Tinha alguma desconfiança quanto às equipas B. Sobretudo quando jogando no 3.º escalão, como há anos, eram uma espécie de purgatório por onde passavam jogadores que ou iam para o degredo ou transitavam para uma qualquer sofrível equipa.
No fundo, a equipa B era uma prateleira cara (embora não dourada) e uma esperança sempre adiada. Um frete sem alma, sem resultados, sem retorno.
Falando do meu clube, naquela atura defendi a ideia de se acabar com simulacros de equipa B, apostar na formação, rescindir com jogadores entalados entre a primeira equipa onde não estavam e a equipa B onde não jogavam, e reduzir a legião de um Benfica municiador de empréstimos a outros clubes.
Com a promoção das equipas B ao 2.º escalão (onde, em média, a qualidade dos jogos não difere muito da que se pratica na 1.ª Liga), parte das críticas que fiz foram objectivamente removidas.
E, no caso do Benfica, tem havido um competente aproveitamento e entrosamento entre equipas.
Ora rodando jogadores, ora descobrindo talentos, ora potenciando a prata da casa que finalmente pode ser vista como reforço para o conjunto global. Sem equipa B, quem se lembraria de André Gomes ou André Almeida?
Sem equipa B como se poderia manter o ritmo competitivo de jogadores suplentes que, em fases críticas de lesões e castigos, são chamados à titularidade (o caso da defesa é o mais presente).
Assim a equipa A+B é mais forte que a equipa A. Não se aplica aqui a propriedade comutativa pois que A+B não é igual a B+A, mas se juntarmos os escalões de formação, as propriedades associativa e distributiva da adição fazem cada vez mais sentido.»
- Bagão Félix, jornal A Bola, 17 de Janeiro de 2013
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