terça-feira, 12 de novembro de 2013

Miguel Sousa Tavares peremptório sobre o derby: Benfica ganhou bem e Duarte Gomes fez uma excelente arbitragem

 

Em minha opinião, o Benfica ganhou bem o derby de Lisboa: jogou mais, teve melhores ocasiões e esteve sempre por cima no resultado. Para além disso, teve um super-Cardozo - que, de há muito, eu considero, não o melhor jogador da equipa (esse é Gaitán), mas o mais valioso. 

Sorri ironicamente quando, no começo da época, se escreveram inúmeros textos a anunciar a sua iminente saída por desrespeito público ao treinador e aqui mesmo grandes benfiquistas explicaram veementemente que, com a sua continuação, estava em causa a dignidade da «instituição». E sorri, porque, infelizmente, nunca acreditei nesse hara-kiri, por parte da direcção. 

Como seria de esperar, Cardozo ficou e começou a marcar, como sabe: todos meteram a viola no saco e a Jorge Jesus até só faltou agora reivindicar a autoria dos três golos de Cardozo ao Sporting. Diz que foi o seu «instinto» que foi determinante para meter o Cardozo a jogar - como se todos nós, a começar por Leonardo Jardim, não soubéssemos que a alternativa não passou de um bluff pífio, pois que o «insubordinado» Óscar Cardozo é o ganha-pão de Jorge Jesus e de toda a equipa.

Quanto ao Sporting, jogou tudo o que tinha e indiscutivelmente melhor do que desde há muito. Mas, como já sucedera no Dragão, o que tinha não chegou e não foi capaz, mais uma vez, de tirar partido do cansaço europeu dos seus rivais. Como seria de esperar também, mandaram as culpas da derrota para cima do árbitro, porque a cultura de Calimero não desaparece facilmente (e, no dia em que desaparecer, o Sporting começa a ganhar). 

Eu achei a arbitragem de Duarte Gomes excelente, não tenho dúvidas de que o primeiro penalty reclamado não existe (o Montero vem por trás, interpor-se entre o pontapé de Luisão e a bola, só podendo ser atingido), e, quanto ao segundo, é daqueles que umas vezes são marcados, outras não. Os meus leitores habituais sabem que eu abomino estes penalties, em que praticamente se exige aos defesas que joguem sem braços, como se fossem decepados, e, sobretudo, acho que é próprio das equipas fracas reclamarem penalties destes, que, a serem marcados, caem quase sempre do céu, sem qualquer correspondência com as jogadas e com o mérito dos ataques. 

Mas já se sabe que o clube que anunciou ao mundo em comunicado que é dotado de uma «nobreza de carácter» de saber ganhar e saber perder, que não está ao alcance dos outros, terá sempre de encontrar um bode expiatório para os seus desaires. 

Desta vez, pelo menos, não foi a falta de cadeiras na cabina dos treinadores nem as bolas enviadas para a bancada que não foram devolvidas pelo público... 

- Miguel Sousa Tavares, jornal A Bola, 12 de Novembro de 2013

2 comentários:

  1. Fodido é publicar aqui as crónicas em que o MST diz umas verdades sobre o benfica.

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  2. Valderrama, vai lá a um blog corrupto procurar textos que lá tenham publicado a dizer "verdades" desse tipo sobre os corruptos... Estás a ver como caladinho fazias melhor figura!?

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