O título da crónica que assinei, neste mesmo espaço, há uma semana rezava «Mercado dura até ao lavar dos cestos».
Na véspera, depois de A BOLA ter destapado a iminente investida russa (dupla, com Anzhi e Zenit envolvidos), ainda surgiram ténues tentativas de contra-informação que não resistiram à força dos factos.
O Zenit chegou-se à frente, desembolsou 80 milhões de euros, metade para o Porto, metade para Lisboa (e lá foi preciso dar voz aos russos para desembrulhar contas esquisitas...) e levou o melhor jogador a atuar em Portugal, Hulk, e o mais promissor de todos os benfiquistas, Witsel.
Vamos ser muito claros. Se dragões ou águias recusassem as verbas propostas deveriam ser acusados de gestão danosa.
E, se relativamente ao Benfica, o Zenit chegou ao valor da cláusula de rescisão, já no que respeita a Hulk não deixou de pagar um preço altíssimo, que só não teve o impacto que merecia porque andaram a acenar, demagogicamente, com um valor de mercado virtual de Hulk.
A partir do momento em que o FC Porto não conseguiu transferir João Moutinho para Inglaterra, ficou refém da necessidade de vender Hulk.
A mais-valia realizada pelos dragões é incrível?
Provavelmente, não, porque já tinham investido 19 milhões em Hulk... mas há outra mais-valia que foi plenamente realizada, a desportiva.
Porque Hulk é um daqueles jogadores relativamente aos quais há um antes e um depois... Quem fica em pior situação (estão os dois mais fracos) FC Porto, ou Benfica?
Os dragões perderam um dos poucos jogadores do mundo capazes de, sem a ajuda da equipa, ganharem um jogo.
Por isso, é natural que de vez em quando não consigam desatar alguns nós a que Hulk chamaria um figo.
As águias têm em Matic um bom substituto para Javi García (não têm é alternativa, até janeiro, a Matic...) mas não possuem no planteI nenhum 8 como Witsel, um jogador influente a defender e a atacar.
Afinal, por essa valência é que custou 40 milhões...
Logo, Jorge Jesus, para não mexer muito no sistema, deverá regressar aos tempos do 4x1x3x2, chamando Salvio e Enzo para terrenos mais interiores e entregando a batuta a Aimar (ou Martins, ou Bruno César). E quando o adversário for mais exigente, não será de estranhar que, encostando bem as linhas, os encarnados não se resguardem num 4x1x4x1.
-José Manuel Delgado, jornal A Bola, 10 Setembro 2012
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