sábado, 17 de novembro de 2012

Nuno Farinha e as 8 horas que o Benfica leva sem sofrer golos


A estabilidade de processos e a afinação das rotinas e dos princípios de jogo são valores que costumam ser vistos como decisivos para o desenvolvimento de uma equipa. 

É verdade que sem estabilidade dificilmente se atingem os pontos ideais de equilíbrio e que sem equilíbrio dificilmente se ganham jogos. Mas o percurso mais recente do Benfica também prova outra coisa: que uma boa organização global pode chegar para compensar fatores que um treinador é incapaz de controlar, como lesões, castigos ou quebras de forma. 

Só assim se explica que a equipa de Jorge Jesus tenha vencido - com relativa facilidade - os últimos cinco jogos que realizou e, mais significativo ainda, que não tenha sofrido qualquer golo. Ou seja, desde a derrota em Moscovo para a Liga dos Campeões, frente ao Spartak, que ninguém marca ao Benfica.

Já são 497 minutos. Nesta série de cinco vitórias e de mais de oito horas com a baliza invicta, Jesus só por uma vez repetiu os homens da defesa.

Aconteceu frente ao Gil Vicente (em Barcelos) e Guimarães (em casa). 

Foi assim: Artur/Maxi/Jardel/Garay/Luisinho. Depois, com o Spartak, na Luz, entrou Melgarejo. Com o Rio Ave, logo de seguida, Maxi deu o lugar a André Almeida. E ontem, em Moreira de Cónegos (onde o Sporting perdeu, tendo sofrido três golos), um quinteto a estrear: Paulo Lopes/André Almeida/Luisão/Jardel/Luisinho. 

Rotações, poupanças, adaptações, Jardel pela direita, Jardel pela esquerda, Luisão a iniciar a "pré-temporada" e, mesmo assim, cinco vitórias, 0 golos encaixados. 

Porque o Benfica defendeu bem? Sim, mas principalmente porque defende cada vez mais à frente e porque ataca cada vez melhor - com períodos mais longos de posse de bola, com menos pressa, com outra lógica competitiva. 

É verdade que tudo poderia ser ainda melhor se existisse quem soubesse impor outro rigor nos tempos de posse. Como faz um 10 puro. Como faz(ia) Aimar. 

Bruno César ou Carlos Martins aproximam-se do objetivo, mas não o cumprem. Felizmente, para JJ, que emerge no Benfica um daqueles jogadores que compensa a falta de qualquer vitamina. Matic é o remédio.» 

- Nuno Farinha, jornal Record, 17 de Novembro de 2012

1 comentário:

  1. Para este e outros papagaios que se babavam a dizer mal do JJ, parece que, afinal, o homem percebe um bocadinho de futebol! Costuma dizer-se que mais vale tarde do que nunca, mas neste e noutros casos a falta de vergonha é escandalosa. Ao menos, calem-se.

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