A possibilidade de os clubes transferirem jogadores quando as competições oficiais já estão a decorrer conheceu este ano a oposição de vários cristãos que têm andado distraídos.
Afinal, a abertura da janela de mercado até dia 31 de agosto não tem sido mais do que a concessão de um instrumento legal aos grandes clubes para poderem chantagear os concorrentes de campeonatos periféricos que têm jogadores de qualidade, mas aos quais não estão dispostos a pagar acima de um teto que eles próprios vão fixando.
Sobre a hora do fecho de inscrições, o negócio acaba por ser feito na base do "pegar ou largar".
Os mais pequenos acabam por "pegar" e a equipa que os adeptos viram jogar durante três semanas era, afinal, um simulacro da realidade.
A aberração patrocinada pela FIFA é ainda maior porque esse período em que é possível transferir não coincide em todos os mercados de uma mesma área geográfica o que acentua o problema mais grave: o da impossibilidade de serem recompostos os plantéis, face ao tempo que entretanto se esgotou.
Que foi o que na prática se passou com FC Porto e Benfica, nos casos de Hulk e Witsel. Os dois jogadores foram transferidos para a Rússia três dias depois de o mercado ter fechado em Portugal, sem que FC Porto e Benfica tivessem qualquer possibilidade legal de os substituir, restando-lhes, portanto, a reabertura das inscrições em janeiro de 2013.
Face a esta situação de pura desigualdade, em que concorrentes da Liga dos Campeões lutam com armas que não estão ao alcance de todos, resta à UEFA alertar a FIFA para corrigir uma imoralidade considerada legal: A janela de mercado, na Europa Ocidental, deveria fechar no dia 31 de Julho, antes da grande maioria das ligas ter início, o que implicaria maior planeamento nos clubes e poria termo ao autêntico carnaval que tem caracterizado os últimos dias e pode prolongar-se até amanhã, enquanto na Rússia e na Turquia as inscrições não cessarem.
Uma ilusão enquanto a própria FIFA não conseguir concretizar o projeto de ter um calendário global unificado.»
- António Varela, jornal Record, 5 de Setembro de 2012
Até que enfim que esse pateta diz alguma coisa de jeito
ResponderEliminarMas "isto" está "feito" exactamente para "isto"! Ou pensam que o liberalismo selvagem também não ataca no futebol?
ResponderEliminarTambém não é preciso grande ciência para dizer isto, tão evidentes são as incongruências do processo. Até eu, um leigo na matéria, já tinha considerado que 31 de Julho deveria ser o fim da festa pelas razões óbvias apresentadas.
ResponderEliminarQue se escreva isto em inglês e que se faça chegar a quem manda na coisa.