terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Manuel Queiróz: Impressões sobre Paulo Fonseca não são favoráveis


A primeira derrota do FC Porto ao fim de quase dois anos e 53 jogos na Liga portuguesa teve campainhas de alarme antes: duas derrotas e um empate nos três jogos do Dragão para a Champions, dois empates seguidos contra adversários menores na liga portuguesa, uma vitória só nos cinco jogos anteriores, os lenços brancos dos adeptos...

Ninguém viu?

Quando Paulo Fonseca, no lançamento do jogo com a Académica, disse que o problema da equipa era essencialmente de finalização, sabia que estava a dizer no mínimo uma meia verdade: o problema, em equipas como o FC Porto que em princípio só têm bons jogadores, nunca é a finalização. Essa é sempre uma consequência, não uma causa. O problema principal é sempre mais fundo e há consenso, mesmo dentro do clube, que não se chama só Paulo Fonseca. Há mais.

Cá fora há outro consenso: 3,8 milhões de euros por metade do passe de Ghilas? Nem pelo passe completo, quanto mais metade... Mas havia uma guerra com o Sporting e às vezes nas guerras há decisões muito erradas. Como essa.

E parece evidente que Herrera, Licá e Quintero são só meias soluções e que é preciso mais laterais, gente que possa obrigar os titulares a darem mais do que dão. E que para o ataque faltam opções - insiste-se, se é também para jogar em contra-ataque, então Iturbe devia ter ficado no plantel. E a decisão foi de quem?

Certo é que hoje a equipa só assume risco quando está a perder, ou quando já se está na segunda parte e o resultado não é bom - até aí tem normalmente uma postura de equipa pequena, ou de que não acredita em si.

Mas no fim do dia, para alguém que tem apenas dois anos de futebol profissional e um ano de I Liga, o que conta é saber se o treinador consegue aguentar tanta pressão. E para agora as impressões não são favoráveis. 

Em Coimbra, Quintero foi titular e eu julgava ter ouvido o treinador dizia que ainda não estava preparado para isso; nesse jogo, a equipa voltou a ter pouco sentido de jogo e a certa altura ninguém comandava. Era o desnorte que nem um penalti daqueles(inexistente) ajuda - até isso se falha. 

Pinto da Costa não gosta de mandar treinadores embora. Pelo contrário, gosta de lhes dar apoio, de estar ao lado, de os proteger. Falta saber se Paulo Fonseca protege o presidente e, sobretudo, a equipa.

-Manuel Queiróz, Diário de Noticias

1 comentário:

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