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sexta-feira, 17 de maio de 2013
António Oliveira defende incondicionalmente trabalho de Jorge Jesus
Por vezes, o futebol é feito de injustiças. O Benfica vulgarizou o atual campeão europeu na final da Liga Europa, mas infelizmente a vitória acabou por sorrir ao Chelsea. Nestas alturas, as vitórias morais de pouco servem. No entanto, a excelente temporada benfiquista merece o reconhecimento de todos. Aconteça o que acontecer, o trabalho de Jorge Jesus e dos seus jogadores foi notável.
No início da época, poucos imaginariam que este Benfica, órfão de peças vitais como Javi García e Axel Witsel, seria capaz de se impor e superiorizar perante uma equipa poderosa (desportiva e financeiramente falando) como o Chelsea. A verdade é que a equipa da Luz foi capaz de contrariar todas as probabilidades. Muito por força da capacidade que demonstrou em se reinventar. E aí, Jesus teve o papel principal, na construção de uma equipa competitiva.
O técnico "inventou" um lateral-esquerdo (Melgarejo) capaz de cumprir defensivamente e dar profundidade à equipa, dinamizou a polivalência de André Almeida, potenciou as capacidades de Matic para um nível muito alto e transformou Enzo Pérez, razoável extremo de origem, num médio-centro com tarimba internacional. Pelo meio, ainda conseguiu afirmar Lima e Salvio como peças chave do onze e espevitar Gaitán e Ola John para momentos de magia.
O arquiteto desta equipa conseguiu fazer uma saborosa omeleta com os poucos ovos que tinha à sua disposição em determinados sectores da equipa. Quando muitos apontavam a fragilidade do meio-campo do Benfica, a verdade é que Jesus formou e valorizou uma das melhores duplas de médios, Matic e Enzo Pérez, a jogar na Europa.
Estes dois jogadores deram luta aos cinco médios com que o Chelsea povoou o meio-campo e, mesmo assim, conseguiram fazer com que fosse o Benfica a comandar o jogo, a controlar a bola e a criar várias oportunidades de perigo. Apenas faltou maior esclarecimento e acutilância na hora de rematar à baliza de Cech.
Por todo este trabalho de valorização de ativos e do nível competitivo do Benfica, assim como pela qualidade do futebol apresentado, a continuidade de Jorge Jesus parece ser a decisão mais lógica. Porém, os discursos contraditórios de presidente e treinador após a final da Liga Europa indicam que ainda há pormenores a limar para que as duas partes cheguem a um entendimento.
Acredito que a maioria dos benfiquistas, entre direção, sócios e adeptos, querem a renovação do seu atual treinador para dar continuidade a um projeto que contribuiu, e muito, para o crescimento do clube nos últimos anos. O equilíbrio de forças com o FC Porto já é uma realidade e o "salto" europeu, tão desejado por Luís Filipe Vieira, está em marcha.
Perante as últimas declarações, falta saber se o treinador tem interesse em continuar. Com o futebol apresentando nesta final da Liga Europa, é certo que Jorge Jesus ganhou maior cotação em termos internacionais e não lhe faltarão pretendentes. Para além de questões salariais, sendo ele um dos treinadores mais bem pagos da Europa, a Jesus interessará saber que equipa terá à sua disposição e que tipo de investimento quer fazer o Benfica nos próximos anos.
Numa altura em que os clubes começam a ter maior contenção financeira, focando-se na redução de despesas, conjugar a ambição do clube e do seu treinador fará toda a diferença. É que no próximo ano a final da Liga dos Campeões realiza-se no Estádio da Luz... Estar nessa final é, obviamente, um sonho para toda a nação benfiquista. »
- António Oliveira, jornal Record, 17 de Maio de 2013
1 comentário:
Caro(a) Benfiquista,
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patriarca disse:
ResponderEliminarOh, antónio vai dar uma volta rapaz, que farto dessa gente estamos todos nós, falas, falas, mas não defendes nada, és do sistema mafioso instalado, antónio.