segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Correspondente da SIC em Moscovo irónico com poder económico do futebol Russo


O Zenit de São Petersburgo acaba de gastar um mínimo de 100 milhões de euros na aquisição do brasileiro Hulk e do belga Witsel.

A direcção da equipa russa disse que não gastaria mais de 60 milhões de euros em transferências, mas bateu mais dois recordes na história do futebol russo. 

O português Miguel Danny foi transferido por 30 milhões de euros do Dínamo para o Zenit, recorde que caiu duas vezes hoje.

A propósito, Danny está de regresso aos relvados e disse-me, numa conversa telefónica que deverá já participar no jogo do Zenit contra o Terek de Grozni.

Quanto à participação na selecção, Danny diz estar pronto se for chamado.

O treinador italiano do Zenit, Luciano Spalleti queria Hulk e Nani, mas devido aos altos salários exigidos pelo médio português, ficou-se pelo belga do Benfica.

Não sei se deram conta que um dos patrocinadores da Liga dos Campeões é a Gazprom, gigante gasífero público russo que patrocina também o Zenit. 

A mensagem é clara: este clube russo pretende vencer essa competição.

Além disso, o Presidente Putin e o primeiro-ministro Medvedev (espero que não tenha confundido os cargos) são de São Petersburgo e adeptos do Zenit, por isso, o desporto cruza-se também por isso com a política. 

Para o Kremlin, todos os meios são bons para mostrar a sua força e aumentar o seu prestígio internacional.

Entre outros aumentos, os russos suportam e continuam a suportar aumentos de preços de produtos essenciais, incluindo o preço de gás, mas não espero que estas contratações de futebolistas por uma empresa pública provoquem manifestações de protesto ou revoluções.

E o Zenit não é o último. O Anzhi, graças aos caprichos de um magnata, promete mundos e fundos a quem quiser jogar numa equipa que não pode treinar e realizar os jogos da Liga da Europa em casa, pois o estádio fica no Daguestão, república do Cáucaso russo onde diariamente se registam confrontos entre separatistas islâmicos e tropas federais russas.

Além disso, o Daguestão é a região da Rússia mais pobre, mas isso é menos importante do que a montra de vaidades.

Só posso dizer, também no campo do desporto, a Rússia faz lembrar um país a banquetear em tempo de peste. 

Ou talvez não, afinal 100 milhões de euros não passam de um jackpot no Euromilhões.

-José Milhazes, no seu blog http://darussia.blogspot.pt/

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