Dezoito anos depois de ter chegado ao Benfica, Martin Pringle, contratado para jogar como ponta de lança, veio agora afirmar, em interessante entrevista conduzida pelo jornalista Pascoal Sousa, que, afinal, «não era tosco, nem pezudo», simplesmente não lhe deram tempo nem lhe enxergaram talentos, que os tinha, assegura.
O presidente, na altura, chamava-se Manuel Damásio e o treinador era Paulo Autuori. O estágio de preparação decorreu na Suécia e o clube da Luz andava no mercado à procura de quem marcasse golos. Até que o nome de Pringle, que alinhava no modesto Helsinborg, emergiu como solução milagrosa.
Tive o privilégio de acompanhar esses dias com o plantel encarnado na qualidade de enviado-especial de A BOLA e recordo-me, como se fosse hoje: sorrateiro, como mandam as boas regras jornalísticas, no final de um dos treinos, aproximei-me de Mats Magnusson, o adjunto do clube sueco, e disse-lhe: 'Mats, o ponta de lança que o Benfica quer é o Pringle'.
Parou, pousou o saco das bolas, fitou-me com um sorriso largo e corrigiu-me: «Não pode ser porque é defesa-central. O nosso avançado aleijou-se e como o Pringle é alto e joga bem de cabeça o treinador utilizou-o no ataque, em dois jogos... Por isso não pode ser ele.»
Mas pôde. Andou Toni seis meses a calcorrear continentes à descoberta do ponta de lança e... aterrou na Luz um sueco que nem era louro, um central disfarçado de avançado.
Se há negócios misteriosos no futebol, este foi um deles, seguramente.»
- Fernando Guerra, jornal A Bola, 25 de Junho de 2013
Olá. Sim foi um mau avançado, mas de vez em quando marcava golos. Tentei encontrar videos com os mesmos e nada. Golo é golo. Não digo aqueles que ele falhou, ou as jogadas toscas, digo as 3 ou 4 jogadas mais interessantes que o homem fez. Gostaria de rever.
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