Poderia ter sido um Omega. Ou um Jaeger-Lecoultre. Ou um Glasshütte. Ou um Baume & Mercier. Ou até um mais banal Swatch. Mas, não. Foi, afinal, um Roskopf do século XIX que, naquela tarde, quis resistir à concorrência e à má fama dos baratuchos e inconsistentes relógios que, por cá, se tornaram populares e aportuguesados como "roscofes".
Por isso, os 15 minutos que, de facto, faltaram para completar as 72 horas entre dois jogos para três jogadores deveram-se ao falso adiantamento do tal relógio roscofe (em segunda mão) que, prussianamente, foi usado em consonância estética com a barba négligé do treinador Viktor.
Não é que o avanço dos ponteiros tenha sido muito. Afinal, 15 minutos em três dias de roscofe dá 5 minutos por cada um deles, coisa que, não raro, também acontece aos melhores.
Mas, o certo é que a perfeita e imaculada organização do clube em causa - que sempre olha para o escrutínio das entidades oficiais com uma máxima mais compaginável com o lema porque é conhecido o afamado Omega («não atrasa, nem adianta») - vê-se agora fulminada por culpa de um obsoleto roscofe.
Felizmente, no plano desportivo, nada de grave. Afinal trata-se de uma tacinha desprezível e dispensável.
A taça, que já foi maliciosamente conhecida por Taça LB, poderá ser agora cognominada Taça Roscofe.
Uma última observação: consta que um anterior proprietário do relógio padecia de benfiquismo. Lá está, a culpa por aquelas bandas nunca morre solteira. Vai sempre de núpcias com a obsessão da luz.
P.S. Continua o silêncio absoluto sobre a irregularidade da marcação do já efectuado Setúbal-Porto. Sem roscofes...»
- Bagão Félix, jornal A Bola, 31 de Janeiro de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) Benfiquista,
Agradecemos a sua visita e solicitamos, antes de sair do blog, que deixe um comentário acerca do que acabou de ler.
O debate é livre, por isso tenha a gentileza de participar com educação, elevação, civismo e respeito pelos demais visitantes.
Só assim honraremos a história Grandiosa do nosso amado Clube!