Jorge Jesus não invente!

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  2. JJ independentemente de concordar ou não com as tuas opções,sei que tens de optar de acordo com o trabalho (empenho) dos jogadores nos treinos desta semana e não com aquilo que seria a minha opinião e de outros BENFIQUISTAS.
    DESEJO-NOS UM POUCO DA SORTE QUE NOS TEM FALTADO

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  3. Como Benfiquista, tenho a convicção que L. Jardim é o melhor treinador da Liga! Já Jesus é dos piores...De qualquer modo, o Benfica manteve e investiu 30M€...e o Sporting varreu os velhos (para reduzir custos) e ficou com os miudos. Teoricamente o Benfica deveria ter vantagem...o problema é que Jesus é conhecido por falhar sempre nso momentos decisivos! Ele nao sabe pensar! Ja ganhar a equipas com orçamentos ridiculos é o forte de JJ! Aquela substituiçao de Cardozo no Jamor, para segurar o 1-0, quando o Guimaraes nao passava o meio campo e tinha mais medo de sofrer o 2-0...é a VERDADEIRA faceta de JJ, ELE NAO SABE PENSAR!

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  4. Jesus é um autodidata, o farinha é um lambe cús armado ao jornalista e sabichão iluminado pelos túneis da madalena

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