sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Leonor Pinhão compara duplas de sonho: Cardozo e Saviola com Van Hooijdonk e João Tomás



De Saviola os benfiquistas guardarão durante muitos anos o seu inestimável contributo no último título conquistado, em 2009/2010, assinando com Cardozo uma parceria poderosa que rendeu dezenas de golos. 


Seguiu-se, sem pré-aviso, um ocaso literal de duas temporadas que não entra na cabeça de ninguém. 

De um momento para o outro viu-se desfeita a dupla mais concretizadora dos últimos tempos no Benfica. Má sina, é o que parece.

Já há coisa de uma década também foi desfeita num ápice, por razões políticas, outra parceria de sucesso no ataque do Benfica, Pierre Van Hooijdonk e João Tomás, lembram-se?

Eram goleadores qualificados com reportórios diferentes dos de Cardozo e Saviola, mas ainda assim temíveis para as redes dos adversários. 

Hooijdonk e Tomás foram levados na mesma enxurrada que despejou com José Mourinho para fora da Luz por causa das tais questões políticas cujas consequências se viriam a revelar desportivamente fatais para o Benfica.

O desaparecimento de Saviola nas duas últimas temporadas é um mistério para o grande público já que nem o jogador nem o treinador alguma vez sentiram necessidade de se explicar. 

Aparentemente, o jogador esteve sempre mais do que conformado com a situação. Não protestou, não criticou e apresentava-se ao treino todos os dias. 

Era o suplente ideal que não levantava ondas, estranho estatuto para um artista do seu quilate.

Não terá, certamente, desaprendido de jogar à bola. Ainda no último jogo do último campeonato, em Setúbal frente ao Vitória, apesar de ter passado a época quase toda no banco ou em casa, teve de ser ele a entrar em campo a escassos minutos do fim para oferecer a Cardozo o golo com que o paraguaio haveria de conquistar à tangente a sua segunda Bola de Prata ao serviço do Benfica. Do mal, o menos.

Mas em 2011/2012, a parceria Saviola-Cardozo rendeu apenas um honroso troféu individual para o paraguaio? Não.

Em 2011/2012, Saviola renderia também ao Benfica o único troféu colectivo da temporada, a Taça da Liga, lembram-se? 

Com um teimoso empate a vigorar a dez minutos do fim da decisão com o Gil Vicente, foi o pequeno argentino quem saltou do banco aos 81 minutos para marcar aos 83 minutos o golo da vitória. 

E, feito isto, lá voltou para o seu silencioso ocaso.

Felicidades em Málaga, é o que todos lhe desejamos.

-Leonor Pinhão, Facebook

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