Dez anos após Luís Filipe Vieira ter chegado à liderança do Benfica, os seus críticos acham que a grande marca do atual presidente é a perda de oito campeonatos para o FC Porto. Feitas as contas aos êxitos desportivos - do futebol profissional porque houve outros - essa é uma realidade.
E verdade que a gestão de LF Vieira, no que ao futebol respeita, cometeu erros que contribuíram para a escassez de títulos e nunca conseguiu - por opção própria e igualmente pela personalidade marcante de Jorge Jesus - dotar o departamento profissional da estrutura autónoma que um emblema com a relevância do Benfica impõe. Para o bem e para o mal, responsáveis por vitórias ou derrotas só há dois: o técnico e o presidente. E hoje já não se trabalha assim.
Mas não é menos verdade que os investimentos feitos, excessivos ou não, deram ao clube da Luz uma capacidade competitiva que lhe permite ter ambições reais, como a fase final da última temporada demonstrou, apesar da falta de sorte que matou todos os sonhos. Prosseguir nessa linha é uma "condenação" e a única saída para recuperar o que se perdeu. A questão que se põe é se poderá o Benfica continuar a endividar-se até ao dia em que os resultados desportivos apareçam.
Ninguém devia esquecer-se da situação de pré-insolvência a que chegou o Benfica nos tempos de completa loucura que antecederam a chegada de Manuel Vilarinho. Ainda se recordam, agora que existe um excelente museu na Luz, de um mamarracho de cimento junto à Segunda Circular? Parece que, decorridos 13 anos, a memória de muitos apagou os anos negros da águia e ignorou o trabalho feito para os ultrapassar. Mas como se viu com a crise financeira que atravessamos em Portugal, os fantasmas regressam se os pés voltarem a afastar-se do chão.
Por isso, é o problema da dívida encarnada que deve preocupar os adeptos. Porque se é um facto que o Benfica será sempre um "produto" com clientes por muito que quebre o consumo, ou seja, uma "fábrica" de faturação, também não se julga possível que o balão da despesa possa encher mais.
Luís Filipe Vieira tem sobre os ombros tarefa para um gigante.
- Alexandre Pais, jornal Record, 2 de Novembro de 2013
Está-se a esquecer que a ausência de títulos a que se refere, também se deve muito a outros factores externos que muitos querem esconder como não fossem verdade.
ResponderEliminar100% De acordo.
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