Quando o FC Porto treinado por André Villas-Boas goleou o Benfica por 5-0, em 2010/11, Vítor Pereira estava no banco e "não era um adjunto qualquer", como dele disse José Mourinho. Nesse jogo, como noutros em que a equipa dirigida por Jorge Jesus enfrentou o papão portista, o Benfica apresentou-se ao Dragão com alterações significativas: tinha David Luiz à esquerda, como lateral, para tentar neutralizar Hulk, e Fábio Coentrão, habitual titular da posição, adiantado no terreno. A opção do treinador benfiquista não resultou e o resultado é aquele que se sabe.
Vítor Pereira viu e tirou as suas conclusões. Treinador que resolva armar a equipa e gizar a tática em função do adversário dá um imediato sinal de temor ao seu adversário e, definitivamente, intranquila os próprios jogadores. A tese é antiga e consta de qualquer manual de estratégia, mas ainda não faz parte do ideário de Jorge Jesus, sempre em busca da "inovação".
Na entrevista esclarecida (e esclarecedora) publicada nas páginas centrais desta edição, o antigo treinador do FC Porto desmonta, através de ideias simples, aquilo a que chama de bloqueio do Benfica nos jogos do Dragão e custou à equipa de Jorge Jesus três títulos consecutivos, entre 2011 e 2013. Sabe-se como na Luz um dos principais problemas é a ausência de massa crítica e a predisposição dos líderes para se fazerem ouvir sem qualquer contestação. Ter uma voz exterior a falar em voz alta, com uma mensagem clara, pode ser um ótimo instrumento de trabalho. Para Jesus, mas também para Vieira.
Alguém consegue contestar a ideia de que não se pode alterar numa semana aquilo que se andou a treinar num ano inteiro? Que modificar o ADN de um organismo pode significar a sua morte? Ou que o FC Porto joga na Luz como se o fizesse em Paços de Ferreira ou Olhão? São declarações simples que obrigam a reflexões complexas por configurarem a génese de um problema até agora insolúvel.
Mas o treinador bicampeão, muitas vezes destratado pelos próprios adeptos, também faz constatações que colocam em causa as debilidades de uma gestão muitas vezes intocável como é a do FC Porto. Em épocas consecutivas, a SAD fraquejou nas investidas realizadas no mercado, deixando-o exposto a soluções de recurso que acabaram bem sucedidas, como foi o caso da adaptação de Hulk, quando já não havia Falcão. Semidesterrado na Arábia Saudita, Vítor Pereira fornece aos adeptos portugueses uma peça de reflexão importante e não tarda está aí para assumir um projeto à altura da sua qualidade.
- António Varela, jornal Record, 10 de Setembro de 2013
CULPA TEM QUEM COMPRA OU LÊ JORNAIS REGIONAIS QUE TEEM PROTOCOLO COM OS CORRUPTOS (DEFENDEM LADRO~ES)
ResponderEliminarAgora é fácil falar, mas ele esquece-se que o seu FC Porto frente ao Benfica do Jesus foi incapaz de criar uma única chance de golo. No jogo da Luz pode agradecer ao Helton e...ao Artur. No Dragão, aquele toque do Proença ao mudar os critérios para amarelar os dois do meio-campo (com mais 10 jogos em cima que os do FCP) foi digno de um "herói". Disto não fala ele. Se o James, em evidente fora-de-jogo, tivesse atirado a valer também não se passaria nada. Não foi assim com o Maicon?
ResponderEliminarO Benfica frente ao FCP altera a táctica, como o faz em qualquer jogo da Champions ou frente a um adversário mais complicado (Braga, fora). Não vejo isso como um sinal de bloqueio. É saber adaptar-se, coisa que faz uma confusão tremenda ao Vítor Pereira que só jogava num 4-3-3 que vem dos tempos do Jesualdo...
Com papas e bolos se enganam os tolos. Até se ignora o que se está a passar esta temporada com a desculpa do Benfica andar a jogar mal. Desconfio que esse argumento não serviu o FCP das últimas duas temporadas e, até ver, o desta...
Tretas!
ResponderEliminarO Porto na luz no jogo da 1ª volta jogou com um meio campo com Fernando, Moutinho, Defour e Lucho! Onde é que o Porto jogou o ano passado em 442 a não ser na Luz, em Málaga e talvez num outro jogo.
E ele acusa o JJ de mudar. Que bando de hipócritas!
Concordo com o que foi dito nos comentários. Só vai nesta conversa quem não pensar pela sua cabecinha. Isso ou ser maldizente com o clube que gostam - só prejudicam!
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